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quinta-feira, 18 abril, 2024

O incêndio no Museu Nacional e o valor que não damos à cultura

Não é “apenas” um museu incendiado. É a morte de uma rica parte da História.

É a deterioração da já desvalorizada cultura brasileira acontecendo a passos largos diante de nossos olhos e sem que nada efetivo seja feito. É o descaso com todo o estudo e pesquisa dedicados à constituição de um rico acervo científico. Não foi “apenas” um acidente. Foi crime. Crime de omissão contra a conservação do nosso patrimônio histórico e cultural.

Não há restauração que ajude. Não há milhões investidos em reparos que recupere o que se perdeu ali, naquelas chamas. Não há como mensurar a perda. Perdemos também, com a destruição do museu, mais um pouco do que ainda nos resta de dignidade. E o triste é saber que poucos de nós têm real dimensão disso, simplesmente porque somos um país que não estimula em seu povo o entendimento do valor incalculável da cultura.

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As pessoas lamentam, sim, a tragédia. Postam “luto” em suas redes sociais. A maioria de nós fez isso. Mas poucas têm noção da amplitude e da gravidade do estrago feito naquele museu que há 200 anos contribuía para a preservação da História. Aliás, há até quem não dê valor à História (políticos, inclusive). E isso é ainda mais triste.

Na semana do incêndio no museu do Rio de Janeiro, dediquei algumas horas a explicar para meu filho de 7 anos o que aquela perda representava e por que preservar nossa História é tão essencial ao nosso desenvolvimento.

Quando estudamos a História (e só é possível pelos livros e pelo que se guarda, cuidadosamente, nos acervos culturais, como os museus) nos deparamos com o que os homens foram e fizeram, e isso, obviamente, nos ajuda a compreender o que podemos ser e fazer.  Nossa História é muito mais do que apenas mero conhecimento. Ela nos ajuda, imensamente, na tarefa de construir um mundo melhor e uma sociedade mais justa.

Que a gente reflita mais sobre o que está sendo feito com a cultura do nosso país. Que a gente ensine nossas crianças a amarem a História e tudo o que se preserva dela. Não haverá nunca um país melhor se a gente não valorizar e recolher as informações do passado para tentar recriar o presente.


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