Leandro Lorenzon, do Sinduscon-ES, fala de inflação e das expectativas capixabas sobre o substituto do IGP-M, o IVAR
Por Amanda Amaral
O último Índice Geral de Preços (IGP-M), divulgado esta semana, registrou inflação de 1.74% em março deste ano. A taxa é inferior às observadas no mês anterior (1,83%) e no mesmo mês em 2021 (2,94%). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 12 meses, a taxa acumulada chega a 14,77%, menos da metade da observada no mesmo período ano passado (31,10%).
Porém, ao longo da pandemia e após a disparada do dólar, o indicador mais utilizado nos contratos de aluguel de imóveis, por acirramento da crise econômica e influência da moeda americana, acumulou inflação de 37%.
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Desde então, muitos contratos passaram a ser atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e até mesmo um novo indicador foi criado em janeiro deste ano, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR).
Troca do IGP-M pelo IPCA
O vice-presidente Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Leandro Lorenzon, explica que o IGP-M era tradicionalmente utilizado pelo mercado imobiliário há décadas.
“Contudo, a partir da pandemia, isso gerou um impacto alto nos contratos de aluguel no país. O IGP-M chegou a mais de 30%. Em meio à crise econômica, muitos locadores deram desconto no aluguel ou recalcularam o contrato com base no IPCA, que estava em torno de 10%”, contou.
Expectativas do IVAR
Em janeiro deste ano, a FGV divulgou os primeiros dados do IVAR, que tem foco no aluguel residencial, e pesquisa contratos de locação em quatro capitais do Brasil.

“Acredito que os novos contratos sejam feitos com o IVAR, pois isso propicia mais segurança para o locatário, que não quer ficar sujeito a variação do dólar, e para o locador, que não tem interesse em renegociações, inadimplência e decisões judiciais”, comenta Lorenzon.
Sobre a utilização do IVAR como referência pelos locatários capixabas, o vice-presidente do Sinduscon afirma que não houve um levantamento sobre isso, mas que a opção pelo novo índice é mais óbvia.
“Os novos contratos já devem utilizá-lo, já que agora existe um índice específico do setor. Outros setores também agem assim, é o caso da Construção Civil com o custo unitário básico, o CUB, por exemplo. Os contratos também podem ser editados, mas acredito que as pessoas vão esperar o vencimento para realizar a troca, que ocorrerá de forma gradual”, explicou.
Para ele, o feedback quanto ao desempenho do IVAR como um indicador será sentida daqui há 12 meses. “Provavelmente, teremos resultados no final do ano ou início do ano que vem”, disse.