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quinta-feira, 25 abril, 2024

Imagine não haver o Terceiro Setor

Os líderes são motivados pela construção de um presente e um futuro mais justos, eles doam recursos e tempo a entidades sem fins lucrativos com propósitos tão nobres quanto necessários: assistir, promover e transformar vidas e comunidades em situação de vulnerabilidade

Por Robson Melo

John Lennon nos diz, em uma de suas músicas mais conhecidas, que o mundo pode ser melhor e que ele não é o único a sonhar com isso. [You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one].

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Concordo. Afinal, é sonhando com dias melhores para toda a sociedade e, especialmente, para os mais necessitados que líderes por todo o mundo criam associações, institutos, fundações. Motivados pela construção de um presente e um futuro mais justos, eles doam recursos e tempo a entidades sem fins lucrativos com propósitos tão nobres quanto necessários: assistir, promover e transformar vidas e comunidades em situação de vulnerabilidade.

Voltando à famosa música dos Beatles, proponho aqui uma reflexão: vamos imaginar. Não só como a letra da música, que sonha com um mundo mais justo, sem fome ou desigualdade, mas imaginemos uma sociedade sem hospitais filantrópicos, sem casas de apoio e albergues, sem fundações educacionais, sem institutos de arte, cultura e inovação. Uma sociedade sem movimentos de defesa dos direitos, sem ONGs ambientais, esportivas, de apoio a idosos… Como dizem na gíria muito usada pelos capixabas, “sem chance”…

Fundamentais para defender e promover causas sociais e políticas, essas organizações, que compõem o Terceiro Setor, são essenciais para a construção de uma sociedade justa e um Estado realmente democrático.

Para o Poder Público que, por uma série de razões, muitas vezes não tem estrutura suficiente para atender todas as demandas e deixa lacunas importantes na assistência social, a ação voluntária e espontânea dessas entidades desponta como valiosa aliada; seja para complementar a atuação governamental, seja para substitui-la no atendimento à população em atividades como saúde, arte, cultura, educação, meio ambiente e outras.

As empresas, importantes pilares que ajudam a sustentar as inúmeras demandas do Terceiro Setor, têm contribuído substancialmente para a sobrevivência e profissionalização do segmento. Com seus recursos e voluntários, elas se unem cada vez mais às organizações sociais para promover seu fortalecimento. Ainda que a produção e a prestação de serviços constituam os principais focos dos seus negócios, a iniciativa privada sabe que faz parte de um amplo tecido social. Assim como o ser humano, nenhuma empresa é uma ilha. E é gratificante constatar que, em sua grande maioria, a iniciativa privada tem desempenhado muito bem o seu papel cidadão e correponsável.

Não à toa, portanto, que Estado e empresas têm mantido um diálogo constante com o Terceiro Setor em prol das ações sociais. O objetivo final de todos é, como costumamos dizer nesta importante parceira, o lucro social. Um lucro que muitas vezes transcende os próprios resultados econômico-financeiros e sociais, gerando outros bons frutos como empregos e renda para profissionais de nível médio e superior, e engajamento e fortalecimento do trabalho voluntariado.

Todo esse trabalho de ação solidária envolve e demanda, é claro, investimentos. Reconhecendo seu inestimável protagonismo, empresas estabeleceram ferramentas para apoiar o setor por destinação de recursos ou publicação de editais privados para seleção de projetos apoiados, e o

Poder Público criou leis de incentivo para fomentar entidades e projetos, como os ação emergencial (vide decretos de calamidade pública), de ação promocional (financiamentos, por exemplo) e de transformação (pesquisas e suas aplicações práticas), além de apoiar o melhor arranjo organizacional. Apoios imprescindíveis para um setor com importante papel a cumprir na sociedade.

Por hoje, é isso. O assunto não se encerra aqui, nem se encerrará tão cedo. Há muito por ser aqui exposto e conversado. Até um próximo momento.
Imagine não haver o Terceiro Setor

Robson Melo é Presidente da Fundaes, Federação do Terceiro Setor no Espírito Santo

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