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quinta-feira, 13 DE fevereiro DE 2025

Gestão eficiente e eficaz exige mudança de postura

Para alcançar a eficiência, é preciso estruturar indicadores de referência que permitam tomar decisões e atingir os objetivos traçados


Temos presenciado situações que nos fazem refletir sobre a urgência em buscar eficiência na execução das ações desenvolvidas, tanto no âmbito público quanto no privado. Tal necessidade decorre de diversas situações: ineficiência do escoamento de produtos, denúncias de superfaturamento e atraso na execução de obras e serviços, inquéritos e ações protagonizadas pelos órgãos de controle contra agentes públicos e privados envolvidos em desvios de recursos, entre outras razões. Destacamos ainda o fechamento de indústrias, por não possuírem condições competitivas que sustentem sua manutenção num mercado mais aberto e globalizado.
Em quadros como esse, a busca pela eficiência é uma necessidade a ser atingida, sob o prisma das implicações sociais, para que os recursos sejam utilizados de forma sustentável, ética e responsável.

Ser eficiente exige dos gestores mudanças comportamentais. Tanto no setor privado quanto no público, o gestor deverá avaliar a eficiência da execução de sua atividade e definir as ações que devem ser empreendidas para a melhoria contínua. São necessários a definição de objetivos claros, de longo prazo, e o desenvolvimento de indicadores que permitam acompanhar efetivamente a eficiência e a eficácia com que as ações estão sendo feitas. Tais necessidades exigirão habilidade técnica dos gestores para compreensão do que, como e por quem deverá ser feito.

A premissa que definirá o indicador dependerá da percepção do gestor quanto à realidade de sua ação. Deverá comparar e analisar as ações atuais e as anteriormente efetuadas, o que lhe permitirá saber se, por exemplo, uma hora de trabalho produz agora mais ou menos do que antes, ou, ainda, se o tempo e os fatores envolvidos na produção de uma unidade de sua atividade são maiores ou menores do que aqueles que foram dispendidos no passado.

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São inúmeras as premissas que podem servir como base para a estruturação de um indicador. Mas é necessário levar em consideração os custos e as despesas indiretos, uma vez que é comum considerar apenas os diretos, o que pode prejudicar a análise. Ao elaborar um indicador para avaliação da gestão pública, por exemplo, deve ser levada em conta a despesa com um aluno da rede pública de ensino, um leito hospitalar, os desembolsos diretos originados das contratações para a execução desses serviços, bem como os indiretos, originados com a folha de pagamento dos servidores, os contratos administrativos e outros.

Acrescente-se a essas colocações que hoje os agentes econômicos exigem e cobram que, mais do que fazer, é necessário fazer bem feito.

Diante desses aspectos, não se pode falar em planejamento de longo prazo se não forem estruturados indicadores que sirvam de referência para a tomada de decisão no curto e no médio prazo quanto à melhor forma para atingir os programas traçados. Caso isso não ocorra, as atividades serão executadas e entregues, mas sem a racionalização das ações e a otimização da utilização dos recursos disponíveis.

A manutenção de uma gestão ineficiente eleva o custo Brasil e, portanto, temos de enfrentar essa situação. Contudo, é necessário ter clareza de que “nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado” (A.Einstein).

Enio Bergoli é Diretor Geral do DER/ES e Coordenador de Política Agrícola da Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros Agrônomos (SEEA)

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