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sexta-feira, 19 abril, 2024

Inflação começa a cair a partir de abril, segundo BC

O economista capixaba, Heldo Siqueira, analisa o pico da inflação e acredita em nova alta dos juros

O Brasil aguarda o pico da inflação para abril ou maio, segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. O mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Heldo Siqueira, analisou a afirmação e acredita que as taxas de juros vão subir novamente em 2022.

Para a sua afirmativa, o presidente do BC apresentou uma estimativa segundo a qual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) estaria em 6,7% nos 12 meses terminados em janeiro se os custos de energia e de combustíveis estivessem na média de outros países. No acumulado de 2022 até fevereiro, o IPCA estava a 10,54%. 

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“Quando a gente fala do pico da inflação é o acumulado ao longo de 12 meses, o Banco Central espera que, em abril ou maio, aconteça o pico mais alto antes dela começar a cair”, explicou Siqueira, que também é integrante do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES).

Até recentemente, o Banco Central acreditava que a inflação atingiria o ponto mais alto em janeiro e fevereiro, antes de começar a desacelerar. Para a instituição, o Brasil está sendo pressionado por fatores internacionais, mas a inflação brasileira tem peculiaridades, com os preços de energia e de combustíveis subindo mais que no resto do mundo.

Pandemia da Covid-19

Campos Neto deu as declarações em evento promovido pelo grupo Esfera Brasil, que reúne empresários e empreendedores. Ele disse que o aumento da inflação no mundo não decorre de problemas de oferta, mas de deslocamento de demanda após a retomada econômica em vários países após as fases mais agudas da pandemia de covid-19.

“Quando olhamos os gargalos, não dá para dizer que é [escassez de] oferta com a produção crescendo tanto. Quem acreditava que era um problema de oferta está revendo”, afirmou. “Houve deslocamento não só na demanda por bens, mas também por energia. A produção de bens gasta seis vezes mais energia”, acrescentou.

Economia Capixaba

Siqueira lembra que a inflação aguardada para abril ou maio vai afetar diretamente o poder de compra dos capixabas. Contudo, ele também ressalta que há estímulos que incentivam o consumo.

Entre eles, o aumento no número de pessoas empregadas. Houve queda 3,3 pontos percentuais na taxa de desocupação. O índice saiu de 14,7% em janeiro de 2021 para 11,4% para o mesmo período deste ano, segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Além disso, o Governo Federal anunciou um pacote de medidas para injeção de dinheiro na economia, entre elas, a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Acredito que os estímulos devem ser maiores do que o desestímulo ao consumo”, disse o economista.

Taxa de Juros

Inflação começa a cair a partir de abril, segundo BC
Heldo Siqueira é economista e ressalta que a inflação afeta o poder de compra dos capixabas. Foto: Arquivo Pessoal

Para o presidente do BC, o Brasil está na frente no processo de aperto monetário em relação à maioria dos países, que estão com juros ainda abaixo do nível neutro (que não segura a inflação). “O Brasil saiu na frente na alta de juros. Vamos usar todas as nossas ferramentas para trazer a inflação para a meta”, assegurou.

Em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,00 ponto porcentual, para 11,75% ao ano, que já anunciou possível aumento para maio. “Para realizar certos ajustes, acredito que a taxa pode ser elevada até o fim do ano algumas vezes”, comentou o economista.

Ele complementa: “A partir de 2008 e, agora também com a pandemia, a crise trouxe algumas indicações para a teoria econômica que ficaram sem resposta ainda, os especialistas estão estudando algumas questões. Mas uma delas é que a oferta de moeda tem se descolado da oferta de crédito e dos preços. Você diminui a quantidade de moeda e as pessoas continuam adquirindo crédito. Na verdade, os teóricos explicam, que, principalmente, nos momentos de incerteza, as empresas precisam manter fluxo de caixa, mesmo com taxas mais altas”.

Com informações da Agência Brasil

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