Coalizão de esquerda indicou nome para assumir o cargo de primeiro-ministro, que foi barrado pelo presidente francês
O presidente da França, Emmanuel Macron, rejeitou o nome de Lucie Castets como candidata para primeira-ministra, sugerido pela aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP). A decisão mantém o impasse na formação do novo governo, após as eleições legislativas resultarem em um Parlamento amplamente dividido entre esquerda, centro e direita
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 26, Macron justifica que aprovar a indicação da NFP com base apenas no número de assentos da aliança seria “imediatamente censurado por todos os outros grupos representados na Assembleia Nacional”. “Um governo assim teria a maioria dos votos contra ele, impedindo sua atuação”, afirmou.
“Minha responsabilidade é de evitar que o país seja bloqueado ou enfraquecido. Líderes de partidos políticos não podem esquecer as circunstâncias excepcionais do segundo turno das eleições legislativas”, disse o presidente francês, em nota. Macron se refere a aliança temporária entre a NFP e os partidos de centro para tentar barrar a vitória da extrema-direita no país.
Segundo ele, conversas com grupos políticos de direita e de centro mostraram “caminhos para uma coalizão e trabalho conjunto”, considerando diferentes sensibilidades políticas. “Esses grupos mostraram abertura para apoiar um governo com uma personalidade que não venha de seu meio”, apontou. Já os líderes de esquerda “não se propuseram” a cooperar com outras forças políticas, enquanto a Direita Republicana “definiu seus limites sem se comprometer a participar do governo”.
O governo da França anunciou que uma nova rodada de conversas entre Macron e líderes políticos deve começar nesta terça-feira, 27.
Em resposta a rejeição de sua candidata, a aliança NFP convocou protestos e pede pelo impeachment de Macron, recusando-se a participar das novas consultas se o nome de Lucie Castets não for considerado, segundo veículos da mídia internacional. Além do alinhamento com a esquerda, o nome da economista de 37 anos também enfrenta resistência por se tratar de uma servidora pública civil não eleita. A NFP obteve o maior número de assentos nas eleições legislativas, mas longe de uma maioria absoluta. Com informações de Agência Estado