É preciso identificar a causa da queda na produção hormonal, pois ela pode estar associada à obesidade, ao uso de anabolizantes ou ao sedentarismo
Por Amanda Amaral
A terapia de reposição hormonal com testosterona é a forma mais utilizada no tratamento dos homens com déficit de hormônio masculino. Mas essa queda é natural? Quando fatores externos influenciam nessa condição? No Espírito Santo, especialistas alertam sobre o medo da disfunção erétil, uso de anabolizantes e sobre a compra de medicamentos.
“Essa queda hormonal pode desencadear uma série de sintomas que impactam diretamente a qualidade de vida”, disse a endocrinologista Gisele Lorenzoni.
O Hiponadismo é uma condição médica em que os testículos param de produzir ou produzem a testosterona de forma insuficiente. De acordo com o urologista Fernando Chagas, da Unifert, isso pode acontecer devido a problemas na fábrica de hormônios, os testículos, ou na glândula que manda estímulos para os testículos – a glândula pituitária, que se localiza no cérebro. “Doenças como diabetes, obesidade, sedentarismo, abuso de drogas, certo tipo medicamentos e até o uso de anabolizantes podem ser alguns dos fatores envolvidos”, acrescenta.
“À medida que os homens envelhecem, a produção de testosterona nos testículos tende a diminuir. Essa redução geralmente começa por volta dos 30 anos, com uma queda gradual de cerca de 1% ao ano”, informou Gisele Lorenzoni.
A endocrinologista do Hospital Evangélico de Vila Velha, Fernanda Zottich, explica que a queda de hormônio em homens após os 40 anos faz parte do próprio processo de envelhecimento do corpo. Mas um dos fatores mais presentes que influenciam essa condição é o estilo de vida, neste caso, a doença se chama hipogonadismo funcional.
“Pode ser causado por estresse com trabalho excessivo, privação crônica de sono. Uma causa muito frequente que a gente observa no consultório é a obesidade. Há ainda a DAEM ou Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino, isso pode acontecer, sim, nos homens e é sempre acima dos 40 anos”, comenta.
Especialistas no ES alertam sobre reposição hormonal para homens 40+ - É preciso identificar a causa da queda na produção hormonal, pois ela pode estar associada à obesidade, ao uso de anabolizantes ou ao sedentarismo 
Gripe: Estado quer distribuir 1,7 milhão de vacinas - O Governo do Estado já recebeu 408 mil doses da vacina contra a influenza para distribuir para os municípios capixabas Como consequência do hipogonadismo, segundo Fernando Chadas, os homens apresentam diminuição da libido, declínio cognitivo, distúrbio do sono, alteração humor, fraqueza muscular, fraqueza óssea e disfunção erétil, sendo esta a que chama mais atenção.
Sobre esta questão, Fernanda Zottich explica para os pacientes que este é um dos últimos sintomas a aparecer: “eles sempre se preocupam dizendo que a testosterona está baixa, mas a libido está normal. Contudo, quando vamos investigar, há outros sintomas ou até mesmo uma questão metabólica que já sinalizavam a deficiência do hormônio”.
Alerta para o tratamento
“Reposição hormonal não é coisa só de mulher. Embora a idade recomendada para considerar a reposição hormonal masculina seja, em geral, após os 50 anos, os mais jovens podem ser candidatos ao tratamento dependendo da gravidade dos sintomas e da condição de saúde”, esclareceu Gisele Lorenzoni.
Fernando Chadas explica, diante do hipogonadismo, o ideal é tratar a causa, mas mesmo após esse esforço ou sendo impossível eliminá-la, o tratamento típico é realizado com a reposição hormonal de testosterona. “Isto pode ser feito com estímulo testicular ou oferecendo testosterona bioidêntica”, disse.
Mas fica uma alerta, segundo a Fernanda Zottich: “Essa fórmula é prescrita pelo médico e não se compra em farmácias de manipulação até por questões de segurança”. A endocrinologista reforça também que os pacientes, principalmente aqueles com hipogonadismo funcional, devem tratar a causa da queda hormonal primeiro. “Ele está apresentando uma alteração secundária ou outro problema como depresssão, obesidade, estresse, privação de sono crônica”, conclui.
Fernando Chadas alerta que os homens devem tentar cuidar dos hábitos de vida. “Também é necessário consultar o especialista para o diagnóstico precoce de doenças que podem lesionar os testículos, tais como: varicocele, orquite por doenças sexuais, por caxumba, etc”, afirma.
