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quinta-feira, 28 março, 2024

Elas já não são mais a minoria

Pesquisa do PNAD apontou que mais de 30% do mercado de empreendedorismo capixaba é composto de mulheres

Leulittanna Eller Inoch

As mulheres estão dominando o mercado empresarial capixaba e juntas representam 35,21% dele, segundo o último levantamento feito pela PNAD Contínua, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Pesquisas apontam que mulheres já atuam como CEO’S de grandes empresas e a capacidade de lucro dessas empresas aumentou mais de 20% sob o comando delas, porque se doam muito ao ocuparem espaços como esses”, destaca a vice-governadora do Espírito Santo Jacqueline Moraes.

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A analista do Sebrae/ES Andrea Gama explica que há diversos fatores que levam as mulheres a empreenderem. “Muitas vezes, as motivações são diferentes das dos homens. Elas consideram a satisfação pessoal e desejam fazer a diferença na comunidade, na região em que moram, trazendo algo novo ao mercado.” Foi atrás dessa satisfação pessoal que Patrícia Vieira Parcel resolveu abrir um negócio em plena pandemia: “Não foi nada fácil, tive que lidar muitas vezes com aquela famosa pergunta: mas por que você não procura emprego na sua área, mesmo sendo formada e pós-graduada? Porque achei algo que me deixa feliz e realizada, gente”.

Os dados da Pnad Contínua apontam que, aproximadamente, 43,1% das donas de negócio do Espírito Santo possuem nível médio, 33,5% têm nível fundamental e 23,1% nível superior. Quase metade delas (48,4%) têm rendimento médio mensal de até um salário mínimo mensal. Os números também mostraram que a proporção de donas de negócio diminui à medida que a faixa de rendimento mensal aumenta.

A dupla jornada de trabalho dificulta e empreendedorismo. “De maneira geral, precisamos encaixar o negócio na nossa rotina de mãe e cuidados com a casa. A dificuldade maior não é o fato de ser mulher, mas brasileira. Ainda aqui no Brasil é tudo muito complicado, não temos incentivos, infelizmente”, aponta Patrícia.

Elas já não são mais a minoria
“A dificuldade está no fato de que precisamos, como mulher, de uma maneira geral, ‘encaixar’ o negócio na nossa rotina de mãe e cuidados da casa. Mas, de verdade, a dificuldade maior não é fato de ser mulher, mas brasileira. Ainda aqui no Brasil é tudo muito complicado, e não temos incentivos, infelizmente” – Patrícia Vieira Percel, empresária

Andrea Gama explica que, mesmo diante dos obstáculos, as mulheres persistem. “A taxa de juros anual para empresárias é 3,5% acima dos donos de pequenos negócios, o que não faz sentido. Se o percentual de inadimplência feminina (3,7%) é inferior à masculina (4,2%), não deveria ser o contrário? Na lista de desafios temos ainda autoconfiança, preconceito, igualdade de oportunidades, todos eles agravados se formos considerar a mulher negra e de baixa renda. Mesmo assim, 57% das donas de negócios no Espírito Santo são negras, o que representa 111 mil empreendedoras”.

 

Apesar das barreiras, as mulheres estão à frente de, aproximadamente, 198 mil pequenos negócios, no Estado, sendo 170 mil delas trabalhando por conta própria (86,2%), e mais de 27 mil atuando como empregadoras (13,8%).

Agenda Mulher

A vice-governadora sabe bem o que significa empreender. Ela já foi camelô e hoje comanda um programa Estadual com foco no empreendedorismo feminino. “Além de oferecer cursos, o Agenda mulher atua em três vertentes: a emocional, para que a mulher possa se autoconhecer, trabalhar a liderança, o relacionamento com ela mesma e com os de fora; a social, voltada à comunidade em que ela mora, a fim de mudar a vida daquelas pessoas, com aquilo que ela faz bem, e também promovendo desenvolvimento sustentável; e a vertente produtiva, que é essa em que ela abre o próprio negócio, começando como MEI e passando à pequena empresa”.

Elas já não são mais a minoria
“Existem pesquisas que mostram que mulheres já estão atuando em como CEO’S de grandes empresas. Essas pesquisas mostram que a capacidade de lucro dessas empresas aumenta em mais de 20%” – Jacqueline Moraes, vice-governadora do Estado

Jacqueline considera que as mulheres têm provado cada dia mais seu valor. “A mulher tem uma capacidade maior de empreender: é muito criativa, faz várias coisas ao mesmo tempo, e explora isso em seu favor. A cada quatro famílias, três são sustentadas por mulheres empreendedoras. Muitas começam com negócios na porta de casa que se tornam o sustento de toda a família. Aqui no Espirito Santo temos casos de mulheres que já conquistaram o Selo de Qualidade do Incaper e podem vender seus produtos em feiras e até fora do país”.

 

Além dos diversos cursos voltados à capacitação da mulher e do seu negócio, o Estado tem uma linha de crédito voltado exclusivamente para elas, por meio do Banestes. O Agenda Mulher também criou parcerias privadas voltadas ao público feminino. A Universidade de Vila Velha (UVV) colocou em prática o projeto GastroLar, que capacita mulheres em gastronomia, e o mestrado em segurança pública tem uma linha de pesquisa voltada à violência contra a mulher.

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