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sexta-feira, 19 abril, 2024

Filhos terceirizados

Alguns pais, mesmo com tempo livre, têm optado por deixar seus filhos aos cuidados de babás ou familiares

Por Redação ES Brasil

Quando decidi engravidar pela primeira vez, uma das primeiras coisas que pensei foi: “quero ser uma mãe presente”. E isso independentemente de trabalhar fora ou não. Minha luta diária é para ter tempo (de qualidade) para oferecer a meus filhotes.

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Tempo para lamber minhas crias. Muitas vezes, abro mão de algumas (incontáveis) coisas para estar com eles. Porque a maternidade (e a paternidade também, é bom dizer) é renúncia e desprendimento.

Quando falo em ser mãe (e pai) presente é participar da vida da criança efetivamente, não só na hora da brincadeira, da alegria. É perder noite de sono, trocar fralda, dar comida, dar banho. Colocar para dormir, pentear o cabelo, cuidar quando está dodói, sofrer quando está dodói (sim, a gente sofre). Dar colo, afeto, contar história, ensinar, explicar mil vezes, corrigir, e, sobretudo, dar atenção. Crianças querem ser ouvidas, percebidas, sentidas, acolhidas.

O que tem acontecido muito é que alguns pais, mesmo com tempo livre, têm optado por deixar seus filhos aos cuidados de babás ou familiares. Se já não bastasse o tempo fora por causa do trabalho ou outras atividades, ainda delegam suas funções a terceiros nas poucas horas disponíveis. Alegação principal: cansaço.

Obrigação?

Mas, ora bolas: somos obrigados a ter filhos? Ter filhos não é uma escolha? Pra que ter filhos, gente, se não se está disposto a cuidar, abdicar, se dedicar? Se temos filhos, é preciso encarar essa missão de corpo e alma.

Não estou dizendo que não se pode ter ajuda de alguém. Acho super válido e, muitas vezes, necessário. E ninguém condena que os pais tenham alguns dias para o casal.

Mas mãe e pai que não trocam uma fralda? Não acordam à noite para cuidar? Mãe e pai que nunca vão às reuniões/atividades escolares (um dos dois pelo menos)? Mãe e pai que mal conhecem seus filhos? Mãe e pai que delegam à escola a função de educar? É preciso “arrumar tempo”. Ou então, não arrume filho.

Esta matéria foi publicada originalmente em 23 de Junho de 2018, no portal da Revista ES Brasil. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

 

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