27.7 C
Vitória
segunda-feira, 20 DE janeiro DE 2025

Pesquisa no ES revela como as redes sociais influenciam o comportamento da Geração Z

A pesquisa investigou o impacto das mídias digitais na construção da subjetividade dessa geração, que passa boa parte do tempo conectada

Por Fabio Gabriel

É comum, hoje em dia, observar principalmente adolescentes e jovens com o olhar fixo e os polegares na tela de um celular. Esse fato revela a influência que o mundo “ON” pode ter sobre esse público. Uma pesquisa conduzida na FAESA – Centro Universitário trouxe à tona dados reveladores sobre como as tecnologias digitais estão moldando o comportamento e as relações pessoais da Geração Z (termo utilizado para se referir àqueles que nasceram na segunda metade dos anos 90 até o início da década de 2010).

O estudo, que entrevistou 200 jovens de 16 a 29 anos, teve a duração de um ano e foi liderado pelo professor de comunicação Felipe Dall’Orto, com a colaboração das alunas Anna Lara Kapitzky Dias, Otilia Maria dos Santos Almeida e Laísa Rocha Barreto. A pesquisa investigou o impacto das mídias digitais na construção da subjetividade dessa geração, que passa boa parte do tempo conectada.

Os resultados mostram que 72,8% dos jovens ficam mais de 4 horas por dia conectados, sendo que 13,6% ultrapassam 8 horas diárias nas redes sociais. Essa conexão, em grande parte realizada por meio do smartphone, é intensificada pela velocidade de estímulos gerados pelos algoritmos das plataformas, como Instagram, TikTok e WhatsApp, que se tornaram ferramentas centrais de comunicação e consumo de informação para essa geração.

- Publicidade -

Esse excesso de tempo online, aliado ao ritmo acelerado de conteúdos consumidos, tem influenciado a forma como esses jovens percebem o mundo ao seu redor, criando uma fusão entre o real e o virtual e uma visão, muitas vezes, fragmentada da realidade.

“Eu acredito que hoje em dia é muito difícil separar nossa vida em ambiente real e virtual, pois vivemos essa realidade híbrida simultaneamente. Quando a pesquisa mostra que eles(jovens) ficam mais de 4 horas conectados, fora as outras exposições a diferentes telas é muito significativo, pois passamos a enxergar o mundo através delas(telas)”, afirmou Dall’Orto.

Prós e contras

Para o professor, a realidade digital traz aspectos positivos, com possibilidades para diferentes conteúdos e conexões, mas, ao mesmo tempo, ele alertou para os riscos: “Se feito de forma inconsequente, essa imersão nos isola de questões importantes ao nosso redor e nos coloca numa necessidade de aprovação por parte de pessoas que vivem realidades muito diferentes”, afirmou.

Apesar de muitos entrevistados afirmarem não se sentirem diretamente influenciados pelas redes, 68% admitiram já ter consumido produtos indicados por influenciadores, especialmente itens de beleza e moda. Além disso, 67% dos participantes revelaram sentir desconforto ao compararem suas vidas com as representações vistas nas redes, o que aponta para o impacto emocional gerado por esses ambientes digitais.

LEIA MAIS
Furto de energia no ES em 2024: 53 suspeitos foram conduzidos à delegacia. Foto: Conceg Energia recuperada de furto em 2024 daria para abastecer Cariacica - Foram recuperados mais de 40 GWh de energia. A EDP fez mais de 34 mil fiscalizações nos 70 municípios capixabas atendidos pela concessionária em 2024
Praça de Jucutuquara ficará pronta no primeiro semestre de 2025. Foto: Marcos Salles Praça de Jucutuquara está com 60% das intervenções concluídas - Previsão é que a praça seja entregue ainda no primeiro semestre deste ano
Pesquisa no ES revela como as redes sociais influenciam o comportamento da Geração Z
Professor Felipe Dall’Orto e as alunas que participaram da pesquisa

Viver “OFF” em um mundo “ON”

 

Ao mesmo tempo em que se destaca o poder da influência, também surge a percepção de diversos mercados nas redes, como a publicidade, a informação e até os serviços públicos. “Essa realidade está posta e cada vez mais fará parte das nossas vidas. Acho que, em breve, a exclusividade será justamente poder viver a desconexão”, destacou o professor, que também fez uma leitura sobre o mundo dos negócios: “Pensando mercadologicamente, optar por abrir mão do ambiente virtual é abrir mão de uma fatia muito expressiva de consumidores.”

O professor Felipe Dall’Orto ressalta que a pesquisa evidenciou como as redes sociais funcionam como um espaço de pertencimento para a Geração Z, que busca validação e conexões com seus pares de maneira constante. Além disso, essa geração navega entre o mundo digital e o físico com facilidade, adaptando-se a um ritmo acelerado e utilizando as plataformas para se expressar e participar ativamente de processos. “A Geração Z utiliza as redes para se sentir pertencente e estabelecer conexão, ao mesmo tempo em que vive as realidades online e offline de forma acelerada, com mais fluidez e desejo de fazer parte dos processos, e não apenas receber os resultados”, afirmou o professor.

Ao ser questionado se, no futuro, quem não estiver nas redes sociais estaria “invisível”, Dall’Orto se mostrou cauteloso.  “Tenho um pouco de receio desse tipo de afirmação. Acho que depende muito do tipo de mercado, pois acredito que teremos uma demanda para viver fora desse ambiente. Mas para quem está chegando agora, a rede é uma chance incrível de ser visto e poder mostrar talentos que talvez não fossem descobertos.”

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 225

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Publicidade -

Política e ECONOMIA