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sábado, 20 abril, 2024

ES Brasil entrevista Cris Samorini em homenagem ao Mês da Mulher

Além de ser empresária e possuir mais de 20 anos dedicados ao associativismo, Cris Samorini é a primeira mulher a presidir a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)

Por Wesley Ribeiro 

Por mais de um século, o dia 8 de março é identificado ao redor do mundo como uma data especial para as mulheres. Entretanto, a data só foi escolhida depois de 8 março de 1917, quando um grupo de mulheres realizou uma manifestação em Petrogrado (atual São Petersburgo), na Rússia. Elas pediam melhores condições de vida e a retirada do país da Primeira Guerra Mundial.

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Mais recentemente, dadas as diversas ações pela conquista de direitos, março passou a ser celebrado como o Mês da Mulher. Para homenagear esse mês tão importante, o portal ES Brasil entrevistou, com exclusividade, a empresária capixaba Cris Samorini. 

Graduada em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral e em Marketing pela FGV, Cris atua como Diretora comercial da Grafitusa, uma empresa que já completou 100 anos e é a primeira mulher a presidir a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). 

Na entrevista, Cris Samorini fala sobre suas origens, desafios, conquistas e relata como é trabalhar em um mercado majoritariamente masculino. Sem dúvida, sua trajetória é uma inspiração para mulheres e homens. Vale a pena conferir! 

“Na carreira, considero que o principal desafio foi ajustar as oportunidades ao momento. Eu sempre fui muito atenta ao mercado e muito atuante no cenário.”

Cris, fale um pouco sobre suas origens.

Sou natural de Vitória, graduada em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral e em Marketing pela FGV.

Qual a sua relação com o setor gráfico?

Atuo como diretora comercial da Grafitusa, empresa da minha família que completou 100 anos em 2020. Eu comecei bem nova na Grafitusa. Desde o início, comecei a entender todos os processos da empresa e passei por várias etapas do seu processo industrial. Morei um período fora e também trabalhei numa indústria gráfica. Depois, voltei e fiz várias capacitações, inclusive no Senai, por conta de o setor gráfico ter uma escola muito bem formada. Fui me aprimorando, principalmente na parte técnica, porque sempre gostei muito do processo industrial da indústria gráfica.

Qual sua relação com o associativismo?

Ao longo da minha trajetória profissional também sempre me dediquei ao ambiente sindical. Fiz isso porque eu sempre gostei dessa coletividade, tanto é que já são mais de 22 anos participando do associativismo. Desde muito jovem, participo desse ambiente com muita intensidade e sempre buscando interlocução e construção para avançarmos enquanto empresa, indústria, Estado e país. Agora, como como presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) – que assumi em julho de 2020 – esse propósito se faz ainda mais presente no meu dia a dia e nos meus projetos. Cada vez mais valorizo o diálogo e a construção coletiva.

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Cris Samorini é capixaba, graduada em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral e em Marketing pela FGV – Foto: Divulgação/Findes

Gostaria de citar alguns dos principais desafios que enfrentou durante sua trajetória?

Na carreira, considero que o principal desafio foi ajustar as oportunidades ao momento. Eu sempre fui muito atenta ao mercado e muito atuante no cenário. Em determinado momento cheguei a ficar em dúvida se seguiria na indústria gráfica, mas depois me encontrei novamente e resolvi essa etapa na minha vida. Já em relação ao ambiente associativista, desde muito cedo, tive que aprender a articular, a construir pontes, e entendi que o diálogo é a melhor ferramenta de construção coletiva. Aliás, sempre falo que o diálogo deve ser acompanhado de muito pragmatismo, com foco na resolução, na construção dos projetos, nos resultados.

E o fato de ser mulher influenciou em algum momento nessa trajetória?

Como mulher, para conseguir ocupar o espaço em um ambiente majoritariamente masculino, eu sempre tive que provar que eu era capaz. Tive que provar meu valor e mostrei isso por meio das minhas entregas. Não tinha muito espaço para teorizar, precisava de resultado na mão. Ao longo desses 22 anos de associativismo, ocupando diferentes posições, foi por meio dos resultados que consegui crescer, construir e agregar cada vez mais pessoas para esse projeto na Federação.

Na sua visão, como a mulher pode ocupar espaços que lhe são de direito, seja no âmbito pessoal ou profissional?

Tenho muito orgulho de estar à frente da Federação das Indústrias do Espírito Santo e ter sido a primeira presidente eleita da Findes. Como mulher, sei dos desafios que precisam ser enfrentados todos os dias, especialmente sendo a indústria um setor majoritariamente masculino. Mas, ao longo da minha trajetória no associativismo, sempre procurei superar os desafios por meio dos resultados. Acredito que temos muitas mulheres no Espírito Santo e no Brasil com extrema competência e que têm totais condições de estarem onde elas desejarem.

“Como mulher, para conseguir ocupar o espaço em um ambiente majoritariamente masculino, eu sempre tive que provar que eu era capaz. Tive que provar meu valor e mostrei isso por meio das minhas entregas.”

Como é presidir uma instituição tão importante como a Findes?

É um desafio diário e uma honra muito grande poder representar um setor que responde por 26,5% do PIB capixaba, que emprega formalmente quase 220 mil profissionais e que tem mais de 16,6 mil empresas. Apesar de ser desafiador, eu me mantenho nessa trajetória porque eu acredito que a indústria é o principal motor de crescimento e desenvolvimento do país e os números evidenciam isso. Para se ter uma ideia, a cada R$1 que a gente investe na indústria são gerados R$ 2,67 para a economia. Ou seja, estamos falando de massa de renda, de receita, de desenvolvimento, de conquistar novos mercados, de inovar, de agregar valor tecnológico à produção brasileira. É esse o caminho que a gente acredita para poder gerar oportunidades.

E de que forma o trabalho da Findes se reverte para a sociedade?

Fazemos um trabalho intenso em várias frentes: na educação, na qualificação profissional, na saúde e no desenvolvimento da indústria e da economia do Estado e do país. Tanto é que em 2021 ampliamos o nosso atendimento na área de saúde e segurança no Estado, passando de 55 municípios para 66 e planejamos estar presentes com os nossos serviços nos 78 municípios do Espírito Santo neste ano. Também estamos crescendo a oferta de cursos profissionalizantes por meio do Senai. No ano passado, foram quase 27.700 vagas (um crescimento de 21% em relação ao ano anterior) e para 2022 nossa meta ultrapassa 28 mil vagas.

A Findes também atua na educação, certo?

Na área da educação, a Findes está investindo na Escola Sesi de Referência, em Jardim da Penha, Vitória/ES. A unidade vai ser direcionada às reais necessidades do mundo moderno, em atendimento à indústria, possibilitando o preparo dos estudantes para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho. Além disso, fazemos um trabalho contínuo e qualificado junto à nossa área de Defesa de Interesses. O objetivo é melhorar o ambiente de negócios, tornar nossas empresas mais produtivas, nossa infraestrutura mais moderna e o nosso Estado mais desenvolvido.

Por fim, gostaria de deixar uma mensagem para as mulheres?

Espero que cada vez mais as mulheres ocupem posições de destaque nas empresas, na política, nas organizações. Queremos não só ser fonte de inspiração, mas também sermos as responsáveis por tomar decisões e transformar o mundo para melhor.

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