Mesmo em segmentos tradicionais, um olhar diferenciado do empreendedor pode trazer boas oportunidades de negócios

Foi pensando nisso que o borracheiro Leandro Freitas reinventou o conceito de borracharia, ao criar um empreendimento que foge da velha ideia de que esses são locais bagunçados, sujos de graxa e com ferramentas espalhadas pelo chão. No espaço, o empresário investiu em um visual clean, agradável e com atendimento personalizado, que vai da vestimenta dos funcionários até o modo de oferecer o serviço. Leandro pode até não saber, mas essa forma de inovar tem um nome: é chamada de Economia Criativa.

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Sandra Mara Selleste, especialista no assunto, explica o que é esse modelo econômico pautado nos bens intangíveis.“ A economia criativa consiste na criação de negócios baseados no capital intelectual (intangível) e cultural e na criatividade que geram valores (os bens tangíveis). Desse modo, o criativo tem a capacidade de pensar diferente e em soluções alternativas para determinadas situações e que darão um retorno financeiro”, comenta.

A especialista lembra ainda que a criatividade pode ser trabalhada de diversas maneiras. “Aperfeiçoar a forma de trabalhar é uma delas. Isso tem se tornado vital para se destacar e até se colocar no mercado. Criar uma nova possibilidade a partir de algo que já existe também é ser criativo. O importante é se reinventar, como foi o caso do Leandro”, afirma.

Leandro não é o único. Aqui no Estado a economia criativa tem crescido. Segundo dados do Instituto Jones do Santos Neves, o Espírito Santo ocupa a 7ª posição no ranking de Unidades da Federação com maior participação no modelo. Só no primeiro trimestre deste ano, 169 mil capixabas se ocuparam em atividades criativas. O crescimento é de mais de 14,4% em comparação com o mesmo trimestre de 2018.

A borracharia de Leandro foi inaugurada em 2017, mas ele já trabalhava com o negócio desde muito jovem. A ideia de criar um novo ambiente moderno e confortável veio da necessidade de romper um estereótipo. “Eu trabalho em borracharia desde os meus 14 anos e em alguns momentos tive vergonha de dizer minha profissão, então decidi criar esse negócio para mudar a percepção que as pessoas tinham de uma borracharia. Consequentemente, consegui aumentar os rendimentos com o projeto”, conta.