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quinta-feira, 5 DE dezembro DE 2024

No Rio falido, governo quer contratar serviço de táxi aéreo

Devendo salários aos servidores há quase 3 meses, o governo do Rio de Janeiro abre edital em que prevê gastar R$ 2,5 milhões na contratação de uma empresa de táxi aéreo para servir o governador 

Em meio a mais grave crise financeira do Rio de Janeiro, o governo do Estado lançou, nesta quinta-feira (10), edital que prevê gastar até R$ 2,5 milhões com serviço de jato executivo para servir o “chefe do poder executivo do estado”.

A publicação gerou muita polêmica. Isso porque, diante de uma folha de pagamento em atraso há quase três meses, se o governador optasse por voos comerciais, o custo seria imensamente menor. Com esse valor, daria para resolver uma demanda ou participar de uma reunião qualquer em Brasília mais 1.500 vezes.

EXIGÊNCIAS

Segundo o edital,  a aeronave deve ter banheiro privativo em compartimento independente da cabine de passageiros, para maior privacidade. Além disso, poltronas giratórias para reuniões, e altura mínima de cabine de 1,75m, para acomodar os passageiros mais altos. Luiz Fernando Pezão tem 1,90m de altura.

O documento exige ainda que seja um avião a jato, com duas turbinas, capacidade mínima de seis passageiros, além da tripulação. Também deve ter velocidade mínima de cruzeiro de 750 km/h, autonomia mínima de 3 horas e meia de voo, sendo capaz de percorrer uma distância de 2.200 quilômetros.

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Dirigentes sindicais classificaram o fato como “inversão de prioridades”. Em uma realidade em que o servidor está “praticamente passando fome”, o estado quer contratar um serviço que é “uma regalia do governador”.

JUSTIFICATIVA OFICIAL

De acordo com o próprio governador, a contratação tornará possível ir do Rio de Janeiro às principais capitais nacionais, como Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.Por nota, governo argumentou ser “imprescindível garantir que os integrantes do Poder Executivo tenham flexibilidade de horários de voos e disponibilidade de aeronaves para deslocamentos de trabalho e emergências”.

Ainda segundo o governo, o valor do contrato, de até R$ 2,5 milhões, estabelece um limite máximo de valor que, no entanto, estará vinculado ao uso do serviço. Ou seja, se não houver necessidade da utilização do total de voos previsto no contrato, o desembolso do estado será inferior ao valor estipulado.

Por fim, o governo afirma que a contratação é necessária devido à expiração do contrato anterior para a prestação desse serviço, firmado em 2012, no valor de R$ 3,4 milhões.

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