As remessas de dinheiro do Brasil para o exterior dispararam e já somam US$ 1 bi, em comparação a US$ 300 mil em 2008. Esses números foram revelados nesta segunda-feira (13) durante o IMTC ( International Money Transfer Conference), que realizou até esta terça-feira (14) seu primeiro encontro no Brasil.
Hugo Cuevas-Mohr, diretor do IMTC, afirmou durante o evento, em São Paulo, que os números sobre transferência de dinheiro para o Brasil e a partir do País não podem ser considerados exatos, pois existe o mercado informal. Mesmo assim, ele lembrou que tem havido forte crescimento das remessas a partir do Brasil “e a tendência é que o ritmo de crescimento continue acelerado”.
Na outra ponta, as remessas de recursos do exterior para o País têm se mantido estáveis, no nível de US$ 6 bilhões ao ano aproximadamente.
Durante o encontro do IMTC, Massimo Cirasino, diretor do Grupo de Desenvolvimento do Sistema de Pagamentos do Banco Mundial, informou que o total de transferências de recursos realizadas no mundo somou US$ 350 bilhões no ano passado, uma alta de 8% em comparacao a 2010. Na previsão de Cirasino, o total de remessas vai crescer entre 7% e 8% ao ano entre 2012 e 1014. “Voltamos aos niveis de antes da crise de 2008”, garantiu Massimo Cirasino.
O especialista do Banco Mundial lembrou, no entanto, que os custos das remessas têm apresentado alta: “O aumento desses custos foi de 9,3% no terceiro trimestre de 2011”, alertou.
No Brasil, no entanto, os custos de transferências de recursos vão à direção contrária. Também presente ao encontro do IMTC, Geraldo Magela, gerente executivo de Normatização de Câmbio e Capitais Estrangeiros do Banco Central, atribui essa redução de custos a medidas adotadas pela instituição nos últimos anos para facilitar as remessas. “A operações de até US$ 3 mil, por exemplo, foram simplificadas e para realizá-las o cliente precisa apenas se identificar, sem a necessidade de firmar contrato de câmbio”, afirmou.
Na mesma linha, Tarcísio Rodrigues Joaquim, diretor da Área Internacional do Banco Paulista, recordou durante o encontro do IMTC que, há cerca de dez anos, uma operação de remessa ao exterior custava em media US$ 30, mas que com a desburocratização adotada pelo Banco Central esse nível caiu para uma media entre US$ 1,50 e US$ 5.
O encontro do IMTC aconteceu até esta terça-feira (14), e teve palestras e debates sobre temas como desafios da regulacão e compliance no Brasil; transferência de recursos nas fronteiras do Brasil; como combater o mercado paralelo, remessas via mobile e internet, entre outros temas.