Segundo o presidente da Findes, resultado reflete o bom momento da indústria capixaba mas aumenta a responsabilidade frente aos desafios que virão em 2025
Por Cristiano Stefenoni
Os números do Observatório Findes mostram que o Espírito Santo tem assumido cada vez mais o protagonismo nacional quando o assunto é crescimento industrial. No último resultado divulgado em outubro de 2024, por exemplo, o setor registrou um crescimento de 6,1% no acumulado dos últimos 12 meses, bem acima da média nacional que foi de 2,4%.
“Nosso Estado cresceu mais do que o Brasil durante o ano de 2024. Entre os motivos está o fato de a gente ter um bom ambiente de negócios aqui no nosso Estado, criado nas últimas duas décadas, onde temos, de fato, uma aproximação muito grande com o Governo do Estado, com a Assembleia Legislativa e com o Judiciário”, afirma o presidente da Findes, Paulo Baraona.
Segundo ele, alguns setores tiveram mais destaques do que outros, mas no geral, ambos foram positivos. “Tivemos alguns bons resultados como a do setor de transformação, que voltou a ter resultados muito positivos. Já o segmento de petróleo e gás diminuiu um pouco em relação ao ano passado, quando havia crescido bastante, mas mesmo assim mesmo foi importante para o nosso crescimento também”, afirma.
Baraona explica que há um entendimento comum – com o poder público – de que, na parceria com as indústrias, todos saem ganhando. Atualmente, o Espírito Santo tem 19.200 indústrias, que geram mais de 250 mil empregos formais e representam um terço do PIB Capixaba.

“São números realmente bastante expressivos e que mostram a pujança do nosso crescimento da indústria nos últimos anos. Quando a indústria cresce, ela faz com que todo o seu entorno cresça junto, ou seja, demanda mais fornecedores, além de gerar mais empregos e renda para a população”, justifica Baraona.
O presidente explica que o bom momento da indústria capixaba também tem a ver com o aproveitamento logístico do Estado. “Se levarmos em consideração que nosso Estado fica em um raio de 1200 quilômetros e alcança 60% do PIB nacional e das maiores cidades do país, temos uma localização geográfica esplêndida e com um potencial enorme. Temos ainda vários portos sendo construídos, investimentos sendo feitos nessas áreas. Então, o Estado tem se tornado um hub de logística muito importante para o Brasil”, ressalta.
O desafio da reforma tributária
De acordo com Baraona, todas essas vantagens serão de suma importância para o Estado enfrentar as possíveis perdas com a reforma tributária. “O Governo do Estado está muito atento a isso e nós, da Federação das Indústrias, da mesma forma, contribuindo muito para que a gente ache alternativas para essa possível perda, principalmente, pelo fato de nós sermos um Estado que, do ponto de vista de consumo, pequeno”, enfatiza.
Apesar do iminente transtorno previsto com a questão fiscal, o presidente da Findes ressaltou que a federação tem feito a sua parte para ajudar nesse delicado momento para o setor. Segundo o Instituto Jones dos Santos Neves, a partir da Carteira de Investimentos Anunciados e Concluídos, a indústria capixaba deve realizar investimentos de R$ 89,7 bilhões até 2028.
“Mesmo diante dos desafios diários, a indústria se adaptou e cresceu. Debatemos e aprovamos pautas importantes para o setor industrial como a Reforma Tributária. Também tivemos avanços por meio do lançamento da Nova Indústria Brasil, política que coloca a indústria de volta ao centro da estratégia do desenvolvimento do país”.
Meta é fortalecer ainda mais a indústria capixaba
Apesar dos bons números apresentados pela indústria capixaba, o presidente da Findes enfatiza a preocupação da federação em fomentar ao máximo cada segmento. Para isso, o Sesi e o Senai têm ajudado as indústrias na melhoria de processos e na inovação.

O Senai Tecnologia e Inovação atendeu, até o mês de outubro, quase 500 empresas no Estado. As que participaram do programa Brasil Mais Produtivo (B+P) tiveram um aumento médio de produção nas empresas de 40%.
Já o Sesi Saúde deve atender os 78 municípios até o final do ano. Ao todo, mais de 2 mil empresas e mais de 63,5 mil trabalhadores foram atendidos com serviços de saúde e segurança do trabalho (SST).
A meta, segundo ele, é continuar avançando em pautas estratégicas para o desenvolvimento do país e estar atento, por meio das câmaras e dos conselhos, a todas as propostas e projetos de lei que possam impactar de alguma forma o setor.
“Temos contribuído diariamente para que o ambiente de negócios do Estado seja cada vez melhor, tanto para tornar as empresas locais mais competitivas, quanto para atrair negócios para o Estado. É importante dizer que a Federação vem dando atenção e atuando em prol da pequena à grande indústria, pois queremos que todas as empresas ampliem a produtividade e cresçam cada vez mais. Vamos continuar seguindo o nosso propósito de transformar vidas e impulsionar negócios para desenvolver o Espírito Santo”, enfatiza Baraona, que conclui: “Temos uma conexão extremamente forte e importante para o crescimento do Estado, para o desenvolvimento e geração de empregos na indústria. Além disso, a indústria tem se transformado bastante, com um pátio industrial muito diversificado, o que mostra como o nosso Estado tem sido atrativo nos últimos anos”.
*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.

