Mas a Fecomércio-ES, que se baseia no crescimento das vendas para sua avaliação, acredita que os comerciantes capixabas estão confiantes
Por Amanda Amaral
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 2,7 pontos em dezembro deste ano se comparado ao mês de novembro, segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Contudo, a expectativa dos comerciantes capixabas é outra, segundo a Federação do Comércio e Bens do Espírito Santo (Fecomércio-ES).
O ICom é um indicador que mede a confiança dos empresários brasileiros do setor. Em novembro, ele chegou a 85,3 pontos, o menor patamar desde abril de 2021 (84,1 pontos). Em médias móveis trimestrais o indicador recuou 2,9 pontos, a quarta queda consecutiva.
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Capixabas animados
Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, que se baseia no crescimento das vendas, não há motivo para que os comerciantes capixabas sintam falta de confiança. Ele ressalta as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que indicam que de janeiro a outubro de 2021 o comércio restrito acumulou crescimento 8,0% e o ampliado obteve alta de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Todos nós sabemos que até outubro, as vendas de um modo geral, tiveram um crescimento satisfatório em relação à 2020, que foi da ordem de 15%. Entendemos que esse crescimento foi acima da nossa expectativa e não vejo os comerciantes sem confiança”, explicou o presidente da Fecomércio.
Em razão das festas de final de ano, o destaque no comércio capixaba são as pequenas compras, com os setores de confecção e calçados, por exemplo. “Os lojistas estão mais animados do que os varejistas, pois estes já estão saboreando o crescimento das vendas desde de o ano passado, inclusive, ampliando o número de novos supermercados no Estado. Os segmentos que mais se destacam são os que lidam com pequenas compras, não são compras volumosas, mas quantitativas. Hoje mesmo conversei com os lojistas e eles estão eufóricos”, disse Sepulcri.
Segmentos do Icom
Ainda sobre o Icom, o Índice da Situação Atual, que mede a confiança no presente, foi o principal responsável pelo recuo no mês, ao ceder 4,3 pontos e chegar a 84 pontos. O indicador vai de zero a 200. Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, caiu 0,9 ponto e passou para 87,3 pontos.
Já para o economista da FGV, a queda do índice está relacionada ao cenário econômico, visto que em razão da inflação e alta dos juros, o brasileiro teve seu poder de compra diminuído.
“Apesar da melhora da pandemia, o setor continuando sentindo os efeitos negativos da baixa confiança do consumidor, lenta recuperação do mercado de trabalho, alta inflação e juros em alta. As expectativas também pioraram sugerindo que o início do próximo ano deve ser desafiador, sem perspectivas de retorno da trajetória de recuperação que vinha ocorrendo até o terceiro trimestre desse ano”, avalia o economista da FGV Rodolpho Tobler.
A Pesquisa
O estudo é elaborado pelo o Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE). A edição de dezembro de 2021 coletou informações de 800 empresas entre os dias 1 e 23 deste mês. A próxima divulgação ocorrerá em 28 de janeiro de 2022.
