No primeiro trimestre de 2022, dos 15 estados pesquisados apenas seis apresentaram resultado positivo na PIM-PF
Por Amanda Amaral
No primeiro trimestre de 2022, a produção industrial capixaba apresentou 1,6% de crescimento se comparado ao mesmo período de 2021. Resultado acima da média nacional, que apresentou recuo de 4,5% na comparação. Com isso, o Espírito Santo apresentou o 4.º melhor desempenho dentro os 15 estados avaliados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-PF).
Contudo, cabe ressaltar, que a indústria capixaba passa pelo segundo resultado negativo consecutivo na variação entre os meses quando em março registrou -3,0% e em fevereiro, -0,4%. O estudo foi divulgado na terça-feira (10) pelo Instituto Estadual de Geografia e Estatística (IBGE).
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Desempenho Nacional
Ainda assim, dentre os 15 locais pesquisados pela PIM-PF, apenas seis tiveram resultado positivo no acumulado dos três primeiros meses do ano. A presidente da Findes, Cris Samorini, comemora o salto positivo, porém lembra que ainda há alguns desafios a serem superados.
“Entre eles amarras como falta de política pública para a indústria, tributação excessiva, burocracia e Custo Brasil. Esses são temas cruciais para tornarmos nossas indústrias mais competitivas no mercado global”, aponta.
Alimentos, Papel e Celulose
As informações foram divulgadas terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os fatores que impulsionaram o crescimento no período, estão os resultados dos setores da indústria de transformação (2,7%) com a fabricação de alimentos (20,5%), papel e celulose (1,9%) e metalurgia (13%).
A economista-chefe da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e gerente-executiva do Observatório da Indústria da Findes, Marília Silva, explica que, no caso dos alimentos e bebidas, houve aumento na produção de bombons e chocolates, massas, refrescos e sucos de frutas e carne bovina.
“Quando olhamos para a indústria de papel e celulose vemos que o setor mundial desses produtos vem passando por um momento de demanda aquecida, sobretudo nos mercados da Europa e da América do Norte, com baixa oferta e problemas logísticos persistentes no escoamento da produção, o que têm elevado o preço da commodity, favorecendo as exportações capixabas”, justifica.
Metalurgia
Enquanto o setor de metalurgia a nível nacional recuou 4,6%, no Espírito Santo ele apresentou resultado positivo (13%).
“O que pode explicar essa diferença é o aumento das exportações de produtos semimanufaturados e laminados planos de ferro ou aço pelo Espírito Santo a outros países, em especial para os Estados Unidos, que consiste em um dos maiores parceiros comerciais do Estado”, comenta Marília.
Petróleo e Gás
Já a indústria extrativa registrou queda (-10,8%) no Espírito Santo. O resultado negativo se deve a menor produção de petróleo (-20,9%) e gás natural (-33%) no Estado, devido ao amadurecimento dos poços. De acordo com o Observatório da Indústria, a queda só não foi mais acentuada, pois houve crescimento da produção de pelotas de ferro frente ao primeiro trimestre do ano passado.
No Brasil
A produção industrial nacional acumula queda de 4,5% no primeiro trimestre do ano, frente ao mesmo período do ano passado. Tanto a indústria extrativa (-1,7%) quanto a de transformação (-4,8%) recuaram no período.
Já na comparação entre março e o mês anterior, ela variou 0,3%, na série com ajuste sazonal, somando dois resultados positivos consecutivos. A alta no mês de março foi resultado da maior fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%), outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%).
Com informações da Federação das Indústrias Capixabas (Findes).