É preciso entender que a diversidade não se resume a números. Ela envolve a criação de um ambiente de trabalho inclusivo, onde todos se sintam valorizados e respeitados
Por Letícia Deps
A busca por diversidade nas empresas é um tema cada vez mais presente nos debates corporativos. A promessa de maior inovação, melhores resultados e uma força de trabalho mais engajada é irresistível. No entanto, como solução rápida, para se livrar deste problema empresas adotam políticas superficiais que consistem em “alugar” minorias, o que se revela como uma visão superficial e ineficaz sobre a diversidade.
A ideia de contratar minorias como se fossem figurantes em uma peça de teatro, para cumprir uma cota e demonstrar um compromisso superficial com a diversidade, é um insulto à luta por igualdade. A diversidade não é um adereço para ser usado em momentos oportunos, mas um valor fundamental que deve ser cultivado em todos os níveis da organização.
É preciso entender que a diversidade não se resume a números. Ela envolve a criação de um ambiente de trabalho inclusivo, onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente de suas origens, crenças ou identidades.
Em vez de buscar soluções rápidas e superficiais, as empresas devem investir em ações concretas para promover a diversidade e a inclusão. Isso inclui a promoção de profissionais de grupos minoritários para cargos de liderança, a criação de políticas de recrutamento e seleção inclusivas, a oferta de programas de desenvolvimento profissional para todos os colaboradores, a criação de grupos de afinidade e a parceria com organizações da sociedade civil.
Ao adotar essas práticas, as empresas não apenas cumprirão sua responsabilidade social, mas também se tornarão mais competitivas e inovadoras. A diversidade é um ativo valioso que deve ser cultivado com cuidado e respeito. A solução para a falta de diversidade nas empresas não está em contratar “minorias sob demanda”, mas em criar um ambiente de trabalho onde todos se sintam pertencentes e possam contribuir com todo o seu potencial.
Em resumo, a diversidade não se aluga, ela se constrói. A verdadeira diversidade vai além de números e representa um compromisso com a criação de um ambiente de trabalho mais justo, equitativo e inclusivo.
Letícia Deps é Neuroarquiteta – membro da Academia Norte Americana de Neurocîência aplicada a Arquitetura- ANFA nos capítulos San Diego-EUA e Brasil