A tuberculose, que acomete principalmente os pulmões e pode atingir outros órgãos, apesar de ser antiga, ainda é desconhecida pela população
Por Wesley Ribeiro
Em 2021, no Espírito Santo foram identificados 1.478 novos casos de tuberculose. Nos últimos cinco anos, a média de novos casos entre os capixabas é de 1.292. A tuberculose, que acomete principalmente os pulmões e pode atingir outros órgãos, apesar de ser antiga, ainda é desconhecida pela população.
Os dados são da secretaria de Estado de Saúde (Sesa). Segundo o órgão, o número real de casos vem aumentando desde o ano de 2016, que passou da incidência de 26,9 casos por 100 mil habitantes para 35,4 casos por ano por 100 mil habitantes em 2021.
- Unidade de AVC do Hospital Central recebe certificação internacional
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
Por isso é importante celebrar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado todo dia 24 de março. Especialmente para ressaltar a importância da prevenção da doença que, em 2020 e 2019, acometeram 1.320 e 1.262 capixabas, respectivamente.
Transmissão
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea, que é lançada no ar por partículas com bacilos, durante a fala, espirro ou tosse de pessoas infectadas pela bactéria ativa.
Sintomas
Segundo a Sesa, o sintoma recorrente da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, é recomendado que o indivíduo que tenha sinais respiratórios como a tosse, por três semanas ou mais, busque uma Unidade de Saúde mais próxima para que ocorra uma investigação sobre a doença.
Outros sinais e sintomas presentes na tuberculose são:
- Febre vespertina geralmente baixa;
- Sudorese noturna;
- Emagrecimento;
- Cansaço/fadiga;
- Perda de peso;
- Dor no peito e nas costas.
Diagnóstico
A avaliação clínica é de muita importância para o diagnóstico da doença, além do diagnóstico laboratorial. É indicado, de acordo com secretaria Estadual de Saúde, como método complementar para o diagnóstico, uma radiografia do tórax.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a detecção da doença é realizada conforme preconizado no “Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil”, sendo subdividido em diagnóstico clínico, diferencial, bacteriológico, imagem, histopatológico e por outros testes diagnósticos.
Para o diagnóstico laboratorial da tuberculose, são utilizados os seguintes exames: Baciloscopia de escarro, Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), Cultura de micobactérias e Teste de Sensibilidade aos fármacos.
Os exames citados são ofertados nos laboratórios municipais locais (baciloscopia).
O TRM TB e a Cultura de micobactérias está presente em Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) é responsável pelo TRM TB e a cultura do restante do Estado, além do teste de sensibilidade aos fármacos.
Prevenção
A vacina bacilo Calmette-Guérin (BCG) previne as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea em crianças.
A vacina está disponível nas Salas de Vacinação das Unidades Básicas de Saúde e maternidades. Essa vacina deve ser dada em crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.
Em relação à prevenção para o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contatos de pessoas com a tuberculose.
Além de oferecer o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento preventivo.
No controle da infecção, é essencial que algumas ações da população sejam realizadas, como manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar; proteger a boca com o antebraço ou com um lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse), além de evitar aglomerações.
A Sesa tem um Programa Estadual de Controle da Tuberculose, com o intuito de alertar a população para a importância da prevenção da doença.
A coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose, Ana Paula Rodrigues Costa, informou que a doença, apesar de ser antiga, ainda é desconhecida pela população. Além disso, os indivíduos acometidos são estigmatizados pela sociedade.
“A tuberculose é um dos agravos mais fortemente influenciados pela determinação social, como a baixa condição econômica e a exclusão social. Por isso, torna-se importante a interlocução com as demais políticas públicas, sobretudo a assistência social, em um esforço para construir estratégias intersetoriais como forma de viabilizar a proteção social às pessoas com tuberculose e a própria prevenção da doença”, explicou Ana Paula Rodrigues Costa.