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sexta-feira, 29 março, 2024

Estrutura melhor para a Saúde em 2017

Novos hospitais e leitos, volta de investimentos e queda na mortalidade infantil foram destaques

O ano de 2017 foi de grande movimentação no setor de saúde, e investimentos pontuais foram feitos para aumentar a qualidade dos serviços ofertados. O governo do Estado trabalhou com os municípios para organizar o fluxo de urgência e emergência, ação que garantiu a sequência do planejamento feito para o ano. Apenas no primeiro quadrimestre foram disponibilizadas 3.227.217 consultas em terras capixabas e 6.840.986 exames e realizadas 74.638 internações.

Estão em andamento as obras de ampliação do Hospital Estadual Dório Silva, que deve fechar dezembro com 286 leitos, e do Hospital Estadual Geral de Cariacica, que ampliarão o número para outros 400; e será concluída a do Hospital Estadual São Lucas, que receberá 59 novos leitos com a entrega dos blocos 4 e 5. Também foi inaugurado em outubro o novo pronto-socorro do Hospital Estadual Infantil de Vitória. Batizado de Dra. Milena Gottardi, o PS funciona no Hospital da Polícia Militar, em Bento Ferreira. Com a nova instalação, o número de leitos saltou de 171 para 276. Só no pronto-socorro são 105 leitos, dos quais 62 de enfermaria e 29 de urgência e emergência, além de 14 na unidade de tratamento intensivo pediátrico (Utip).

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saúde, hospital,Um dado para celebrar em 2017 foi a redução da mortalidade infantil, de 12,58 mortes por cada mil nascidos vivos no primeiro quadrimestre de 2016, para 9,51 mortes por cada mil nascidos vivos em igual período de 2017. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, a redução é resultado da implantação da Rede Cuidar, um conceito de trabalho e de atendimento que integra a atenção primária, a atenção ambulatorial especializada e a atenção hospitalar. “Conseguimos baixar a mortalidade infantil para a casa de um dígito. Isso é motivo de comemoração. Com a estratégia da Rede Cuidar, reduziremos ainda mais esse indicador”, disse o secretário. A atenção primária é a base do sistema de saúde e é o que ordena grande parte dos atendimentos ambulatoriais especializados e a atenção hospitalar, por isso tem sido o foco inicial dos esforços da Sesa.

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A Samp inaugurou em 2017 clínicas próprias em Aracruz e Guarapari

A Rede Cuidar é o foco prioritário dos esforços do governo estadual, criada no bojo do programa “Ampliação e Modernização da Rede de Saúde”, que prevê a fundação de cinco Unidades de Cuidado Integral à Saúde distribuídas por todo o Estado. A primeira delas, em Nova Venécia, foi inaugurada em setembro deste ano. As próximas serão instaladas nos municípios de Linhares, Guaçuí, Domingos Martins e Santa Teresa. Cada unidade está orçada em R$ 5,3 milhões em obras e equipamentos, com recursos do BNDES. Entre os benefícios estão a diminuição dos deslocamentos para a Grande Vitória, a redução do tempo de espera para realização de consultas e exames, a proximidade dos serviços com o usuário e a qualidade na sua execução. A estimativa da Sesa é que um milhão de pessoas deixem de ser direcionadas para atendimento na Grande Vitória com a implantação das unidades.

O desafio da judicialização

Nem tudo, entretanto, são boas notícias na saúde. Os números relativos à judicialização seguem preocupando profissionais do setor nas esferas pública e privada. O número de casos de judicialização da saúde em terras capixabas aumentou 341%, pulando de 2.453 ações para 10.822. O impacto financeiro na pasta dessas demandas judiciais foi de R$ 18,6 milhões no primeiro quadrimestre deste ano. Os dados são da Sesa e do Ministério da Saúde. A judicialização inclusive foi debatida no 5º Congresso Brasileiro Médico e Jurídico (Comedjur), que aconteceu entre 27 e 29 de setembro, no Centro de Convenções de Vitória. A edição deste ano abordou o tema “Conexão da Justiça com a Saúde no Brasil” e trouxe diferentes pontos de vista, por meio de painéis e palestras durante os três dias de evento.

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Fonte: Sesa

E por falar no setor privado, 2017 foi marcado por ações que significam a retomada dos investimentos. Um exemplo foi a Samp, que inaugurou clínicas próprias em Aracruz e Guarapari. A operadora lançou ainda o aplicativo Bio de Medicina Preventiva; aderiu ao projeto Parto Adequado, com incentivo ao parto normal; e celebrou o crescimento da ordem de 15%, mesmo sob os efeitos da crise. Apenas entre janeiro e setembro, a Samp realizou mais de um milhão de atendimentos, entre consultas, procedimentos, exames e internações e conta hoje com 230 mil clientes e 1.463 médicos conveniados.

Para o diretor da empresa, Márcio Maciel, o ano foi de desafios para todos. “Ficou claro o adoecimento das pessoas, seja físico, seja mental, com grande procura por atendimento médico, reflexo dessa crise que ainda não nos deixou. De positivo é que nossa estratégia de nos mantermos focados em nosso nicho tem sido acertada, diferentemente de outras operadoras, que vêm atirando para todo lado, inclusive no próprio pé, tornando-se alvos de incontáveis reclamações de atendimento, seja na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), seja no Procon”, explicou ele.

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Fonte: Sesa

Já na Unimed Vitória, o ano foi de consolidação do Unimed Personal, idealizado para oferecer atenção integral e personalizada. Com o programa, o paciente tem acompanhamento com médicos de referência, que monitoram todo o seu histórico pessoal. O diretor-presidente da Unimed Vitória, Marcio de Oliveira Almeida, lembra que a equipe multidisciplinar da operadora, com fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, enfermeiro e psicólogo, trabalha com os médicos buscando soluções diferenciadas para a prevenção de doenças. O modelo já conta com sete unidades distribuídas em toda a área de atuação da cooperativa médica e uma carteira de clientes próxima das 50 mil pessoas. “Temos investido em humanização e excelência no atendimento, reforçando o posicionamento de que o cliente está no centro do cuidado. A Unimed Vitória se engajou em ações como a prevenção da febre amarela e a promoção das práticas do parto humanizado”, frisou.

O foco durante o ano em hospitais como o Metropolitano foi na infraestrutura. O hospital localizado na Serra passou de 20 para 30 leitos com a ampliação e modernização da UTI. Também foram realizadas melhorias no centro cirúrgico, com a criação de uma sala para parto normal e pequenas cirurgias, vestiários para médicos e pacientes, sala de indução anestésica, copa, faturamento e sala para equipamentos. Foram adquiridos novos geradores de energia, além de um intensificador de imagens para cirurgias ortopédicas. O Metropolitano ofereceu ao público três importantes serviços ambulatoriais nas especialidades de oftalmologia; cirurgia bucomaxilofacial e odontologia; e gastroenterologia (exames de endoscopia e colonoscopia), por meio de seus parceiros.

 

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O Hospital Metropolitano passou de 20 para 30 leitos com a ampliação e modernização da UTI

A expectativa do hospital é manter neste ano os números alcançados em 2016, quando foram registrados 223,8 mil atendimentos. Destes, foram 84,7 mil consultas no pronto-socorro, 117,8 mil consultas ambulatoriais, 8,4 mil internações, 12,5 mil cirurgias e 413 partos. “Para suprir a demanda por serviços de urgência e emergência especializados em neurologia na Serra, capazes de atender pessoas com AVC, também passamos a dispor de sobreaviso neurológico para casos de AVC isquêmico agudo. A população da Serra e dos municípios vizinhos não precisa mais se deslocar para Vitória ou Cariacica diante de uma necessidade neurológica”, falou Remegildo Gava Milanez, diretor-presidente do Metropolitano. Contando atualmente com 958 médicos e profissionais da saúde atuando nas mais diversas áreas, o Metropolitano prevê fechar com uma receita bruta na casa de R$ 100 milhões de reais e um Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de 16%.

“A população da Serra e dos municípios vizinhos não precisa mais se deslocar para Vitória ou Cariacica diante de uma necessidade neurológica” – Remegildo Gava Milanez, diretor-presidente do Metropolitano

Com ações pontuais e alinhadas com o momento de cautela que a atual crise econômica e política no Brasil pede, instituições, órgãos governamentais e empresas seguem apostando no crescimento do setor de saúde. Com isso, ganham os capixabas, que a despeito de todas as incertezas encontradas no país podem contar com um serviço que gera mais qualidade de vida.


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