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terça-feira, 23 abril, 2024

ES Brasil Debate: Especialistas discutiram o agronegócio capixaba

ES Brasil Debate: Especialistas discutiram o agronegócio capixaba

O ES Brasil Debate sobre agronegócio foi realizado durante a GranExpoES, maior feira agropecuária do Espírito Santo que segue até domingo no Pavilhão de Carapina Na noite de ontem, pouco depois da cerimônia oficial de abertura da GranExpoES com presença do governador Renato Casagrande, foi realizado o segundo ES Brasil Debate do ano, com o tema “A realidade e o futuro do agronegócio no ES”. Em geral, as exposições dos participantes refletiram o sentimento de euforia propagado anteriormente pelas diversas autoridades presentes na inauguração da maior feira agropecuária do estado: o agronegócio capixaba atravessa um excelente momento e é um dos pilares mais importantes de nossa economia.

O debate foi dividido em dois momentos. Primeiramente os convidados fizeram suas análises gerais do panorama do agronegócio no Espírito Santo, focando-se em temas como infra-estrutura, mão-de-obra e êxodo rural. Depois o espaço foi aberto para perguntas da platéia.

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O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (FAES), Júlio da Silva Rocha Júnior, ressaltou a necessidade de que a sociedade se aproxime do setor produtivo rural. Ele destaca que só o setor cafeeiro emprega mais que o funcionalismo público estadual e as grandes empresas instaladas em território capixaba. Josean de Castro Vieira, delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Espírito Santo, adicionou que para cada emprego gerado no campo, são gerados outros cinco na cadeia produtiva, aumentando a importância do setor.

Outro ponto destacado na fala do presidente da FAES foi a aproximação e as possibilidades oferecidas pelos últimos governos para o setor rural. Para Luiz Antônio Polese, presidente do Centro de Comércio de Café de Vitória CCCV, os investimentos públicos geraram não apenas uma melhor infra-estrutura e maior produtividade mas também uma mudança na mentalidade do produtor rural capixaba, que hoje pensa e atua mais como empresário. Por outro lado, Rocha Júnior cobrou do poder público maior atenção e responsabilidade sobre as questões de saúde, ensino e segurança do trabalhador rural.

Êxodo rural e produtividade

O tema da manutenção do homem e da mulher no campo também foi alvo de várias reflexões. Desde o ponto de vista cooperativista, Esthério Sebastião Colnago, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Espírito Santo (OCB/ES), ressaltou a importância de gerar renda: “São 26 cooperativas agropecuárias com cerca de 25 mil associados. É preciso fazer que o produtor associado a essas cooperativas tenha capacitação, oportunidade de crescer profissionalmente mas principalmente tenha renda. Porque só renda segura o produtor na atividade.” O delegado do MDA, Castro Vieira, acredita que é necessário oferecer as condições para que o jovem nascido no campo tenha a opção de escolher se quer continuar ali ou migrar para a cidade, e não permanecer por falta de opções ou migrar por ausência de condições .

Houve um consenso sobre a boa produtividade e competitividade da agropecuária capixaba, fruto de parcerias entre o setor produtivo e os poderes executivos em âmbito nacional, municipal e federal, além do da importante contribuição de instituições como o Incaper no suporte técnico. No entanto, para os debatedores, ainda há muitas dificuldades a superar. O presidente da FAES destacou, por exemplo, a necessidade de uma reforma trabalhista, a taxa de juros incompatível com a realidade do campo e a presença de energia elétrica monofásica em muitos rincões do estado, que não permita a utilização de certo tipo de maquinaria. Já Polese, denunciou o esquema de sonegação de ICMS no negócio do café conilon feito entre Rio de Janeiro e Espírito Santo. Por isso, em breve, começará uma campanha de combate à sonegação com objetivo de conscientizar o produtor.

Desafios e avaliações

Aberto o debate, um das provocações foi que apesar da boa produtividade e da qualidade dos produtos, ainda não se tem uma marca criada entorno dos produtos capixabas, como por exemplo, do café robusta, que tem no Espírito Santo um dos maiores e melhores produtores do mundo. A crise mundial também é outro tema de preocupação, dada a vinculação dos de muitos produtos com o mercado internacional. Outros temas levantados foram a importância da gestão municipal para a agropecuária, os efeitos causados pelas mudanças climáticas globais e a importância do agroturismo.

A professora do Centro de Desenvolvimento Técnico (CEDTEC), Maria Rita Magnoni, levou seus alunos da disciplina de agroecologia para participar do debate. “Foi importante para eles conhecerem mais a realidade da agricultura do Espírito Santo, pois praticamente todos os jovens são urbanos e puderam conhecer um pouco de como funciona o mundo rural”. O mediador do debate Luiz Fernando Leitão avaliou o nível de debate como altíssimo e com boa participação do público. “O ES Brasil Debate contribui para o desenvolvimento do estado e para a discussão desse desenvolvimento”, concluiu.

 

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