O Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), e a Fibria confirmaram nesta quinta-feira (12) um convênio técnico para promover o reflorestamento em áreas rurais do interior do Estado. O compromisso, firmado no Palácio Anchieta, faz parte das ações do Programa Estadual de Ampliação da Cobertura Florestal (Reflorestar) e tem capacidade para ampliar em dois mil hectares a cobertura florestal em terras capixabas.

Participaram da solenidade o governador Renato Casagrande, os secretários de Estado da Agricultura Enio Bergoli, de Governo, Robson Leite, interino do Meio Ambiente e presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Aladim Fernando Cerqueira, o gerente de Operações Florestais da Fibria, Aires Galhardo, o gerente de Silvicultura da Fibria, Sebastião Andrade, o presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair Vieira de Melo, a presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Lenise Loureiro, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo (OCB/ES), Esthério Colnago, o deputado Estadual Gildevan Fernandez e outras autoridades de instituições ligadas ao setor.

O convênio, no valor de R$ 1,14 milhão, será destinado ao repasse pela Fibria para a produção e disponibilização de quatro milhões de mudas de eucalipto com alta qualidade genética e sanitária em dois anos (2012 e 2013) e financiar a realização de estudos, pesquisas, ações na área de silvicultura e desenvolvimento florestal.

“O Espírito Santo precisa produzir madeira, que é um produto muito demandado pelo mercado capixaba. O convênio vai ajudar a ampliar a área de floresta e alcançar a meta do nosso Programa ‘Reflorestar’, que é aumentar em 30 mil hectares as florestas até 2014. A agricultura leva desenvolvimento a todos os municípios capixabas e fortalece a economia do Estado”, destaca o governador Renato Casagrande.

Com a nova parceria, os proprietários rurais interessados em participar terão à disposição mudas de essências florestais nativas e agrícolas, materiais para construção de cercas para proteção de nascentes e corpos d’água, orientação para recomposição de reserva legal e para o desenvolvimento da silvicultura para fins de natureza econômica, de recomposição florestal e de interesse ambiental.

“Este é um momento importante, pois estamos dando continuidade a uma ação iniciada há mais de duas décadas. A ideia de reflorestar é sempre manter o solo coberto. A atividade florestal está presente em 28 mil propriedades capixabas, mas a demanda no Estado é tão grande que compramos 46% da madeira que precisamos. Com o convênio, estamos preservando o meio ambiente e gerando renda para os produtores. Em uma próxima etapa, vamos quantificar as áreas degradadas para saber onde os esforços devem ser concentrados e tentar recuperar o solo nessas regiões”, ressalta o secretário da Agricultura, Enio Bergoli.

Os produtores interessados em participar do programa devem se cadastrar na unidade do Incaper no município onde está localizada a propriedade rural. A participação é aberta em todos os municípios capixabas.

“As empresas devem se preocupar cada vez mais em ter um desenvolvimento econômico, não deixando de fora os aspectos sociais e ambientais. Com esta parceria, o Governo do Estado está estimulando a geração de renda para os pequenos proprietários”, destaca o gerente de Operações Florestais da Fibria, Aires Galhardo.

A oferta de madeira oriunda de reflorestamento tornou-se a principal fonte de suprimento de matéria prima para pequenos e médios produtores do Espírito Santo. Atualmente a área plantada apenas com eucalipto é de 250 mil hectares, sendo que aproximadamente 76 mil hectares pertencem aos donos das propriedades que fazem uso próprio e comercializam o excedente.

A madeira ofertada por esses produtores abastece atualmente 329 serrarias, que trabalham a produção de todo tipo de artefatos e peças para a construção civil, movelaria, acomodação de cargas, energia, e outros. Além disto, os silvicultores também fornecem matéria prima para 39 usinas de tratamento de madeira em todo o Estado.

Programa Reflorestar

Conduzido pelo Governo do Estado para a integração de iniciativas que visam a conservação e recuperação dos recursos naturais, o Programa Reflorestar foi lançado em 2011 e tem orçamento na ordem de R$ 160 milhões.

“Muitas áreas degradadas do Estado já foram recuperadas e a manutenção dessa parceria com a Fibria é muito importante para o desenvolvimento dos municípios do interior. Este é um trabalho que transforma regiões sem cobertura vegetal e com índice de qualidade de vida mais baixos em terras cultiváveis e capazes de gerar renda”, ressalta o presidente do Iema, Aladim Fernando Cerqueira

O objetivo é recuperar e preservar as áreas remanescentes de Mata Atlântica, visando garantir a disponibilidade de água, a conservação do solo e a biodiversidade, criando oportunidades de renda para os produtores rurais. A meta do programa é ampliar a cobertura florestal em até 30 mil hectares até 2014.

As principais práticas do programa são: Recuperação da Mata Atlântica, Sistema Agroflorestais, Sistemas Silvipastoris e floresta manejada. O produtor rural que aderir ao Programa Reflorestar poderá receber remuneração que varia entre R$ 150,00 e R$ 220,00 por hectare ao ano.