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sexta-feira, 19 abril, 2024

FGV Projetos vai elaborar plano de gestão do Cais das Artes

FGV Projetos vai elaborar plano de gestão do Cais das ArtesO Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), anunciou que a FGV Projetos, unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getulio Vargas, será a responsável pela elaboração de um plano estratégico de gestão, para implantação dos equipamentos culturais – teatro e museu – que integram o complexo cultural Cais das Artes, que está em construção na Enseada do Suá, em Vitória.

O contrato foi assinado nesta quinta-feira (28), às 12 horas, pelo governador Paulo Hartung, em seu gabinete no Palácio Anchieta, em Vitória. Participaram da cerimônia a coordenadora do projeto Cais das Artes, Cristina Gomes, a secretária de Estado da Cultura, Dayse Lemos, e o diretor da FGV Projetos, Cesar Cunha Campos.

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Estavam também entre os convidados, os integrantes do comitê criado para coordenar o processo de implantação e operação do museu formado por Carlos Martins, curador da Pinacoteca de São Paulo; Ronaldo Barbosa, diretor do Museu Vale; Almerinda Lopes, pesquisadora e professora de História da Arte da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); a produtora especializada na área visual, e presidente do Conselho de Administração do Museu da Casa Brasileira (AAMCB), Ana Helena Curti; e Sílvia Finguerut, coordenadora de Projetos da FGV Projetos, e gerente de patrimônio e meio ambiente da Fundação Roberto Marinho.

Cristina Gomes, coordenadora do projeto Cais das Artes, ressaltou que o “complexo cultural não será apenas um lugar de contemplação, será também um espaço de formação, que provocará reflexão”.

Para a secretária Dayse Lemos, “o Cais das Artes reflete o momento atual de desenvolvimento do Espírito Santo. É um lugar que, num futuro próximo, representará nossa crença e confiança numa evolução cultural acompanhada de uma educação fundada na apreciação pela arte. É um espaço que fará com que o Estado abra caminhos para o intercâmbio de ideias, influências e criações com o Brasil e o mundo”.

O governador Paulo Hartung afirmou que o Governo do Estado precisou superar inúmeros entraves burocráticos para que o Cais das Artes pudesse se tornar uma realidade. Hartung ressaltou que a parceria firmada com a Fundação Getúlio Vargas é muito importante para que o espaço possa ser utilizado da melhor maneira possível. “Estamos colocando de pé um equipamento cultural com conteúdo, que servirá de referência para o Brasil. A FGV já possui experiência nesse tipo de projeto e tenho certeza de que o Cais das Artes será um importante instrumento para democratizar o acesso à cultura e ao lazer”, afirmou.

Projetada pelo premiado arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha, a obra tem a sua conclusão prevista para o final de 2011, quando passará a liderar a programação cultural nas vertentes do teatro, da música e das artes plásticas e visuais de todo o Estado.

Na modelagem da gestão deste empreendimento, a FGV Projetos utilizará como base outras experiências bem sucedidas de complexos de arte no Brasil e no exterior. Segundo Cesar Cunha Campos, “a FGV Projetos irá utilizar todo o conhecimento acumulado na área de gestão de negócios e políticas públicas para colaborar com a institucionalização do Complexo Cultural do Cais das Artes”.

Planejamento do museu
No processo de implantação e operação do museu, deverão ser desenvolvidos projetos conceituais nas seguintes áreas:

– Curadoria – onde serão desenvolvidos os acervos e a política de exposições, a ser elaborada a partir de um comitê de curadores, indicado pela Secult, contratado e coordenado pela FGV Projetos;

– Museologia – a ser elaborado a partir do projeto de curadoria, com os conceitos museológicos e a organização do museu, por especialistas contratados;

– Área Técnica – contendo o dimensionamento das áreas de apoio à montagem de exposições, embalagens de obras, equipes de montagem e segurança, a partir de experiências em museus já em operação, a ser desenvolvido por profissionais contratados com essa prática;

– Arte-educação – será base para a criação de um programa de implantação de atividades de arte-educação, que envolverá todas as escolas da rede pública estadual e privada, e estabelecerá as diretrizes para a formação de uma equipe permanente e seu treinamento;

– Biblioteca – contendo a definição de um conceito para o acervo de livros, revistas e publicações em geral, e criação de programa que obedecerá também ao projeto de curadoria.

Todo o processo de constituição do museu ganhará visibilidade por meio de um seminário voltado para profissionais da área cultural, que incluirá palestras e debates, com participação de convidados de notória atuação no Estado e em outros estados brasileiros.

Em paralelo ao desenvolvimento dos projetos conceituais, será elaborada uma proposta para constituição de um fundo para aquisição de obras de arte, que formarão o acervo do museu, obedecendo aos quesitos técnico-artísticos consolidados no projeto de curadoria.

Uma vez definidos os conceitos de acervo e de curadoria do museu, serão propostos estudos e projetos para o mobiliário, e para a área de exposições, tais como painéis expositivos, plataformas móveis, e materiais específicos para as áreas de arte educação e áreas técnica e administrativa.
A última etapa consiste na elaboração de uma proposta de programação do museu.

Planejamento do teatro
A FGV Projetos designará um comitê específico – formado por produtores culturais e de eventos com atuação local e nacional das diversas áreas, tais como música, teatro e dança – para a elaboração da proposta de diretrizes de programação, apresentando o número de apresentações, a categorização de valor de ingressos, e a natureza dos espetáculos para atender a perfis distintos de públicos.

Essa programação será definida para os primeiros 12 meses de operação do teatro. Em outra etapa também será elaborado o planejamento estratégico de tecnologia da informação, visando à administração da instituição, gestão de website e venda de ingressos.

Em paralelo ao planejamento de gestão do museu e do teatro, será proposto o conceito de uso dos espaços comuns do Cais das Artes, um modelo de programação para as áreas ao ar livre, as formas de viabilização dessas atividades, a manutenção e conservação dessas áreas.

Para a realização dos serviços, o Governo do Estado investirá R$ 2,8 milhões no trabalho a ser concluído em um ano.
Cais das Artes – teatro e museu
O teatro será equipado para possibilitar usos múltiplos como concertos de música acústica ou amplificada, óperas, danças ou peças teatrais. Comportará 1.300 pessoas e contará com um palco de aproximadamente 600m² e com um vão livre com mais de 25 metros de altura até o teto, o que vai permitir a utilização de diversos cenários em uma mesma apresentação.

O projeto prevê também um fosso para orquestra sob o palco, com dimensões que vão atender às exigências mundiais. O público que frequentar o local contará ainda com um café que avançará por cima da água, na Baía.

O projeto do museu contempla grandes salões com diversas alturas livres e diferentes tamanhos, totalizando em torno de três mil metros quadrados de área expositiva climatizada. As instalações poderão utilizar desde pequenos recintos, para obras que requerem ambientes controlados, a salões com altura livre de até 12 metros, para exposições de grande porte.

Esses salões serão amparados por uma série de espaços de serviços, que vão permitir, ainda, o desenvolvimento de pesquisas, palestras e ações educativas em geral. Completam o projeto do museu, um auditório com capacidade de 225 lugares, uma biblioteca e um café.

O conjunto arquitetônico projetado tem como característica central a valorização do entorno paisagístico e histórico da cidade. A estrutura passará a ideia de leveza. O arquiteto decidiu suspender os edifícios do solo, de modo a permitir visuais livres e desimpedidos, desde a praça até paisagem ao redor. O visitante contemplará através de janelas e rampas envidraçadas o Convento da Penha e a Terceira Ponte.

Os dois edifícios que compõem o conjunto arquitetônico do Cais das Artes serão implantados em uma grande praça, que será uma extensão do museu e do teatro, pois ela abrigará eventos ao ar livre, como exposições e até encenações.

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