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domingo, 16 DE fevereiro DE 2025

Indústria de papel e celulose investe na diversidade de produtos

Setor de Papel e Celulose, que responde por 7,5% do PB capixaba, aposta em novos negócios que vão desde a produção de roupas até produtos de higiene

Por Cristiano Stefenoni

Diversificação. Esta é a palavra que define o novo cenário da celulose no Espírito Santo. Antes vista apenas como uma commodities de fibras à base de madeira, hoje, a matéria prima produzida no Estado – que corresponde a 7,5% do Produto Interno Bruto Capixaba – visa dominar toda a cadeia: da muda de eucalipto ao produto que chega à casa do consumidor, desde a produção de roupas até produtos de higiene.

“Atualmente o setor tem um impacto enorme em compras de fornecedores locais. Anualmente são, aproximadamente, R$ 3 bilhões comprados de fornecedores capixabas, em 70 dos 78 municípios do Estado. Isso é uma prova de como o setor pode transformar a realidade econômica dos municípios capixabas”, afirma o consultor de Relações Corporativas da Suzano, Alan Mori Brito.

Mercado interno continua sendo o maior consumidor de papel enquanto a celulose tem maior comercialização no exterior - Foto: Divulgação
Mercado interno continua sendo o maior consumidor de papel enquanto a celulose tem maior comercialização no exterior – Foto: Divulgação

Ele explica que os novos investimentos da Suzano, voltados à verticalização das etapas de produção, começaram a mudar a característica exportadora das commodities do setor para viabilizar a transformação em produtos finais com maior valor agregado. “Também há perspectiva de parcerias estratégicas com instituições e empresas focadas no desenvolvimento de novos produtos: fossil to fiber. Um exemplo disso é a aquisição de 15% da Lenzing, companhia austríaca que é líder global na fabricação de fibras à base de madeira, fornecendo matéria-prima para a produção de roupas, têxteis para o lar e produtos de higiene”, ressalta o consultor, que completa: “Um outro exemplo são as parcerias para desenvolvimento de biocombustíveis (parceria envolve, por exemplo, a Eletrobras – produção de hidrogênio verde); e a Galp, Vibra e Embraer (combustível sustentável para aviação – SAF)”.

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O consultor da Suzano também cita alguns desafios para o setor em 2025: “A volatilidade de preços, os percalços logísticos, a disponibilidade de mão de obra qualificada e, claro, os impactos causados pelas mudanças climáticas, além de um desafio significativo no Estado de disponibilidade de madeira, que encarece o custo da celulose produzida em terras capixabas”, pontua Brito.

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Indústria de papel e celulose investe na diversidade de produtos

Investimentos aumentam no país

A indústria de papel e celulose anunciou, em agosto, investimentos de R$ 105 bilhões no país até 2028, com abertura de novas fábricas, ampliação de plantas já existentes e obras de infraestrutura logística para escoamento da produção. “São investimentos em regiões, via de regra, com baixíssimo dinamismo econômico”, disse Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os maiores projetos envolvem as empresas Arauco (R$ 25 bi), Suzano (R$ 22,2 bi), CMPC (R$ 25 bi), Bracell (R$ 5 bi) e Klabin (R$ 1,6 bi). As novas unidades serão alocadas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul e devem gerar 7,3 mil empregos quando as unidades entrarem em operação.

Comercialização da Suzano no país no terceiro trimestre de 2024

  • Quantidade total de celulose vendida pela companhia: 2,6 milhões de toneladas, 6% a mais que no mesmo período no ano passado;
  • Quantidade total de papel vendido pela companhia: 360 mil toneladas de papel, crescimento de 9% em relação ao mesmo período no ano passado;
  • A companhia registrou receita líquida de R$ 12,3 bilhões, alta de 37% na comparação com mesmo trimestre do ano passado;
  • O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) saltou 77%, na mesma base de comparação, para R$ 6,4 bilhões;
  • A margem Ebitda passou de 40% para 52%.

Sustentabilidade

Indústria de papel e celulose investe na diversidade de produtos
O veículo pode economizar até 8.300 litros de diesel por mês e evitar a emissão de cerca de 21 toneladas de CO2 – Foto: Divulgação

A Suzano e a VIX Logística, empresa do grupo Águia Branca, firmaram uma parceria para testar o caminhão elétrico de alta capacidade “Atlas” na Unidade Aracruz (ES). O veículo, o primeiro do Brasil a atingir a capacidade máxima de tração de até 120 toneladas, foi adaptado para operar com propulsão elétrica e está sendo integrado às operações de transporte de celulose da Suzano.

Desenvolvido a partir do chassi Mercedes Benz Axor 3344, o Atlas utiliza baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP), proporcionando economia de até 8.300 litros de diesel por mês e evitando a emissão de cerca de 21 toneladas de CO2. O teste, iniciado em maio, faz parte dos esforços da Suzano para melhorar a sustentabilidade de sua frota, com potencial para reduzir em até 20% a emissão de poluentes no transporte entre a fábrica e o Portocel.

*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.

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