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sábado, 20 abril, 2024

Eleições municipais – cenário de novos e velhos desafios

Eleições municipais – cenário de novos e velhos desafios

A democracia é melhor ensinada e praticada nos municípios

Por Manoel Goes Neto

Eleição municipal é um pouco zeladoria. Os buracos de rua, a coleta de lixo, o abastecimento de água, (entram em pauta) os serviços mais importantes para o cidadão.

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Em cidades maiores, têm outros atores importantes como um setor imobiliário forte, discussões sobre plano diretor. Quanto menor a cidade mais importante são os buracos. Quanto maior a cidade, mais importante a mobilidade urbana, a segurança, a saúde e a educação. Cenário de novos e velhos desafios.

A democracia é melhor ensinada e praticada nos municípios, pois ali o trabalho prático e o resultado de uma votação é imediatamente visível. Trabalhar a serviço da comunidade é, portanto, a melhor etapa preliminar para o trabalho no campo político em geral.

Teremos este ano um pleito para eleger prefeitos e vereadores, o qual inicialmente já se acreditava que seria realizado em um cenário bastante desafiador, considerando a polarização política que persiste, além das sucessivas crises e polêmicas que ocupavam o noticiário político, contribuindo para reforçar tal prognóstico, acrescido da crise econômica que pinta o horizonte próximo com tons sombrios.

As complexidades que o cenário político brasileiro apresenta na atualidade, é por si só, uma tarefa complexa, à qual agora se soma a emergência sanitária que acomete o mundo, conforme tem sido amplamente divulgado em todas as mídias, a pandemia da covid-19. Trazendo graves consequências com crescente número de infectados e perdas humanas, a pandemia acarreta implicações imediatas em termos de saúde, com desdobramentos sociais, econômicos e também políticos.

Todos os atuais prefeitos e prefeitas, sem exceção, vivem sob os efeitos socioeconômicos e políticos da pandemia da COVID-19, cujo horizonte de contaminação segue indeterminado, mas que, certamente, irá impactar fortemente os próximos quatro anos dos governos municipais, e mais que nunca necessária uma gestão pública colaborativa.

A eleição municipal costuma ser vista como uma disputa à parte, pautada por problemas do dia a dia da cidade, como asfalto nas ruas, saúde, educação e saneamento. Uma disputa feita em meio à pandemia do novo coronavírus, em um momento de polarização política do país, deve tornar a campanha que hora se inicia em 2020 ainda mais singular.

Sem o popular corpo a corpo, impossibilitado pela necessidade de distanciamento social, a eleição deve ter novamente nas redes sociais uma plataforma para conectar candidatos e eleitores. Isso traz desafios como lidar com os disparos de mensagens e problemas já registrados em 2018, como as fake news.

A Covid-19 afeta a eleição de duas formas. De um lado, pela gestão da crise, (é preciso) saber se ela vai afetar a avaliação da gestão municipal. Os prefeitos vão ser cobrados por isso, e os vereadores vão precisar apresentar propostas que atendam às necessidades que já estão surgindo na pandemia. Transporte coletivo, educação, saúde. Isso vai exigir dos governos atuação mais contundente na responsabilidade social e também fiscal, dada a crise posterior à pandemia, não cabendo portanto espaço e tempo para gestores públicos inexperientes e aventureiros. É hora da competência e de muita experiência na gestão pública, como também no trato das composições políticas. Os eleitores estão com o nível de tolerância e alta-estima baixíssimos.

Manoel Goes Neto é escritor, presidente licenciado do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e diretor no IHGES

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