Laranja da Terra, Rio Bananal e Colatina lideram em número de infectados
Por Kebim Tamanini
A febre de Oropouche, uma arbovirose que tem gerado crescente preocupação entre os gestores de saúde pública do Espírito Santo, já infectou 430 pessoas em 27 municípios do estado desde maio deste ano. O número foi divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em seu boletim epidemiológico mais recente, na última quinta-feira (08).
O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso, destacou em entrevista ao portal e revista ES BRASIL que a febre de Oropouche está assumindo proporções alarmantes. “Estamos observando o risco de transmissão vertical, e houve o óbito de duas pessoas na Bahia que não tinham comorbidades, jovens de 21 e 24 anos. No estado, temos feito um trabalho de acompanhamento junto aos municípios, monitorando a situação. Isso tem gerado certa preocupação”, afirmou Cardoso.
A Sesa intensificou as pesquisas e a coleta de vetores em diversas áreas do estado para aprofundar o entendimento sobre a doença. De acordo com Cardoso, há uma atenção especial às gestantes, que correm maior risco de contaminação pelo vírus, podendo resultar em casos de microcefalia.
“Orientamos os municípios, por meio de notas técnicas, sobre o acompanhamento e cuidados necessários, como o uso de repelente para aquelas que ainda não foram contaminadas e o monitoramento daquelas que já adquiriram o vírus, para verificar possíveis influências na saúde do feto”, explicou Orlei.
Diferente de outras arboviroses como dengue, zika e chikungunya, a febre de Oropouche apresenta uma forma de proliferação do vetor distinta. O mosquito maruim, principal transmissor do vírus, não necessita de água limpa para se desenvolver, mas sim de matéria orgânica e detritos, o que torna a doença especialmente prevalente em zonas rurais.
No Espírito Santo, embora os casos na região metropolitana sejam baixos, o interior concentra o maior número de infecções, com destaque para Laranja da Terra (117 casos), Rio Bananal (76) e Colatina (50). Até o momento, não há registros de óbitos no estado.
Cardoso reforça a importância de a população estar atenta aos sintomas da doença, como febre alta, cefaleia e dor muscular (mialgia), e procurar exames médicos para um diagnóstico preciso. “Não é possível classificar um caso de febre de Oropouche apenas pela clínica epidemiológica”, alertou.
Cenário Nacional
Em 2024, os casos de febre de Oropouche dispararam em todo o Brasil, com mais de 7 mil registros confirmados em 16 estados, representando um aumento quase 200 vezes maior em relação à última década.
A doença, causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus e transmitida pelo mosquito maruim, era endêmica na Amazônia desde 1960. No entanto, seu avanço para outras regiões do país tem acendido o sinal vermelho para as autoridades de saúde pública.
O Ministério da Saúde está em alerta e orienta ao apresentar sintomas suspeitos.
Perguntas Frequentes
- O que é a Febre do Oropouche?
A Febre do Oropouche é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito maruim, causada por um vírus do gênero Orthobunyavirus.
- Quais são os sintomas mais comuns?
Os sintomas incluem dores de cabeça, musculares, náuseas, diarreia, tontura, dor ocular, calafrios e, em alguns casos, complicações no sistema nervoso central ou manifestações hemorrágicas.
- Como posso me proteger?
Evite áreas endêmicas, use roupas protetoras, aplique repelentes e instale telas nas janelas e portas.