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quinta-feira, 25 abril, 2024

ES Brasil promove debate sobre os caminhos para a Inovação

Especialistas são unânimes em afirmar que a única forma de estruturar condições ideias de fomento à inovação é integrar academia, empresas e governos.  

A segunda edição do ES Brasil Debate deste ano, que trouxe o tema “Investimento, infraestrutura e conhecimento: os caminhos para inovação”, abordou questões essenciais acerca dos desafios do Espírito Santo e do Brasil, tanto para melhorar as boas condições já conquistadas quanto para vencer obstáculos que prejudicam esse avanço. 

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O evento, realizado na noite desta terça-feira (24), no auditório do Bristol Century Plaza, na Praia de Camburi, contou com a participação do presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), André Gomyde, que atuou como mediador da noite; e dos debatedores José Antonio Bof Buffon, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Charles Martins, gerente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento para a América do Sul do grupo ArcelorMittal; e Tadeu Pissinati, assessor para Implantação de Polos de Inovação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

ES Brasil promove debate sobre os caminhos para a Inovação
O editor da revista ES Brasil e diretor-executivo da Next Editorial, Mário Fernando Souza, abriu o evento agradecendo aos convidados e destacando a importância do ES Brasil Debate na discussão de temas relevantes para a sociedade. “Fizemos mais de vinte debates ao longo de todos esses anos, sempre trazendo temas de extrema importância para o Espírito Santo, como segurança pública, mobilidade urbana, capacitação profissional e saúde, este último, realizado há pouco tempo, quando aprofundamos a discussão sobre problemas e soluções nessa luta contra o zika vírus e outras epidemias. Espero que vocês se deliciem com a riqueza dos assuntos que serão tratados nessa noite”, afirmou.

A abertura do evento contou ainda com a participação do diretor de Crédito e Fomento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Everaldo Colodetti, que convidou os presentes a uma reflexão, utilizando as palavras de Albert Einstein. “Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor coisa que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias”, destacou

ES Brasil promove debate sobre os caminhos para a Inovação

Colodetti enfatizou ainda que o convite à mudança sugere uma revisão de atitudes e conceitos, de posicionamentos e de estratégias para a retomada da produtividade no pós-crise. E fez ainda um alerta sobre capacitação de pessoal. “Um dos desafios que teremos pela frente é a escassez de mão-de-obra especializada no país. Para garantir a produtividade no pós-crise, empresas deverão lançar mão de políticas e práticas de retenção de talentos e, principalmente, qualificação da sua mão de obra. O perfil profissional ganha um novo valor para os negócios”, afirmou o diretor do Bandes.

Ele ainda apresentou números que ilustram a complexidade do desafio de Inovar e explicou como o Bandes atua nesse sentido. “Em 2015, o Índice de Inovação Global, calculado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, apontou o Brasil na 70ª posição no ranking de 141 países … O Bandes viabiliza mecanismos especiais de capital de risco, por meio de Fundos de Investimentos em Participação (FIPs), presta orientações no processo de prospecção de empresas, além de fazer aproximação entre fundos e o mercado capixaba … E criou linhas específicas de financiamentos com taxas de juros diferenciadas para empreendedores da economia Criativa”, encerrou.

ES Brasil promove debate sobre os caminhos para a Inovação

Durante o debate, os especialistas foram unânimes em afirmar que a única forma de estruturar condições ideias de fomento à inovação é integrar academia, empresas e governos. E apontaram medidas para otimizar esse processo. A pergunta que abriu o debate foi direcionada ao presidente do Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Estado (Fapes), José Bof Buffon, sobre a forma com que a instituição pode contribui com o setor produtivo. “O sistema de inovação, muitas vezes, carece de uma instituição que possa imprimir sinalização, apontar caminhos, oferecer residência profissional, reduzir riscos. Nesse sentido, a Fapes vem se aperfeiçoando, concretizando parcerias dentro do próprio governo, com os municípios e com empresas privadas”, explicou Buffon.

Charles Martins, da ArcelorMittal, falou sobre o impacto da inovação no mercado. “O primeiro item relevante desse processo é a competitividade, pois uma empresa que não investe em inovação está fadada à falência. Outra questão fundamental são as parcerias produtivas, que podem ser feitas com outras empresas, sociedade e instituições acadêmicas, por exemplo. Também é preciso reinventar a relação da empresa com os riscos nesse processo de inovação”
Ao ser levantada a questão sobre as diretrizes estratégicas nacionais que precisam ser estruturavas a fim de promover o desenvolvimento sustentado, reduzir as desigualdades interregionais e aumentar a autonomia para o crescimento, Martins destacou ainda a importância de se concretizar segurança jurídica no país, a fim de atrair investimentos.

ES Brasil promove debate sobre os caminhos para a Inovação

Tadeu Pissinati, do Ifes, falou sobre alguns dos mecanismos que podem ser adotados para fazer com que um novo negócio ganhe escala no ES. “É preciso inteligência competitiva e cooperativa, trabalhar de forma estratégica na tomada de decisões, uso da capacidade de computação em nuvem e gerar bons gráficos e boas análises de cenários. E, a partir dai, criarmos encaminhamentos. Há um elemento fundamental e que cabe uma parceria público/privada para solucionar, que é uma infraestrutura capaz de criar um ambiente que favoreça os empreendedores que gerem impacto no desenvolvimento. Tem de ter eficiência, tem que ser produtivo, tem que ser competitivo”, ressaltou Pissinati.

ES Brasil promove debate sobre os caminhos para a Inovação
O Parque Tecnológico, que sairá do papel após quase três décadas, também fez parte do debate. Ao final as perguntas elencadas pela equipe ES Brasil, pouco antes de abrir os questionamentos para a plateia, André Gomyde, destacou os avanços que se pretende atingir. “O Parque Tecnológico de Vitória completará o ecossistema de inovação do município e contribuirá para o desenvolvimento econômico da cidade e do estado, permitindo que as empresas e as pessoas estejam conectados com um mercado que gira hoje algo em torno de US$ 1,3 trilhão em negócios”, elencou Gomyde.

Gomyde explicou ainda que o parque tem uma governança estabelecida que inclui governo do Estado e Prefeitura de Vitoria – representando a esfera pública; Ifes e Ufes – representando a academia; e Petrobras e Findes – representando a indústria/mercado. Ainda durante o debate, o represente da Arcelor reiterou o interesse da empresa de estar engajada com as atividades do parque.

Participação do Público

O ESB Debate contou com a presença de alunos dos níveis médio e superior, representantes de diferentes instituições e profissionais que têm feito a diferença no mercado, como o diretor da BluePixel, Rafael Rubim Teixeira, e o presidente do Conselho de Política e Inovação da Findes, Franco Machado, e o ex-presidente da Fapes, Guilherme Pereira, Iomar Cunha, gerente da Inova Findes, entre outros destaques.

Ao serem questionados sobre o peso das inovações disruptivas e a melhor forma para romper um mercado existente ou criar um novo mercado, os debatedores destacaram que o maior desafio está em manter a constância do processo de melhoria, pois aumentar a eficiência é aumentar competitividade. Destacaram ainda que durante os processos de inovação incremental (evolução de algo já existente), é que surgem as criações que rompem mercados (desruptivas).

Os debatedores ainda forma questionados sobre a qual a importância da pesquisa nas demandas da sociedade. “Toda pesquisa, todo conhecimento é engajado” – enfatizou o presidente da Fapes, Antônio Buffon, para destacar que toda inovação surge de questionamentos acerca de processos de melhoria. 

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Fotos: Jackson Gonçalves 

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