Filme que “mostra a vida que continua sob as bombas”
Por Redação Agência Estado
O último filme do diretor lituano Mantas Kvedaravicius, que morreu em Mariupol, na Ucrânia, onde o longa havia sido filmado, será apresentado fora da competição no Festival de Cannes, anunciou o evento nesta última quinta-feira, 12 de maio.
“Mariupolis 2” (com 1 hora e 45 minutos), um filme que “mostra a vida que continua sob as bombas”, foi adicionado à lista oficial de filmes, explicou o comunicado, que ressaltou também que este longa-metragem contém “imagens trágicas e esperançosas ao mesmo tempo”.
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O 75° (septuagésimo quinto) Festival de Cannes, começa na próxima terça-feira, 17 de maio. O filme lituano será apresentado em 19 e 20 de maio, informa o texto.
O circuito cinematográfico francês previsivelmente se tornará uma grande plataforma para denunciar a invasão russa na Ucrânia, uma tragédia “que estará em todos os corações”, nas palavras de seu delegado geral, Thierry Frémaux. Estarão presentes duas gerações de cineastas ucranianos: Sergei Loznitsa com “The Natural History of Destruction”, que recorda a destruição das cidades alemãs pelos aliados durante a Segunda Guerra Mundial, e o jovem Maksim Nakonechnyi com Bachennya Metelyka, na sessão “Um certo olhar”.
Mantas Kvedaravicius é o autor de “Barzakh” (2011), “Mariupolis” (2016) e “Parthenon” (2019). Ele morreu quando tentava abandonar essa cidade portuária do sudeste da Ucrânia.
“Em 2022 voltou à Ucrânia, para o Donbass, em plena guerra, para se reunir com as pessoas que havia conhecido e filmado entre 2014 e 2015. Após sua morte, seus produtores e colaboradores se uniram para continuar transmitindo seu trabalho, sua visão, seus filmes”, afirma o festival.
Sua noiva e uma editora, que trabalhavam com ele, conseguiram completar a segunda parte desse filme, que será apresentado em Cannes. Nascido em 1976, Mantas Kvedaravicius era doutor em Antropologia.