Utilizar mais o e-commerce, ir menos ao supermercado e comprar produtos em promoção estão entre os novos hábitos

Por Amanda Amaral

Os capixabas mudaram os hábitos de consumo em razão da inflação, segundo a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps). Aumento de compras pela internet, menos idas às lojas, procura por produtos em promoção, entre outros comportamentos, são identificados pelos empresários no Espírito Santo.

“Essas mudanças têm a ver com inflação e a taxa de juros. O consumidor vê seu poder aquisitivo diminuindo em função da alta nos preços. Então, ele passa a tomar estas medidas. O mais importante é que a família tente manter sua alimentação com produtos similares. Quanto aos supermercadistas, a competição é acirrada. Todos os dias as lojas fazem campanhas promocionais, é quando elas aproveitam para driblar a inflação”, disse o presidente da Acaps, Hélio Schneider.

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Novos Hábitos

Entre os novos hábitos dos consumidores estão: aumento das compras online; ir menos vezes às lojas; procurar embalagens com desconto “família”; priorizar marcas com preços mais baixos; e racionar mais a compra.

Os itens de marca própria, por exemplo, estão entre os preferidos no momento, já que são em média 15% mais baratos do que aqueles de marcas líderes, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Nos supermercados, eles representam entre 20% e 30% do consumo.

Pandemia e Petróleo 

A inflação atual do país está em 12,1% no acumulado de 12 meses. E o Comitê de Política Monetária (Copom), em sua última reunião no início de maio, decidiu elevar os juros básicos da economia, em um ponto percentual, com isso, a Selic passou para 12,75% ao ano.

Hélio Schneider lembrou ainda que a situação atual reflete as consequências da pandemia, que quebrou as cadeias produtivas em todo o mundo, e a questão do preço dos barris de petróleo, cotado em dólar, o que provocou aumento nos preços dos combustíveis. “A questão do petróleo impacta diretamente nos preços dos produtos no Brasil”, afirmou.

Contudo, o presidente da Acaps destacou que o saque de R$1.000 do FGTS, o pagamento antecipado da primeira parcela do 13° salário e o Auxílio Brasil têm ajudado a manter o consumo, com a injeção de dinheiro na economia.

Aumento do Consumo

“É dinheiro na rua circulando, o governo tem feito a parte dele. Estamos passando por essa fase, mas do segundo semestre até o final do ano, a expectativa é de que a inflação diminua. Os estoques vão se ajustar, vai existir mais oferta de produtos. Estamos acompanhando que a produção do País está crescendo, estamos recebendo sinais positivos”, comentou.

A Associação Brasileira de Supermercados prevê aumento no consumo de 2,80% em 2022. No primeiro trimestre do ano, houve alta de 2,59%. Na comparação entre março deste ano e o mesmo período no ano passado, o crescimento foi de 2,41%.

Cesta Básica

Já a cesta básica Abras, composta de 35 produtos usados em larga escala, acumula alta de 5,11% no trimestre. Em 12 meses, o aumento é de 15,45%. O vilão é o tomate, que subiu 27,22% em março e teve aumento anual de 122,68%.