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quinta-feira, 28 março, 2024

Ex-ministro de Dilma é candidato do PMDB para presidência da Câmara

Marcelo Castro, além de reunir apoio dos parlamentares insatisfeitos com Temer, também foi escolhido pela possibilidade de trazer os votos do PT, segunda maior bancada da Casa. 

Ex-ministro do governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, o deputado federal Marcelo Castro (PMDB/PI) foi escolhido nesta terça-feira (12), pela maioria da bancada peemedebista  na Câmara, como o candidato do partido à presidência da Casa. A decisão de lançar uma candidatura própria foi definida na segunda-feira (11), pelo PMDB, que até então só iria ter candidaturas avulsas. Nos bastidores de Brasília, o entendimento é de que a vitória de Castro, que votou contra o impeachment de Dilma, intensifica o racha na base aliada do presidente interino, Michel Temer, e evidencia o descontentamento de de alguns parlamentares do próprio partido com sua gestão. 

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Castro fez um leitura diferente da situação. Para ele, a legenda sai mais unida da votação. “O PMDB tem vivido nos últimos tempos momentos de divisões e contradições e isso é uma página virada na nossa história. O PMDB está unido para trabalhar e conseguir o melhor para o nosso povo e para o Brasil. Começamos agora uma nova etapa, pois essa é uma campanha que vai além do partido”, declarou.

Além de reunir apoio entre os parlamentares insatisfeitos com Temer, Castro também foi escolhido pela possibilidade de trazer os votos do PT, segunda maior bancada da Casa, e de outras siglas menores da oposição, como o PCdoB. Na disputa com Castro, nesta segunda-feira, estavam Carlos Marun (MS) e Osmar Serraglio (PR).

No segundo turno, Castro disputou com Serraglio e recebeu 28 dos 46 votos. Já o paranaense teve 18 votos. No primeiro turno, Castro tinha recebido 17 votos, enquanto Marun e Serraglio empataram em 11 votos e outros 7 se abstiveram. O critério de desempate foi por idade. Apesar de Marun e Serraglio terem concordado em não lançar suas candidaturas, o deputado Fábio Ramalho (MG) deve manter candidatura avulsa ainda pelo PMDB.

Questionado se irá pedir o apoio do PT, Castro respondeu que irá “pedir o apoio dos 512 deputados”, mas que poderá contar com o apoio da oposição. “Não existe nenhum acordo com ninguém, eu tenho telefonado para todos indistintamente. É evidente que quem quer ser candidato tem que se articular porque são 28 partidos. Por isso pedi que todos trabalhem incansavelmente.”

Ele disse ainda que o fato de ter votado contra o impeachment não irá fazê-lo perder votos. “Não será um complicador. Acho que todos entenderam meu gesto, porque eu era ministro dela. Meus colegas entenderam que na situação em que eu me encontrava, não tinha como agir diferente. Eu estava moralmente e eticamente atrelado a aquele ato”, defendeu. E o ex-ministro minimizou a grande quantidade de candidatos do PMDB e disse que, por ter sido escolhido entre outros quatro candidatos, ganhou mais força para a disputa.

Por fim, negou que a decisão do PMDB de lançar candidatura própria demonstre um racha na base aliada, que possui diversos candidatos. “Todos estão juntos com uma causa só. Todos os candidatos que eu conheço, excluindo a nossa colega Luiza Erundina (PSOL-RJ), todos são da base do governo. O que o governo deve fazer é não interferir na disputa interna da casa. Primeiro, porque essa é uma decisão do Parlamento. Segundo, se algum candidato desconfiasse que estava sendo preterido pelo governo, iria ficar chateado”, afirmou. De acordo com Castro, o Planalto tem evidenciado que não vai interferir.

Líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) admitiu que o ideal seria ter um candidato único da base, mas que o grande número de candidatos entre os aliados de Temer fez “crescer a vontade de o PMDB ter candidato próprio”. Segundo ele, a escolha foi uma maneira de marcar posição. A bancada do PMDB acredita na vitória e a única possibilidade de uma desistência de Castro seria caso houvesse uma candidatura única da base, o que já está claro que não será mais possível. “Castro tem que conversar com todos os deputados independentemente de partido”, disse Rossi.

“Se for eleito, farei uma administração como todas que fiz, com transparência, com respeito à democracia, com a participação de todos, sem discriminar e sem diminuir ninguém. O País precisa de paz, tranquilidade e estabilidade, para criar ambiente favorável”, declarou. Em seu discurso, Castro reiterou que precisa do apoio dos seus colegas de bancada para conseguir ir ao segundo turno da eleição. “Essa tarefa não pode ser só responsabilidade de Marcelo Castro, tem que ser feita a 67 mãos”, disse.

Candidatos capixabas

Dois deputados capixabas estão entre os 11 que já se inscreveram para a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados: Evair Vieira de Melo (PV/ES) e Carlos Manato (SD/ES) que foi o terceiro candidato a registrar candidatura. 

Os demais inscritos são os aliados  Rogério Rosso (PSD/DF) – líder da bancada e apontado como candidato de Cunha; e Carlos Gaguim (PTN/TO) – aliado do peemedebista; além de  Marcelo Castro (PMDB/PI) – ex-ministro da Saúde e desafeto do deputado afastado; Fausto Pinato (PP/SP) – ex-relator do processo por quebra de decoro parlamentar de Cunha no Conselho de Ética; o segundo-vice presidente da Casa, Fernando Giacobo (PR/PR); a filha do ex-deputado Roberto Jefferson, Cristiane Brasil (PTB/RJ); a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Luiza Erundina (PSOL/SP); Fábio Ramalho (PMDB/MG) e Heráclito Fortes (PSB/PI).

Apesar de ainda não ter retirado sua candidatura oficialmente, Heráclito Fortes deve abdicar da disputa em favor do deputado Júlio Delgado (PSB/MG), escolhido para representar a bancada. A expectativa é de que Rodrigo Maia (DEM/RJ), um dos favoritos na sucessão do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), também formalize a candidatura nas próximas horas. Os candidatos têm até às 12h desta quarta-feira (13), para oficializar seus nomes. As 14 cabines de votação já estão sendo instaladas no plenário da Câmara. Será preciso um quórum de, pelo menos, 

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