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sexta-feira, 29 março, 2024

Eduardo Fontes assume a presidência da Ademi-ES

No último dia 1º, Eduardo Fontes assumiu a presidência da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES) para o biênio 2021 a 2023

Por Samantha Dias 

Eduardo Fontes conversou com a reportagem de ES Brasil para falar sobre suas prioridades enquanto presidente da associação, sobre o que acha importante manter e mudar nos próximos anos. Falou também sobre o bom momento pelo qual passam o mercado de construção civil e imobiliário.

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Eduardo Fontes Terra da Silveira, tem 42 anos, é casado e pai de dois filhos. É formado em Administração de Empresas e é gestor de vendas da Empar Incorporadora, MZI Incorporadora e Metron Engenharia.

Assumindo a presidência, o que você pretende manter e o que pretende inovar na gestão da Ademi-ES?

Estou na Ademi-ES há doze anos, eu já passei pelas diretorias, já trabalhei inclusive com os três ex-vice-presidentes da entidade. Eu acho que a gente precisa sempre dar continuidade ao fomento do mercado imobiliário, atendendo toda a nossa cadeia de associados, que vão desde loteadores, imobiliárias, moradores, escritórios de arquitetura, administradoras de condomínios, cada uma delas tem a sua necessidade e obviamente estão todos interligados.

Então a gente deve dar continuidade nisso e, pra mim, o mais importante a partir de agora nessa minha gestão é estar mais próximo do associado. Eu acho que é o associativismo que leva ao crescimento dessas entidades, não só como contribuição financeira, mas como contribuição também participativa. Porque a gente sabe que os desafios são muitos, os problemas vêm e vão a todo momento e o que a gente sempre precisa são de pessoas dispostas a ajudar. Então eu acho que nessa minha gestão eu vou focar muito nisso, estar mais próximo do associado, ouvi-lo, vamos resolvendo os problemas juntos, vamos inovando em parceria, em palestras, em capacitação, em eventos com o objetivo de colocar o mercado imobiliário sempre pra cima.

Desses setores que você citou, cada um com suas demandas particulares, algum  tá carecendo mais, na sua avaliação?

Não. O que eu mais vejo é que às vezes você tem sempre um segmento que pode ser que ele não seja tão bem atendido por outra entidade de classe que ele poderia ser também vinculado. Então nesse caso a gente procura até estar mais próximo e de repente atrair essas pessoas que não estão sendo bem atendidas em outras entidades. A gente vê que todas elas estão sempre dispostas a participar, estão sempre buscando soluções junto à nossa entidade Ademi-ES.

Como os setores de construção civil e mercado imobiliário passaram o ano de 2020 e como estão este ano?

Nós passamos muito bem pela crise, ficamos surpresos positivamente com isso, afinal quando você tem um problema econômico muito grave, em que todo mundo teve que parar a produtividade, a produtividade cai, o PIB cai, deveria ser um desastre total pra todo mundo. Para a nossa surpresa, as pessoas retidas em casa obviamente pensaram em fazer benfeitorias, upgrade e decidiram olhar pro seu imóvel com um olhar de melhoria.

Então essa parte nós saímos muito bem. Não foi mil maravilhas, uma vez que naquele período de lockdown as pessoas estavam impossibilitadas de transitar, mas o setor inovou bem no sentido de que grande parte das empresas passou a adotar a assinatura dos contratos de aquisição de forma digital, ou seja, você não precisa estar frente a frente com o corretor e assinar aquele monte de papel para adquirir um imóvel, você pôde comprar na planta a distância, você pode visitar o imóvel de forma virtual… Essas inovações aconteceram mais aceleradamente fruto da pandemia.

Agora em 2021 o setor também tem ido bem, uma vez que grande parte dos estoques que havia ainda – que não eram muitos – praticamente se esgotaram. A gente vê o mercado de imóveis prontos indo muito bem. inclusive a gente já vê até escassez nesse sentido. Agora é a vez dos lançamentos. Ficou difícil o comprador achar um 3 quartos pronto em Jardim Camburi. Antigamente você tinha uma certa oferta, era fácil achar, hoje é muito difícil, você acaba vendo corretores anunciando que precisam de um imóvel porque tem cliente. Isso não acontecia. Você teve um problema generalizado de subida de preço de insumo, não só na construção civil, de todos os segmentos, do setor automobilístico…isso acho que já está próximo do fim na construção civil, a gente já vê no último mês o CUB (Custo Unitário Básico da Construção) e INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) tendo um comportamento mais razoável. Então eu acho que daqui pra frente essa subida de preços vai ser uma coisa mais normal igual era no período passado, a construção civil vai avançando igual avançava anteriormente de uma forma mais moderada, saudável, mas seguiremos avançando.

O aumento de preços e a falta de alguns insumos e matéria-prima influenciam os imóveis que estão em construção? As obras tiveram que ser paradas?

Não, não teve que parar. Você tinha obviamente uma carência de entrega daquele produto. Não tinha por exemplo o piso pra te entregar hoje, ou aço pra você construir neste momento, mas a cadeia produtiva com um ou outro atraso ela seguiu bem. Então você não teve esse tipo de problema.

No que diz respeito aos preços, me parece que agora em compras mais recentes os preços já estão mais estabilizados e já existe uma oferta para pronta entrega de todo tipo de produto para construção civil. O que impactou também todo esse desajuste de produtos foi a ajuda do governo federal da pandemia. As pessoas buscaram essas lojas de materiais de construção e saíram comprando tudo para pequenas reformas. Então foi realmente um problema momentâneo de desabastecimento, mas foi uma coisa pontual e que agora, com a pandemia de alguma forma um pouco mais descontrolada, a cadeia produtiva segue produzindo de forma quase normal.

Os preços dos imóveis também tiveram um reflexo de toda essa cadeia? A gente vê que o preço de alguns imóveis dispararam.

Sim, em alguns casos até um pouco maior. Eu te cito como exemplo lotes em condomínios fechados, isso teve uma busca muito grande das pessoas para esse tipo de aquisição para que tivessem uma qualidade de vida melhor. Muita gente pôde, alguns profissionais liberais, jornalistas, advogados, enfim, puderam de repente se dar um pouco ao luxo de trabalhar parte do período em casa. Dessa forma as pessoas buscaram uma maior qualidade de vida, buscaram apartamentos maiores, buscaram casas em condomínios fechados, buscaram lotes para construir casas…então você teve um aumento pontual cujo reflexo foi por conta da pandemia.

Por outro lado, os imóveis em construção estão tendo também valorização, estão no outro patamar de preços, uma vez que os custos de construção também estão em outro patamar de preços, não tem jeito, uma coisa acaba puxando a outra. Na medida que os meus lançamentos imobiliários estão com preços mais elevados, quem não consegue comprar o lançamento imobiliário, ele parte pra aquisição do pronto. Se o pronto vai vendendo muito, vai tendo escassez…

E os imóveis usados?

Houve uma valorização também generalizada dos imóveis usados. A oferta já não era tão grande, o crédito imobiliário ainda muito barato no seu histórico e por isso obviamente teve uma busca muito grande.

O preço da energia elétrica e uma ameaça de crise hídrica elétrica preocupa o setor?

Por enquanto isso não está no radar não, até que a gente tenha notícias mais concretas do que poderá acontecer, por enquanto a gente segue trabalhando normalmente. Algumas entidades de classe tem buscado fazer ações educativas pra você ter o menor consumo de energia e por enquanto é o que as entidades podem fazer e temos que esperar pra ver o que vai acontecer daqui pra frente.

Quais são os focos que você acha que o mercado imobiliário tem que ter, o objetivo principal para atender as necessidades não só dos associados mas também dos clientes?

É preciso que todos os associados estejam sempre atentos a essa mudança de comportamento do consumidor, as necessidades podem ter variado e é fundamental que o segmento esteja atento a isso e se adapte rapidamente, uma vez que o nosso setor de empreendimentos imobiliários você demora de 4 a 5 anos desde o projeto de um prédio até ficar pronto. Então é fundamental que todo mundo pense muito bem nisso pra que o seguimento continue crescendo de forma sustentável. O que a gente não quer são empreendimentos concebidos ainda no modelo anterior que não estejam sendo plenamente atendidos pelos construtores atuais.

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