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sábado, 20 abril, 2024

Gratz, Bené e Stefenoni são presos pela PF

Eles foram condenados por participação no esquema de fraudes na transação de créditos fiscais entre Samarco e Escelsa, no ano de 2000. 

O ex presidente da Assembleia Legislativa, José Carlos Gratz; o ex-tesoureiro da campanha de José Ignácio Ferreira, Raimundo Benedito de Souza, o Bené; e o seu ex-chefe de Gabinete, Rodrigo Stefenoni foram presos, na manhã desta quarta-feira (26), pela Polícia Federal.

Os três foram condenados por participar de fraudes na transação de créditos fiscais entre Samarco e Escelsa, em 2000. As ordens de prisão, expedidas pelo juiz da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, Victor Berger Coelho, atendem ao pedido do Ministério Público Federal (MPF).

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Condenados em 2011 pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público), tiveram a sentença mantida pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em dezembro de 2013. Mesmo havendo ainda recursos pendentes de julgamento, puderam ser presos com o fim da exigência do trânsito em julgado para o início do cumprimento das penas.

O ex-deputado Gratz foi condenado a sete anos de reclusão, Bené a seis anos e quatro meses e Stefenoni a quatro anos e seis meses. E também deverão pagar multas que variam de 90 a 180 dias-multa, sendo cada unidade equivalente a um salário mínimo à época dos fatos.

O MPF denunciou o ex-governador José Ignácio e secretários estaduais por uma operação fraudulenta de créditos de ICMS, gerados pela Lei Kandir, para abastecer campanhas políticas em 2000. Segundo a denúncia, uma conta pessoal de Bené teria sido usada para movimentar cerca de R$ 5 milhões de caixa 2.

Ainda segundo o MPF, havia um “comitê informal” responsável por dividir as tarefas. O grupo era formado pelos ex-deputados José Tasso e Gratz e pelo ex-secretário da Fazenda José Carlos da Fonseca Júnior, atual secretário-chefe da Casa Civil.

Apesar de ter sido condenado, José Ignácio teve sua punibilidade extinta. E a denúncia contra José Carlos da Fonseca foi desmembrada pelo foro especial, pelo fato dele ser diplomata. Já Marcelo de Abreu Lima, acusado de ser um dos operadores do esquema e condenado a três anos de reclusão, teve a pena substituída pelo pagamento de multa.

Prisões

O advogado de Bené e de Stefenoni, Hélio Maldonado, afirmou que os dois foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana. Anteriormente, segundo  defesa, a Justiça já havia indeferido o pedido de prisão do MP, mas com a chegada de um novo juiz o pedido foi revisto.

O advogado afirmou que a prisão aconteceu por conta de desvios de dinheiro da Fundação Augusto Ruschi, e que a defesa irá recorrer.

Fundação Augusto Ruschi

Em 2001, o Ministério Público abriu uma investigação para apurar o sumiço de R$ 4 milhões e 396 mil da conta da Fundação Augusto Ruschi, depositados em uma conta da Cooperativa de Crédito dos Servidores da Escola Técnica (Coopetfes).

O dinheiro resultava de um convênio com o governo do Estado para a transferência do ICMS de empresas à fundação. No entanto, a ordem para o saque não possui nenhuma assinatura. naquela época, chegou a circular a notícia de que o ex-secretário de Governo e cunhado de Ignácio, Gentil Ruy, supostamente teria assumido a responsabilidade pela transferência dos recursos para a Coopetfes. Em 2011, Raimundo Benedito de Souza Filho, o Bené, foi condenado a 19 anos de prisão por prática de crimes de gestão fraudulenta e apropriação indébita.

Na gestão de Zé Ignácio, o governo do Espírito Santo transformou a pequena cooperativa privada em banco informal do Estado. Investigações do Ministério Público e da CPI da Propina apontaram que a instituição recebeu, pelo menos, R$ 7,3 milhões de recursos públicos desviados e ainda movimentou dinheiro de campanha do governador José Ignácio (PSDB) em 98.

Gratz

Em 30 de março, Gratz começou a cumprir pena por condenação de quatro anos, em regime aberto. A juíza da 9ª Vara Criminal, Claudia Vieira de Oliveira Araújo, determinou que ele permanecesse em casa, entre 22h e 5h.

Condenado pelas obras realizadas em Cobilândia, Vila Velha, ele teve seus direitos políticos cassados em 2002. No ano seguinte, acusado de vários crimes, renunciou à presidência da Ales.

Em 2013, foi preso por pagamento de propina a deputados estaduais para garantir a reeleição de 2000. Ficou cinco meses na cadeia. Em março de 2016, teve 18 processos de improbidade administrativa extintos pela Justiça Federal, decisão fundamentada na nulidade de provas.

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