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sexta-feira, 19 abril, 2024

Diversificar para crescer

Líder no país quando se fala em negócios feitos no mercado internacional no primeiro semestre do ano e com 1.650 empresas instaladas no Espírito Santo, o setor de rochas ornamentais do Estado movimenta uma importante cadeia produ­tiva.

São empresas que atuam na comercialização, na mineração, na indústria de transformação e no beneficiamento, tendo na ponta da esteira as marmorarias, importantes na produção de recortados e na instalação final dos materiais produzidos.

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Segundo dados do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas), o segmento gera aproximadamente 25 mil empregos diretos e 100 mil indiretos, participando com 10% do PIB capixaba. Em 2015 o setor de rochas capixaba produziu 3,6 milhões de toneladas, em um ano no qual o Espírito Santo exportou US$ 980,15 milhões, equivalentes a 1,68 milhão de toneladas. Já em 2016, até o mês de setembro, foram exportados US$ 725,49 milhões, que correspondem a 1,47 milhão de toneladas.Diversificar para crescer

Para Tales Machado, presidente do Sindirochas, este tem sido um ano de muitas lutas, de forma geral, e de busca de alternativas pelo setor. “O ano de 2016 certamente vai ficar marcado por uma crise política e econômica sem precedentes, provocando redução da produção industrial, gerando um número alarmante de desempregados, reduzindo investimentos em infraestrutura e mantendo os juros em patamares dos mais elevados do mundo. Por mais paradoxal que pareça, considerando a crise instalada, as empresas de rochas continuaram investindo na mineração e na indústria, buscando novas áreas com materiais diversificados, para atender às exigências do mercado. Na indústria, os principais investimentos ocorreram na ampliação de áreas de estocagem de chapas e nos equipamentos multifios, que vêm acelerando a produção de chapas, agregando valor aos materiais, permitindo um melhor aproveitamento da matéria-prima e menor quantidade de resíduos, ambientalmente adequados. Investimentos continuam sendo feitos em inovação, em busca de novos mercados, participação em feiras e missões internacionais, pois o grande desafio continua sendo, a par de fidelizar os clientes atuais, alcançar novos clientes”, explicou ele.

De acordo com a superintendente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Olivia Tirello, o segmento conseguiu driblar a crise econômica brasileira, principalmente ao comparar com outros setores exportadores do país. “Há uma queda nos preços no mercado internacional desde o início do ano, mas estamos satisfeitos com o balanço de 2016 e as projeções são positivas para 2017”, disse.

Os desafios e conquistas
Sendo uma atividade que depende diretamente das exportações, o segmento de rochas precisou lidar em 2016 com outros desafios além da crise financeira. Um deles foi a greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em julho e encerrada em agosto. “Todo empreendedor sabe que correr riscos faz parte do negócio, é condição intrínseca a toda atividade. Entretanto, paralisações dessa natureza, em um momento de esperança de recuperação da economia, somente contribuem para retardar o processo, penalizando as empresas que não conseguem cumprir os contratos internacionais e ainda obrigando-as ao pagamento de novas taxas de armazenamento dos produtos, já liberados para embarque. A greve prejudicou em muito o setor de rochas, assim como outros setores exportadores”, falou Machado.Diversificar para crescerDiversificar para crescer

De acordo com o presidente do Sindirochas, a quase totalidade das rochas ornamentais exportadas pelo país sai pelo Espírito Santo: cerca de 3,7 mil contêineres são exportados mensalmente. “No período da greve, os embarques foram prejudicados, pois navios não atracaram em Vitória. Isso gerou uma série de custos extras ao empreendedor, que ficou impedido de exportar seus produtos, arcando com graves prejuízos e com a perda de clientes e mercados. Na verdade, o Espírito Santo continua carecendo de uma política adequada de investimentos em estrutura portuária que permita a vinda de navios de grande porte, barateando os custos do frete e conferindo mais agilidade e rapidez à entrega dos produtos.”

Uma novidade em 2016 foi a fusão do Sindirochas com o Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag). O anúncio aconteceu no jantar de confraternização do setor, realizado no dia 11 de novembro, em Cachoeiro de Itapemirim. Para o presidente do Cetemag, Eutemar Venturim, a aproximação das entidades beneficiará todo o segmento de rochas ornamentais do Estado. “Nossa preocupação é que o setor fique cada vez mais unido. Nós precisamos resgatar as boas ações do Cetemag. Juntos, tenho certeza de que podemos nos tornar um ponto de referência tecnológica”, enfatizou.

Diversificar para crescerDo ponto de vista de Tales Machado, do Sindirochas, as empresas estão preparadas para atender à demanda ora reprimida em razão da crise e têm capacidade instalada para elevar a produção de chapas. Para ele, a diversificação dos produtos comercializados, com maior atenção àqueles de maior valor agregado; a busca de maior eficiência dos equipamentos; a otimização dos recursos disponíveis e o uso mais produtivo de competências e habilidades da equipe de trabalho têm sido algumas das ações desenvolvidas para superação dos desafios e para a permanência em um mercado facilmente influenciado por avanços tecnológicos, concorrência predatória, crises, variação de câmbio e outros fatores que trazem impactos negativos para o setor.

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