Destaque para as importações de automóveis, aeronaves e máquinas, que representaram mais da metade (53%) do total importado pelo estado
Por Larissa Avilez
Depois de um crescimento modesto em 2023, o comércio exterior do Espírito Santo movimentou US$ 20,96 bilhões de janeiro a outubro de 2024 – o melhor desempenho desde o início da série histórica, em 2013. Houve um aumento de 56,2% nas importações e 12,1% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado.
O presidente do Sindiex (Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo), Sidemar Acosta, afirma que o setor vive um “momento de grande expansão”, com destaque para as importações de automóveis, aeronaves e máquinas. Os três produtos representaram mais da metade (53%) do total importado pelo estado (US$ 12,05 bilhões).
As exportações, por sua vez, totalizaram US$ 8,91 bilhões. O minério de ferro segue como o produto mais exportado, com participação de 28% (US$ 2,5 bilhões). Em segundo lugar está o café não torrado, representando 18% (US$ 1,59 bilhão), e, em terceiro, os produtos de ferro ou aço (17%, equivalente a US$ 1,47 bilhão).
Origens e destinos
Em relação aos principais parceiros nas exportações, os Estados Unidos continuam como o principal destino dos produtos capixabas, respondendo por 28,7% do total, equivalente a US$ 2,6 bilhões em valor bruto. O país é seguido por Egito (5,16% – US$ 460 milhões), Argentina (4,88% – US$ 435 milhões) e China (4,17% – US$ 372 milhões). No caminho contrário, o Espírito Santo importa mais mercadorias da China, que tem uma participação de 35,7% nas importações do estado, o que equivale a US$ 4,3 bilhões. Depois vêm os Estados Unidos (14,1% – US$ 1,68 bilhão), a Argentina (11,8% – US$ 1,41 bilhão) e a Austrália (5,47% – US$ 654 milhões).
Futuro e desafios
De acordo com o presidente do Sindiex, dentre os motivos que contribuíram para o bom desempenho do comércio capixaba neste ano estão a localização estratégica do Espírito Santo, que está a cerca de 1.200 km dos principais mercados consumidores do país, e o ambiente de negócios favorável, devido a parcerias de instituições públicas e privadas. Para ele, alguns projetos ajudarão a manter a trajetória de crescimento.
“A Vports, por exemplo, tem ampliado a capacidade de movimentação de cargas, e o Terminal de Vila Velha passa por modernizações para garantir maior eficiência.
No Norte, as obras do Porto da Imetame estão na reta final, com inauguração prevista para meados de 2025”, detalha.
Já o maior desafio são as mudanças impostas pela reforma tributária, a partir de 2032. Para tratar do assunto, o Sindiex instalou, em maio deste ano, o Recomex-ES – um conselho formado por especialistas e empresários, cujo objetivo é montar uma estratégia para a economia estadual sem os atuais benefícios fiscais. “Trabalhamos para colocar em prática ações significativas e garantir a continuidade das nossas atividades. Encerramos 2024 satisfeitos com os resultados e com a certeza de que, em 2025, continuaremos prosperando e consolidando a posição do Espírito Santo como um centro logístico de referência e um hub para o comércio internacional”, concluiu Acosta.
*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.