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quinta-feira, 28 março, 2024

Especialistas discutem soluções para a Região Metropolitana

Durante o ES Brasil Debate, realizado em Vitória, gestores apresentaram possibilidades de melhoria para “destravar” a Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV)

Discutir soluções integradas para problemas comuns nas cidades da Grande Vitória em setores como mobilidade urbana, segurança, saneamento básico, entre outros, foi o objetivo do primeiro ES Brasil Debate de 2020, realizado nesta quinta-feira (12), no auditório do Hotel Bristol Alameda Vitória, em Jardim Camburi.

O evento contou com a participação de gestores públicos e privados que apontaram caminhos que possibilitem o gerenciamento compartilhado de políticas públicas, entre governos municipais, estadual e federal.

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Em sua fala, o diretor-executivo da ES Brasil, Mario Fernando Souza, agradeceu a todos os presentes e destacou a importância do evento. “Nossos debatedores levaram informações e possibilidades de reflexão sobre os problemas presentes em nosso Estado. Que o debate seja uma ferramenta de construção de opiniões para a sociedade capixaba”, destaca.

O diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Luiz Paulo Veloso Lucas, disse que resolver os problemas do Espírito Santo é um grande desafio. “Antigamente, o Estado não tinha uma região metropolitana. Hoje, estamos aqui para debater assuntos importantes que possam contribuir com a sociedade, uma vez que o instituto discute políticas públicas para contribuir com o desenvolvimento do Espírito Santo”, avalia.

Políticas Públicas

Sobre a falta de iniciativa das políticas públicas, a doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora Fucape Business School, Arilda Teixeira, afirmou que não adianta somente ter boa vontade. É necessário ter boas práticas.

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a doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora Fucape Business School, Arilda Teixeira, destacou que é necessário ter boas políticas públicas para o Estado se desenvolver. – Foto: Renato Cabrini

“O poder público precisa discutir menos e fazer mais. Existe boa vontade, mas não adianta falar sem perspectivas. Senão seremos eternamente o país do futuro. Mas se todos tivemos o mesmo objetivo, todos seremos beneficiados. O poder público precisa se dar conta de que ele está ali a serviço da sociedade. Que está ali para resolver o problema dela. Precisamos de alguém que se mobilize”, afirma ela.

Já o especialista formado em Direito e Teologia e ex-subsecretário de Trânsito e Transportes da Prefeitura Municipal de Vitória, Fernando Repinaldo, afirmou que a região metropolitana foi crescendo desordenadamente e sem planejamento.

“Há 45 anos sabemos que isso acontece. Por que não melhoramos isso? São dois aspectos: um é o platônico, da idealização, que discutimos a cidade ideal. O outro, o processo aristotélico, o da prática, que é o que faz acontecer. Mesmo que sejam bem fundamentadas, precisam de base para fazer acontecer. Como as coisas não estavam sendo realizadas foi criado o Estatuto Metropolitano que estabelece metas e critérios de processos as serem desenvolvidos e executados para que beneficie todos os membros envolvidos. Hoje, as coisas, de fato, não acontecem porque não há interesse político e que não atende a determinado grupo”, destaca Repinaldo.

Mobilidade Urbana

Projetos estratégicos integrados podem melhorar a mobilidade urbana na Grande Vitória. O atual presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV), Leonardo Khroling, pontua que ter planos para a implementação do transporte de massa discutido entre o governo do Estado e as prefeituras é muito importante.

“Precisamos de planos que perpassem gestões e que as construções não sejam feitas da noite para o dia. O Aquaviário também pode ser uma solução. Essas ações somadas podem ajudar as pessoas a deixarem os carros em casa e a serem estimuladas a usar o transporte público, ajudando assim a descongestionar o trânsito. Pensar na coletividade é uma solução”, assinala Leonardo.

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O prefeito de Viana e presidente da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), Gilson Daniel Batista, afirma que é necessário que entes municipais e estaduais dialoguem para que as iniciativas deem certo. – Foto: Renato Cabrini

Já o prefeito de Viana e presidente da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), Gilson Daniel Batista, tudo isso é sinal de falta de discussão política. “Questões partidárias dificultam o debate dos problemas que a sociedade vivencia. O protagonismo tem que partir do Estado que tem capacidade de fazer as políticas funcionarem”, aponta.

Intermodalidade

O Sistema Transcol também foi um assunto muito discutido durante o debate. Arilda Teixeira complementa afirmando que o sistema de transporte atual precisa de melhorias. “O sistema Transcol é uma grande ideia, mas está inadequado em tudo: no tempo, na tecnologia. Se ele não for ajustado não conseguiremos nos locomover. Isso é exemplo de má alocação. E governo peca pelo erro, pela falta de gestão. Precisa de muitas melhorias, e rápido”, frisa.

O mediador do debate, o professor do curso de “Mestrado em Segurança Pública” e do curso de “Mestrado em Arquitetura e Cidade” da Universidade de Vila Velha (UVV); pesquisador da carreira de especialista do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, ressalta que “existem gargalos e desafios para melhorar o serviço prestado. Hoje, são 74 áreas enquadradas pela Finem como cidades metropolitanas. Antes, as pessoas não tinham acesso aos coletivos no município de Guarapari, mas hoje já têm. O governo busca melhorar as experiências dos cidadãos com o transporte”.

Segurança

Das 10 Microrregiões, a Grande Vitória concentra o maior índice de homicídios. Segundo, Pablo Lira, na década de 90 e 2000 foi o pior momento do Espírito Santo. “Neste período houve pedido de intervenção, pois o Espírito Santo foi denunciado por conta de problemas com o sistema prisional”, diz.

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O mediador do debate, o professor do curso de “Mestrado em Segurança Pública” e do curso de “Mestrado em Arquitetura e Cidade” da Universidade de Vila Velha (UVV); pesquisador da carreira de especialista do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, disse que a região metropolitana é a que tem o maior índice de homicídios. – Foto: Next Editorial

Um estudo realizado pelo especialista em Segurança Pública Daniel Cerqueira revelou que o Estado conseguiu reduzir gradativamente os índices de criminalidade no Estado. Entretanto, com a crise de segurança pública em 2017, a região metropolitana foi fortemente atingida.

“O Programa Estado Presente foi retomado em 2019, o que ajudou a reduzir drasticamente os números de homicídios no Espírito Santo. O papel da Amunes também é importante para dialogar com os municípios, a fim de encontrar soluções para o problema”, destaca o especialista.

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