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segunda-feira, 21 DE abril DE 2025

Economistas reagem e criticam altas consecutivas dos juros

Conselho Federal de Economia afirma que juros mais altos têm efeitos diretos sobre a atividade econômica, impactando o consumo, o crescimento e a distribuição de renda

Por Kikina Sessa

A recente decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano movimentou os economistas. O Conselho Federal de Economia divulgou nota criticando o impacto das altas taxas de juros na economia brasileira.

“O aumento da taxa Selic tem efeitos diretos sobre o crescimento econômico e o mercado de trabalho. Com juros mais altos, o custo do crédito para empresas e famílias sobe, reduzindo investimentos produtivos e o consumo”, mencionou Tania Cristina Teixeira, que preside o Conselho Federal. “Isso pode levar a uma desaceleração ainda maior da economia num momento em que o País precisa crescer. O combate à inflação é importante, mas é preciso que seja equilibrado com estratégias que não sacrifiquem o desenvolvimento e o bem-estar da população”.

Teixeira disse ainda que “uma taxa de juros nesse patamar penaliza, sobretudo, os mais pobres”, e prosseguiu: “O custo do endividamento aumenta, dificultando o acesso ao crédito para pequenas empresas e consumidores que já enfrentam dificuldades financeiras. Além disso, a elevação da Selic amplia a concentração da renda, pois beneficia investidores que vivem de renda financeira, enquanto encarece o crédito produtivo. Precisamos debater alternativas que combatam a inflação sem aprofundar desigualdades sociais”.

Presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Érika Leal comenta que o Conselho Federal de Economia recorrentemente emite notas criticando a política de aumento de juros por parte do Banco Central porque entende que as taxas de juros elevadas penalizam investimento produtivo. Torna os custos de produção mais caros e traz uma recessão econômica para o País.

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“É uma política para conter inflação. É divulgada com esse intuito de conter inflação, mas vai penalizar o investimento produtivo, penalizar o crescimento econômico, penalizar as famílias, que vai encarecer o custo dos empréstimos. O Conselho Federal de Economia não se furta ao debate. É um Conselho que se posiciona a favor do progresso técnico, da redução das desigualdades”, disse a economista.

Este foi o terceiro aumento consecutivo da taxa de juros em um ponto percentual – um cenário que foi antecipado pela ata da reunião do Copom realizada em dezembro. Na ocasião, a elevação foi de 11,25% para 12,25%. A próxima acontecerá nos dias 06 e 07 de maio.

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