24.9 C
Vitória
sexta-feira, 19 abril, 2024

Etiqueta Coorporativa. Você tem?

Etiqueta Coorporativa. Você tem?Na esfera dos negócios, ela é fundamental e também responsável por aumentar as oportunidades no mercado de trabalho
Quem não se lembra de um certo presidente da República que, durante o carnaval carioca de anos atrás, perdeu credibilidade e virou motivo de chacota depois de ser visto num camarote, na Marquês de Sapucaí, ao lado de uma modelo que não usava roupa íntima? Mesmo tendo exercido um importante papel no auge de uma grave crise política, no início dos anos 90, e tendo promovido a estabilidade econômica com a implementação do Plano Real, o então representante máximo do poder político no Brasil teve sua imagem manchada por causa do que os profissionais de etiqueta chamam de deslizes de comportamento.

A repercussão foi enorme, por se tratar de uma personalidade pública que representava a nação. Mas quem disse que etiqueta foi feita só para os famosos ou poderosos? Qualquer profissional inserido no mercado de trabalho representa sua empresa e a marca que ela carrega. Os funcionários são os representantes que agem, falam e decidem em nome de sua coorporação e precisam cultivar a chamada etiqueta corporativa.

- Continua após a publicidade -

Na esfera dos negócios, ela é fundamental e também responsável por aumentar as oportunidades no mercado de trabalho. De outro lado, sua ausência ou domínio insuficiente das regras podem resultar em demissões. “A etiqueta corporativa diz respeito aos padrões de comportamento dentro de uma organização”, esclarece a coach de imagem e marca pessoal Sophia David. Especialista no assunto, ela diz que esse conceito vai além e refere-se também a valores e princípios. “Significa ter um comportamento de excelência. Mas não são apenas boas maneiras. É questão de atitude e está ligada ao que as pessoas falam, como se comportam, como consomem e se relacionam”, afirma.

Exemplificando: um funcionário que se utiliza do mesmo vocabulário de um chat no corpo do texto de um e-mail enviado a um cliente comercial, está assinando em nome da empresa uma imagem de irresponsabilidade que pode resultar em prejuízos para o negócio, descrédito no nome da corporação e demissão do funcionário.

É por isso que cerimonialistas como Madalena Saleme defendem a importância dos bons hábitos no ambiente corporativo, que se fazem necessários a partir do momento em que a pessoa se candidata a uma vaga. “Um currículo hoje já não é a condicionante para uma vaga de emprego. As entrevistas, focadas na conduta e nos princípios éticos, falam alto e com poder na hora da contratação. Toda oportunidade de trabalho foca o indivíduo como um todo. Quem sabe lidar com as pessoas lida bem com as crises nas instituições, tal como com os resultados presumidos ou alcançados”, avalia.

Habilidades e conhecimentos pessoais que envolvam o cuidado com imagem, postura, comportamento diante das pessoas e relacionamento humano colocam o profissional em maior vantagem. Afinal, a falta de etiqueta pode comprometer a conquista de um novo cliente, a relação com um antigo ou o fechamento de um bom negócio.

Para a coach Sophia David, a etiqueta corporativa torna-se o norte que permeia os direitos e deveres do profissional. “O resultado disso é a marca que ele deixa nas outras pessoas, na organização, com os clientes. É saber como ele será lembrado quando não estiver naquele local e como se relacionará com os demais profissionais enquanto estiver ali”, destaca a coach.

Os especialistas afirmam que, na carreira, algumas qualidades são fundamentais, como serenidade, compromisso e ética. Dessa maneira, deve-se priorizar desde uma conduta que não importune ou desrespeite os colegas de empresa até as vestimentas e comportamento condizentes com o cargo que você está ocupando.

A produtora de eventos e cerimonialista Stella Miranda ressalta que “a todo o momento, somos observados e servimos de exemplo, em todos os níveis. Uma postura adequada inspira confiança, segurança e controle. Já um comportamento fora do tom elimina essas virtudes. Isso vale para seu corpo e seu espaço: uma mesa em desordem expressa descontrole e vulnerabilidade”, analisa.

Peças e atitudes que falam
Um simples telefonema, representar o chefe em um jantar de negócios ou uma manobra para pegar uma caneta que caiu no chão são atitudes que exigem cuidado obrigatório porque têm o poder de transmitir uma mensagem acerca da empresa que contratou o funcionário para representá-la dentro ou fora do seu local de trabalho. As roupas merecem atenção à parte. Use roupas discretas, cores sóbrias e confortáveis o suficiente, “Estampas são de gosto duvidoso e têm alto risco de erro, e decotes simbolizam vulgaridade. Lembre-se de que o produto de sua empresa é o que está à venda, e não você”, ensina Stella Miranda.

Cuidado também no uso do computador
Muitos também são os profissionais que perdem a medida na hora de usar o computador, e com os avanços tecnológicos, se rendem cada vez mais aos tablets e smartphones, utilizando-os sem critérios e de maneira exacerbada. “É bem inconveniente usar o computador, que é uma ferramenta de trabalho, para acessar páginas indevidas ou ficar todo o tempo nas redes sociais. Há que se ter, em um ambiente corporativo, a cultura de fazer apenas o que agrega para o trabalho. O que é pessoal deve ser feito fora do escritório”, alerta Madalena Saleme.

Da mesma forma, a etiqueta deve ser lembrada ao se redigir um e-mail. “Devemos evitar as abreviações e o ‘dialeto digital’ que foi criado. A velocidade imposta é enorme, mas o básico não pode ser perdido. Além disso, é preciso ter muito cuidado com o tom impresso em seus e-mails, pois eles viraram a maior fonte de ruídos de comunicação e dupla interpretação”, explica Stella Miranda.

Ela acrescenta que o uso das redes sociais também exige cuidados. “As pessoas devem entender que a internet potencializa tudo e, por isso, é fundamental ter responsabilidade com o que você escreve, as fotos e vídeos que você posta ou compartilha. Uma vez colocadas no mundo virtual, todas essas coisas se tornam públicas”, alerta. Sophia esclarece também que cada vez mais as empresas estão monitorando os perfis de seus funcionários e consultando as páginas pessoais de potenciais candidatos.

Para se adequar aos princípios da etiqueta corporativa, as especialistas orientam que o profissional procure ler bastante sobre o assunto e esteja sempre atento a seus hábitos no ambiente de trabalho. “Costumo dizer que as pessoas são admitidas por seu Quociente de Inteligência e demitidas pelo Quociente Emocional. O controle das emoções conta muito em um ambiente profissional, e quem consegue manter o equilíbrio de suas ações, com certeza, se destaca”, conclui Sophia.

Fique atento às dicas a seguir e não faça feio em seu ambiente de trabalho

  • Não se esqueça: a primeira impressão é a que fica e, na dúvida, opte pelo bom senso.
  • Pontualidade é fundamental; se possível, antecipe-se ao horário de reuniões e eventos.
  • Dê preferência a roupas discretas e condizentes com seu cargo.
  • Cuide de sua aparência, não se apresente de maneira muito informal ou desleixada. Mantenha os cabelos sempre ajeitados, unhas bem cortadas e limpas e roupas bem cuidadas.
  • Aprenda a ouvir mais e falar menos.
  • Celulares e itens tecnológicos devem ser desligados ou colocados em modo silencioso durante reuniões ou eventos profissionais. Se estiver em um momento de emergência e for necessário atender a uma ligação, desculpe-se com os demais e atenda em outro ambiente.
  • Ao escrever e-mails ou demais mensagens eletrônicas, não esqueça as regras de concordância e pontuação e tome cuidado para não parecer antiprofissional. Emoticons estão proibidos!
  • Evite utilizar notebooks, tablets ou similares em apresentações ou reuniões, a não ser que seja imprescindível. Seja respeitoso com quem se apresenta
  • Sempre peça permissão antes de colocar uma ligação em viva-voz. Além de uma regra de etiqueta, não fazê-lo pode ter consequências legais.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA