O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro para acompanhar a evolução dos municípios brasileiros e os resultados da gestão das prefeituras, apontou que o Espírito Santo permanece na 7ª posição no ranking nacional, devido principalmente à queda na vertente Emprego & Renda (6,2%). Vitória desce uma posição no ranking das capitais brasileiras e passa a ocupar a 2ª colocação, abaixo de Curitiba.
As cidades de Vitória, Aracruz, Serra e Vila Velha, com índices acima de 0,8 pontos, têm alto desenvolvimento humano. A capital se destaca no IFDM-Emprego & Renda, com 0,9062. No outro extremo do ranking, entre as menos desenvolvidas, aparecem Ibitirama, Mucurici e Pedro Canário, com desenvolvimento regular.
Os dados considerados são de 2007. A média brasileira do IFDM foi de 0,7478, superior aos 0,7376 de 2006 (alta de 1,4%). O IFDM considera indicadores de saúde, educação, emprego e renda e varia numa escala de 0 (pior) a 1 (melhor) para classificar o desenvolvimento humano. Os critérios de análise estabelecem quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento humano.
Setenta e três dos 78 municípios do estado avançaram no IFDM. Na lista das cidades capixabas, três não faziam parte dos dez melhores em 2006: Iconha subiu da 14ª posição para a 8ª, graças à melhora nos indicadores de Saúde (variação positiva de 6,4%) e Educação (9,3%); Cariacica teve crescimento do IFDM, de 0,7570 para 0,7764, pulando da 13ª para a 9ª posição; e Venda Nova do Imigrante passou à 10ª colocação por causa da educação (6,6%).
Na análise por áreas de desenvolvimento, o IFDM-Educação subiu 3,9%, com 0,7552 pontos, e foi a mais alta entre as três vertentes. Governador Lindenberg obteve o melhor índice neste quesito (0,9207), seguido de Mailândia (0,9102). O município de Irupi obteve a maior variação positiva em educação, crescendo 25,8% neste indicador: de 0,57840 para 0,7279.
O índice de Saúde do estado, de 0,8281 contra 0,8176 do ano anterior, obteve crescimento de 1,2%. O município com melhor IFDM em saúde é Laranja da Terra (0,9207), cujo crescimento no indicador foi de 2,1%. Emprego & Renda apresentou queda expressiva de 6,6%. Jerônimo Monteiro foi a cidade com maior variação positiva de emprego e renda (71,6%), passando de um índice 0,1908 para 0,3275.
Na variação geral do IFDM, Fundão cresce 13,5% no índice, ao passar de 0,6576 para 0,7465. No extremo oposto, Apiacá obteve variação negativa de 10% ao registrar índice 0,5800, contra 0,6444 em 2006.
O Estado do Espírito Santo se mantém acima da média nacional em Educação e Saúde, mas permanece com desenvolvimento moderado em Emprego & Renda.
No País, 57 milhões vivem em cidades de alto desenvolvimento
A pesquisa nacional do IFDM apontou que, em 2007, 31,4% dos brasileiros, ou 57 milhões de pessoas, viviam em cidades de alto desenvolvimento, enquanto 22%, ou 40 milhões, ainda não tinham serviços de qualidade na educação e na saúde e nem acesso a um mercado formal de trabalho estruturado.
No entanto, o País conseguiu reduzir o número de cidades de baixo desenvolvimento, até 0,4 pontos, para apenas 0,6% em 2007, contra 18,25% em 2000, primeiro ano de mensuração do índice.
Aumentou o processo de concentração de municípios com índices entre 0,6 e 0,8 pontos, migrados de faixas inferiores, o que mostra tendência de redução da desigualdade entre os níveis de desenvolvimento das cidades. A média brasileira do IFDM foi de 0,7478, 1,4% superior aos 0,7376 de 2006 e se confirmando na faixa do desenvolvimento moderado. Em 2000, primeiro ano apurado, a média nacional era de 0,5954 pontos, o que significava um desenvolvimento regular.
Em 2000, apenas 30,1% dos municípios brasileiros apresentavam índices na faixa de 0,6 a 0,8 pontos. Em 2006, o percentual saltou para 46,4%, passando em 2007 para 51,3%. Apenas 19 municípios apresentavam alto desenvolvimento em 2000. Agora, esse número é de 226.
Pela primeira vez, educação apareceu como área de desenvolvimento de maior influência no desempenho do índice geral, enquanto saúde manteve a trajetória de ascensão vagarosa. Emprego e renda foi a área que registrou pequena acomodação.
Araraquara (SP) tem o melhor índice; Marajá do Sena (MA), o pior
No ranking municipal de todo o País, em 2007, a liderança coube a Araraquara (SP), com 0,9349 pontos, e o menor índice, a Marajá do Sena (MA), com 0,3394 pontos. Apenas três capitais figuraram entre os 100 primeiros colocados do ranking em 2007, o que mostra a continuidade do processo de interiorização do desenvolvimento: Curitiba, Vitória e São Paulo, contra quatro em 2006. Belo Horizonte deixou a lista.
Entre as capitais brasileiras, a liderança do ranking do IFDM 2007 não variou muito em relação a 2006, com algumas trocas entre as primeiras posições: Curitiba (0,8687) passou a ocupar o 1º lugar, que era de Vitória, agora em segundo com 0,8669. São Paulo (0,8469) continua na 3ª posição. Campo Grande (0,8351) deu um salto da 7ª para a 4ª posição, e Goiânia (0,8239), da 10ª para a 7ª.
Levando em conta os 100 primeiros municípios, entre 2006 e 2007, foram observadas algumas alterações na presença dos estados. São Paulo manteve 81 municípios entre os top 100. Santa Catarina teve cinco, o Rio de Janeiro passou de dois para quatro, e Minas Gerais aparece com três. Espírito Santo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul têm uma cada.
No ranking dos estados, São Paulo e Paraná são os únicos a registrar alto nível de desenvolvimento. No entanto, 23 das 27 unidades da Federação (contando o DF) melhoraram ou mantiveram seus índices. Por regiões, o Centro-Oeste se destacou aumentando a presença entre os 500 melhores índices, principalmente graças a Goiás. Já entre os 500 menores IFDMs 96,2% vêm do Norte e do Nordeste. A Bahia continua com o maior número de representantes, seguida do Maranhão, Pará e Piauí.
Quando se analisa os índices que compõem o IFDM, aparecem alguns destaques. Em educação, por exemplo, a liderança absoluta é de São Paulo, com 92 dos 100 primeiros colocados. O Paraná lidera em saúde, embora o Rio Grande do Sul tenha nove municípios com a nota máxima (1) e 54 cidades entre as 100 primeiras. Em emprego e renda, o Rio de Janeiro aparece em primeiro, trocando de posição com São Paulo, agora em segundo.
IFDM é o único com periodicidade anual e recorte por municípios
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) foi construído para atender a uma das ações propostas no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, elaborado há quatro anos com a participação de mais de mil pessoas entre empresários, técnicos e especialistas e acadêmicos de diversas áreas. Todos os anos o IFDM é divulgado, e a sociedade pode acompanhar a evolução do desenvolvimento.
O IFDM supre a inexistência de um parâmetro para medir o desenvolvimento sócio-econômico dos municípios e distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional. O mais bem-sucedido entre os demais indicadores, o IDH-M, criado pela Organização das Nações Unidas, por exemplo, baseia-se em dados do censo demográfico, realizado a cada 10 anos.
As fontes de dados do IFDM são oficiais e sua metodologia permite a comparação quantitativa serial e temporal dos municípios analisados, possibilitando inclusive a agregação por estados. A comparação entre municípios ao longo do tempo mostra, com precisão, se uma melhor posição no ranking se deveu a fatores exclusivos de um determinado município ou à piora dos demais. A comparação absoluta de cada município permite medir se as políticas públicas resultam em melhores condições socioeconômicas para a população.
Os dados oficiais mais recentes que estão disponíveis, específicos para os municípios e utilizados para medir as três áreas (emprego e renda, educação e saúde) que compõem o índice, são de 2007. Em cada uma dessas áreas, os municípios, capitais e estados do país podem ser comparados entre si no grupo a que pertencem, isolada e evolutivamente. Em 2008, ano de sua primeira edição, o IFDM foi calculado para 2000 e 2005.