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sexta-feira, 19 abril, 2024

Economia: nem mal, nem bem, seguindo o fluxo

O setor de bens de consumo semidurável caiu 0,8% em relação ao mesmo período de 2021; e 3,2% no acumulado em 12 meses

Por Arilda Teixeira

Ainda que o palco esteja tomado pelas disputas eleitorais, a economia continua seguindo seu curso. Seus indicadores, se não agradam, também não desagradam. Estão em cima do muro.

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Por exemplo, no setor privado, o percentual da população ocupada, com carteira assinada, que entre 2012-13 era de 3%; entre 2013 e 15 chegou a 3,6%; manteve-se em queda de 2,7% de 2016 até 2018; entre 2018-19 cresceu 1,1%. Não é o ótimo, mas é o exequível – o percentual de subutilização da força de trabalho aumentou nos biênios 2014-15(27,4%), 2015-16(37,1%), 2017-18(12,7%). A PNAD contínua para 2019 indicou que o nível de ocupação da força de trabalho está em 54%, e o de desocupação de 7,4%; a taxa de desocupação está em 11,9% -já foi mais de 17%.

A pesquisa Industrial Mensal do IBGE de julho deste ano indicou que o investimento em bens de capital aumentou 3,7% no acumulado no ano, em relação ao mesmo período de 2021 – um alento, já que em relação ao mês anterior havia caído 3,7%; em relação ao mesmo mês em 2021 caiu 5,8%. Entretanto, o consumo de bens intermediários, apesar de ter crescido 2,2% no mês de julho/22 em relação a junho/22, no acumulado do ano caiu 1,7%, e no acumulado em 12 meses 2,6%.

Bens Intermediários são insumos para produzir outros bens. Quando suas demandas caem é sinal de desaceleração de atividade. Situação que o setor de bens de consumo duráveis e semiduráveis parece confirmar:  ambos estão em queda. O setor de bens consumo durável, no acumulado em relação a 2021 caiu 10,2%; e no acumulado em 12 meses caiu 15,4%.

O setor de bens de consumo semidurável caiu 0,8% em relação ao mesmo período de 2021; e 3,2% no acumulado em 12 meses.

Essas estatísticas, se não são ótimas, também não são ruins. Suas disparidades são mais efeito de falta de rumo da política econômica do que da dinâmica da economia brasileira.

Assim, enquanto a economia segue, cerceada pelo morde e assopra entre os Poderes Executivo e Legislativo, desperdiçando o tempo que poderia usar para definir e implantar um Projeto que colocaria sua economia na rota do desenvolvimento, perde tempo que reflete seu custo através das estatísticas.

Em setembro o Brasil completa 200 anos como país independente, mas seu Estado permanece na cultura patrimonialista. Portanto, incapaz de propor projetos para desviar sua economia do subdesenvolvimento – considera que são os cidadãos contribuintes é que estão a serviço do Estado.

Em outubro haverá eleições majoritárias. Oportunidade para propor e discutir projetos que aprimorarão a estrutura produtiva e regulatória da economia brasileira. Mas, pouco se ouve dessas postulantes propostas exequíveis e conclusivas nessa direção. Seus narcisismos os impedem de pensar na Nação.

Não há um Projeto para desenvolvimento na alça de mira dos candidatos deste pleito. Isto preocupa, porque a economia brasileira está envelhecendo sem que tenha uma base produtiva capaz de atender uma população predominantemente idosa. Na direção que segue, está fadada a permanecer no subdesenvolvimento.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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