No país, o prejuízo com ônibus incendiados chega a R$1,9 bilhão para as operadoras do sistema de transporte público coletivo urbano, por ônibus
Por Wesley Ribeiro
No Espírito Santo, o prejuízo gerado por ônibus incendiados por criminosos já soma R$44,6 milhões nos últimos dezoito anos, levando em conta que um veículo custa, em média, R$580 mil. Além do impacto financeiro nas empresas de ônibus, a população também sofre com esses crimes já que a reposição dos veículos não pode ser feita imediatamente, e os usuários contam com menos ônibus circulando.
O alerta é do diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória, Elias Baltazar. “Embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação”, esclarece.
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Nos últimos 18 anos, entre 2004 e 2022, ao todo 77 ônibus do Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano da Grande Vitória foram incendiados por bandidos e ficaram totalmente destruídos, sendo seis deles neste ano, segundo a GVBus.
Também em 2022, outros dois ônibus foram alvo de criminosos, mas os princípios de incêndio foram contidos pelos motoristas e os coletivos reparados e reintegrados à operação.
O diretor esclarece ainda que não existe seguradora que faça cobertura para ônibus coletivo incendiado. Portanto, as empresas não têm seguro para esse tipo de situação.
Brasil
No país, o número de ônibus incendiados criminalmente também cresceu. Nos últimos cinco anos, um ônibus foi incendiado a cada dois dias no Brasil, em média, mesmo durante a pandemia. Os dados são do dossiê preparado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Desde o início do levantamento, em 1987, até abril de 2022, foram incendiados 4.674 ônibus no país, segundo os registros disponíveis – de 1987 a 2003, a partir da compilação de notícias nos acervos de veículos da mídia, e de 2004 até o presente momento, por monitoramento diário feito pela NTU.
Isso equivale a um prejuízo de R$1,9 bilhão para as operadoras do sistema de transporte público coletivo urbano, isso por ônibus, relativo principalmente ao custo de reposição dos veículos, arcado unicamente pelas empresas.
Além da reposição da frota (cerca de R$1,8 bilhão), o prejuízo financeiro decorrente desses incêndios, gerado pelos passageiros não transportados e também pela perda de produtividade (horas não trabalhadas), soma R$ 128,1 milhões.
Somente neste ano, de janeiro a abril, foram registrados 13 ônibus incendiados, o equivalente a 4,4 mil passageiros não transportados e 243 mil quilômetros não percorridos, gerando um enorme impacto social.
Já o impacto financeiro desse período contabiliza um custo total de R$5,2 milhões para reposição desses veículos queimados, mais o custo dos passageiros não transportados e das horas não trabalhadas por quem depende desse transporte.
