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terça-feira, 10 DE setembro DE 2024

Dois juízes são detidos em operação que investiga lavagem de dinheiro

Operação Follow the Money, conduzida pelo MPES, cumpriu mandados judiciais contra agentes públicos e advogados

Por Robson Maia

Uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) na manhã desta quinta-feira (1) cumpriu mandados judiciais contra agentes públicos e advogados em uma operação de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público e falsidade ideológica. Intitulada de “Operação Follow the Money”, os mandados foram cumpridos em Vitória, Vila Velha, Serra e Barra de São Francisco, e também nos estados do Rio de Janeiro e Paraíba.

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As ações contaram com o apoio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO CENTRAL E NORTE), além da Polícia Militar. Segundo o MPES, esta fase consiste no cumprimento de 7 mandados de prisão preventiva, 30 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de afastamento funcional de agentes públicos e 13 mandados de suspensão do exercício da atividade profissional.

Além disso, foi determinada a proibição de contato entre pessoas, proibição de acesso às dependência de órgãos públicos, além de monitoramento eletrônico, todos expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, atendendo a requerimentos do Ministério Público contra 34 (trinta e quatro) pessoas envolvidas no esquema. 

Entre os investigados que foram abordados nesta fase da operação estão dois magistrados: os juízes Bruno Fritoli Almeida e Maurício Camatta Rangel. Bruno foi conduzido para o presídio da Polícia Militar, na capital capixaba, enquanto Maurício recebeu medidas restritivas de liberdade e utilizará tornozeleira eletrônica.

Em nota, a Associação dos Magistrados do Espírito Santo (AMAGES) afirmou que todos os magistrados são submetidos às mesmas normas e procedimentos que qualquer cidadão, e que a apuração de fatos deve ser realizada de forma imparcial, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório.

As investigações colheram evidências contundentes do envolvimento de agentes públicos, advogados e particulares em ações judiciais simuladas a partir de documentação falsa, direcionamento da distribuição dos processos e emissão indevida de alvarás, com indícios de recebimento de vantagem indevida e lavagem de ativos.

Residências de investigados, locais de trabalho, dependências de órgãos públicos e de empresas suspeitas de integrar o esquema são alvos das diligências.

Ao todo, 9 membros do Ministério Público coordenam os trabalhos, auxiliados por 97 policiais.

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