Uma nova plataforma, perfuração de poços e descomissionamento de estruturas irão gerar novos negócios e empregos no ES
Por Amanda Amaral
Shell, Petrobras e Equinor anunciaram investimentos que pretendem realizar no Espírito Santo nos próximos anos. Entre eles: instalação de uma nova plataforma, perfuração de poços offshore (mar) e o descomissionamento de estruturas. Com isso, a expectativa é de oportunidades de negócios para fornecedores capixabas e geração de empregos diretos e indiretos.
Os planos de negócio das gigantes do setor foram apresentados na terça-feira (02), na Serra, durante o ES Oil&Gas, organizado pelo Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia (FCPGE) em parceria com a Mec Show, uma das maiores feiras do setor metalomecânico do Brasil.
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Campo Jubarte
Com uma produção de 140 mil barris em três plataformas localizadas em águas profundas do Espírito Santo, a gerente geral da UN-ES Petrobras, Eduarda Lacerda, anunciou que uma nova plataforma será instalada no litoral Sul capixaba no final de 2024. Ainda segundo ela, estão previstos projetos de novos poços e o remanejamento de outros.
A executiva não detalhou valores durante o evento, mas em ocasiões anteriores a Petrobras divulgou que a chegada do FPSO Maria Quitéria representaria investimentos da ordem de R$ 5,6 bilhões. FPSO significa unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo.
A nova plataforma vai extrair óleo e gás da camada pré-sal no campo de Jubarte, na região petrolífera denominada Parque das Baleias. O empreendimento, quando estiver operando, deve produzir 100 mil barris de óleo e cinco milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Desmonte
Contribuindo com o desenvolvimento do Espírito Santo também está a Shell, que opera desde 2009 em quatro campos e alcançou uma produção média de 42 mil barris por dia. A multinacional anglo-holandesa, que está em processo de descomissionamento (desmonte) de algumas estruturas, também está investindo em transição energética.
“Possuímos campo em descomissionamento em área de influência do Rio de Janeiro. E para o projeto, a capacitação de profissionais nesse nicho e disponibilidade é muito importante. Vejo que o Espírito Santo deve se preocupar com a capacitação de mão de obra qualificada, mas também se profissionalizar sobre sustentabilidade, em temas como licenciamento ambiental e destinação correta no descarte de produtos, por exemplo”, destacou o gerente de Segurança e Meio Ambiente da Shell, Valdir Pessoa.
Fornecedores capixabas

Já o diretor de Contratações e Suprimentos da Equinor do Brasil, Rafael Tristão, falou dos investimentos já feitos no país pela empresa, que somam mais de 11 bilhões de dólares. E a novidade são os planos de investir mais US$ 15 bilhões até o final de 2030.
“Temos portfólio de projetos diversos, procuramos trabalhar com o mercado de fornecedores de forma ampla, incluindo o mercado capixaba”, disse.
Tristão também elencou que alguns atrativos para a Equinor trabalhar com fornecedores capixabas são os benefícios fiscais e a proximidade com a base operacional em Porto do Açu. “De cinco anos para cá, duplicamos a quantidade de fornecedores capixabas que fazemos negócios, e quintuplicamos os investimentos com esses fornecedores de bens e serviços. Estamos vivendo um momento positivo de atividade, e o mais importante é que haja fornecedores capazes de entregar com qualidade os produtos e serviços”.
Investimentos até 2025
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor de óleo e o quarto de gás natural do país e abriga algumas das maiores companhias do setor. Até 2025, são esperados R$ 8,1 bilhões de investimentos no setor de petróleo e gás natural do Estado. São 19 projetos de descomissionamento aprovados para a Bacia do Espírito Santo, sendo 18 em terra e um no mar.
Além de R$ 2,4 bilhões de investimentos previstos para o descomissionamento de 680 poços de 2022 a 2026, conforme levantamento do Anuário da Indústria de Petróleo e Gás produzido pela Findes. A representatividade do segmento é de 25,4% no valor adicionado da indústria geral do ES, gerando 11,6 mil empregos diretos.
Com informações da Findes.