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segunda-feira, 22 abril, 2024

Empresários estão mais otimistas com o retorno das vendas

Pesquisa do Sebrae mostra que donos de pequenos negócios acreditam que situação da economia volta ao normal em menos de um ano

Empresários estão mais otimistas. A gradativa reabertura da economia somada ao início da estabilidade do número de casos da Covid-19 mudou a expectativa do micro e pequeno empresário capixaba. A categoria, que andava bastante preocupada, por vezes até sem saber o que fazer, agora já se mostra um pouco mais confiante. Agora, a maioria acredita que, em 11 meses, a situação da economia esteja de volta ao normal.

Esse expectativa foi conferida pela 6ª pesquisa Sebrae/FGV, que analisa o Impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios. Enquanto na sondagem anterior, feita em junho, a maioria dos entrevistados acreditava que a normalidade das vendas levaria mais de um ano para acontecer.

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Os negócios ainda não esboçaram reação mais significativa, mas a diminuição no faturamento passou de 88% em junho para 82% em julho. Ao todo foram entrevistados 137 Microempreendedores Individuais (MEI) e donos de micro e pequenas empresas no Espírito Santo, entre os dias 27 e 30 de julho.

Empresários estão mais otimistas com o retorno das vendas

“Vemos de forma muito positiva esse otimismo que começa a crescer entre os donos de pequenos negócios. A pesquisa já aponta alguma melhora nos números de junho para julho, o que traz esperança de que o mercado possa reagir aos poucos nos próximos meses”, aponta o superintendente do Sebrae-ES, Pedro Rigo.

Ele destaca ser preciso mesmo acreditar que um momento melhor está por vir, mas sempre ter os pés no chão e muita cautela no planejamento financeiro da empresa e na gestão.

E com a abertura gradativa da economia, vem a grande responsabilidade de observar as boas práticas que devem ser aplicadas. “Os empresários precisam garantir que seus estabelecimentos estejam preparados para atuar de forma segura do ponto de vista sanitário, para que assim a reabertura ocorra de maneira prudente e contínua.”, finaliza Rigo.

A força do online

Em julho, 24% dos empresários consultados relataram que tiveram que interromper o funcionamento temporariamente, variação que era de 34% no mês anterior. E vale destacar que, dentre aqueles que conquistaram algum acréscimo no faturamento, 31% chegaram a esse resultado vendendo mais online. Por causa da crise, 61% estão funcionando com mudanças.

Empresários estão mais otimistas com o retorno das vendas

A empresária Hinglyd Fonseca entendeu logo no início da pandemia que as vendas online seriam necessárias para manter a comercialização dos produtos. E manteve a fábrica fechada apenas por 10 dias.

“Ainda em março, montei uma equipe com sete vendedoras que enviavam, por WhatsApp, novos catálogos com frequência a nossas clientes. E também divulgávamos em nossas redes sociais. Fizemos ainda uma campanha das máscaras, em que trocamos 2 mil unidades por alimentos não perecíveis que foram doados. Toda essa positividade em não parar, em acreditar que era possível, gerou um otimismo muito forte em nossa equipe, que contagiou nossos clientes e chamou a atenção de novos admiradores da marca”, destaca Hinglyd.

Os produtos eram todos entregues no sistema delivery. E a venda constante permitiu que a empresária lançasse a coleção completa de inverno, mesmo tendo pequenas adaptações às novas demandas. “Lançamos pelo menos duas coleções durante essa pandemia. A home office e a confort, com peças e tecidos que melhor se encaixavam no novo sistema de trabalho dentro de casa”. Essas ações permitiram que o negócio sobrevivesse sem o pedido de empréstimos e sem demissões.

Impactos

Apesar de todo o esforço, a empresária registrou quedas no faturamento, em  consequência do fechamento dos shoppings. Mas se orgulha das medidas que adotou. “Claro que a gente sentiu com a queda nas vendas, mas me reinventei como gestora ao focar somente nas soluções, uma vez que os problemas já estavam postos. E isso possibilitou uma situação bastante confortável, frente ao que vemos no mercado”, finaliza

Desde o começo da crise, 56% dos empreendedores abordados buscaram empréstimo bancário para a empresa. Desses, metade não conseguiu o empréstimo, 33% estão aguardando uma resposta e apenas 17% tiveram êxito. Ao todo, 44% disseram ter dívidas ou empréstimos em atras. Um percentagem ligeiramente menor do que a do mês de junho, que era de 46%.

Segurança

A maioria da categoria têm feito o dever de casa quando o assunto é consciência sobre os protocolos de segurança. Os dados apontam que 61% dos consultados conhecem e já implementaram as boas práticas orientadas pelas autoridades em saúde. Mas, isso significa que 39% dos entrevistados, não têm tomado o cuidado necessário.

“O grande problema do SARS-CoV-2 é exatamente o fato dele ter alta transmissibilidade, por isso, mesmo adotando todas as medidas de segurança, é essencial ter muita atenção, porque temos visto que não apenas as pessoas com fatores de risco têm apresentado quadro clínico grave. Há pessoas mais jovens, sem comorbidades que estão evoluindo mal. Mesmo com os avanços na medicina em relação às terapias, ao suporte e manejo clinico do paciente que contrai a doença”, alerta o médico Leonardo Teixeira.

Ele lembra que a situação pode se agravar por falta de cuidados. “Ainda que todos os esforços estejam sendo empregados, com aceleração muito mais que o habitual de etapas dos estudos científicos em relação à produção da vacina, estamos descobertos quanto à perspectiva de cura nesse momento, diante da real possibilidade da chegada da segunda onda, caso medidas eficazes de prevenção da transmissão da doença não sejam adotadas. Então, tomar todos os cuidados, capacitar os funcionários e, assim, evitar a contaminação é a única forma sensata de não contribuir para que ocorram mais prejuízos em termos de perdas de vidas e também financeiro”, finaliza Teixeira.

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