Pequenas e médias empresas podem aderir ao programa do Instituto Terra, ONG do fotógrafo Sebastião Salgado
Por Amanda Amaral
Empresas de pequeno e médio porte que têm interesse em ações de sustentabilidade para a restauração da Mata Atlântica na Bacia do Rio Doce podem contribuir com o programa Empresa Amiga. A iniciativa é da Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Terra, fundada por um dos fotógrafos mais renomados do mundo, o ambientalista Sebastião Salgado.
A adesão pode ser feita de forma simples e online, sem nenhuma burocracia. Os interessados podem se inscrever na plataforma do programa, que foi lançado na quinta-feira (21) e defende o replantio e reflorestamento das áreas degradadas.
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Valores para contribuição
O valor mínimo de contribuição é de R$ 1.050,00 e prevê o plantio de 30 árvores. Cada árvore tem o valor de R$ 35,00. Já o valor máximo, com o plantio de 2.857 árvores, está definido em R$ 99.995,00. As doações que ultrapassarem a faixa máxima serão negociadas de forma particular junto à interessada, pois se enquadram em projetos patrocinados.
Os valores arrecadados pelo programa serão utilizados para as ações da campanha #refloresta, lançada em 2021, parceria com o músico Gilberto Gil e o Instituto Terra, que afirma que há apenas 12% restantes de Mata Atlântica no Brasil e destaca que 3,5 milhões de habitantes dependem da Bacia do Rio Doce para viverem.
Certificação e relatório
Já o selo “Programa Empresa Amiga do Instituto Terra” é uma certificação exclusiva emitida pela ONG, que poderá ser usada na comunicação institucional das participantes, de acordo com regras do manual.
As empresas parceiras também receberão por e-mail um pacote de imagens e materiais do Instituto, capturadas pelos fotógrafos Cássio Vasconcellos e Leonardo Merçon, para divulgar que estão no programa e, assim, agregar mais valor ao seu negócio.
Semestralmente, será encaminhado um relatório completo sobre a evolução do plantio das árvores para acompanhamento de todo processo de reflorestamento a ser realizado, segundo a ONG.
Ações do Instituto Terra
Desde a sua fundação, segundo dados da ONG, foram plantadas 2,5 milhões de árvores, dois mil hectares foram reflorestados e duas mil nascentes se encontram em processo de recuperação. Ainda de acordo com o Instituto, seis milhões de mudas foram produzidas e 82 mil pessoas atendidas pelos seus projetos ambientais.
“Nossos projetos têm a sustentabilidade como um dos principais pilares, por isso, nos unimos ao Instituto Terra para prática de compensação de carbono e cuidados ambientais. Visto que a cada novo projeto arquitetônico sete árvores são plantadas. Isso significa que acreditamos no legado de uma arquitetura sustentável e biofílica”, ressalta a embaixadora do programa Empresa Amiga do Instituto Terra e CEO da Vivian Coser Arquitetos Associados, Vivian Coser.
Juliano Salgado, vice-presidente do Instituto Terra, lembra que plantar e preservar áreas de florestas requer uma força tarefa imensa e que o Instituto vem contando com parceiros que estão viabilizando essa árdua missão.
“Porém, a quantidade de empresas ainda está muito aquém da nossa necessidade. Por isso, criamos o programa Empresa Amiga feito sob medida para as pequenas e médias empresas, que além de contribuir para a restauração ecossistêmica da Mata Atlântica, que é a expertise do Instituto Terra, também poderão investir na sustentabilidade e agregar valor aos seus negócios”, destaca.
Sobre o Instituto Terra
Fundado em 1998 por Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado, a organização civil sem fins lucrativos surgiu quando o casal decidiu começar o trabalho de regeneração total da área da antiga fazenda de gado da família, que estava em estado de degradação ambiental.
Mais de duas décadas depois, a organização tornou-se referência brasileira em restauração ecossistêmica. Com a fazenda recuperada, hoje abriga uma floresta rica em diversidade de espécies da Mata Atlântica, incluindo a restauração de nascentes locais. Mais de 200 espécies de animais, de todas as classes de fauna, voltaram a encontrar refúgio na floresta da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão.