O comércio exterior capixaba vem sofrendo as consequências da forte crise político-econômica que se instaurou em nosso país, registrando os piores resultados da última década.
De janeiro a março deste ano, as importações acumularam queda de 37% em relação ao mesmo período de 2015, totalizando menos de US$ 1 bilhão em negócios, valor que não era registrado há mais de 10 anos. Já as exportações somaram US$ 1,5 bilhão no período, com uma queda de 41%.
De acordo com o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex), os produtos que mais contribuíram para a queda do montante registrado nas importações foram tecidos, fios e vestuários (-56%); automóveis e suas partes (-52%); carvão mineral (-40%); equipamentos para telefonia (-36%); máquinas e equipamentos (-34%) e alumínio (-21%).
Nas exportações, os produtos que apresentaram os piores desempenhos foram minério de ferro (-68%), café (-41%), produtos de ferro e aço (-31%), celulose (-8%) e rochas ornamentais (-4%). O único aumento foi registrado nas vendas de tubos flexíveis de ferro e aço, registrando 135%, considerado um dado esporádico.
De acordo com Marcilio Rodrigues Machado, presidente do Sindiex, o consumo no mercado interno do país caiu muito nos últimos anos, consequência da forte crise política e econômica no Brasil, e da deficiente estrutura portuária com relação a cargas conteinerizadas.
“Para nos tornarmos mais competitivos, precisamos de investimentos na infraestrutura portuária de modo que possamos movimentar cargas em contêineres, tanto na exportação como na importação. A economia e a cultura capixaba estão fortemente ligadas ao comércio exterior e, portanto, alternativas para resolver o problema portuário de cargas estão sendo analisadas em conjunto com o Centro de Comércio do Café e Centrorochas. O comércio exterior é vital para qualquer economia moderna”, destacou.