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sexta-feira, 4 DE outubro DE 2024

Dia Internacional dos povos originários

“Os povos indígenas têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito determinam livremente sua condição política, social e cultural”

Por Manoel Goes

Os bravos povos indígenas brasileiros tem na história participação fundamental. Sempre alertas defendendo “Pindorama”, a nossa “Terra Brasilis”, em batalhas épicas contra os invasores brancos, com muito derramamento de sangue dos seus povos e pranto dos descendentes, que até hoje combatem a cruel e insana destruição do homem branco.

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“Você destrói nossas terras, envenena o planeta e semeia a morte porque está perdido. E logo será tarde demais para mudar. Então você sentirá o medo que nós sentimos” – palavras do Cacique Raoni, 91 anos, da etnia caiapó e ativista.

Em 23 de dezembro de 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu, em sua resolução 49/214 que o Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo deve ser observado na data que marca a primeira reunião, em 1982, do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Populações Indígenas no dia 9 de agosto. É uma data invocativa dos vários povos indígenas ao redor do globo terrestre, não somente indígenas das Américas, mas também os povos originários de outros continentes.

O objetivo é chamar atenção para a necessidade de garantir condições de existência dignas aos povos originários (indígenas) de todo o planeta, principalmente no que se refere aos seus direitos à autodeterminação de seus modos de vida e cultura, bem como a garantia dos seus Direitos Humanos. A data, portanto, é fruto da luta desses povos pelo fim dos ataques sofridos em seus territórios.

Um dos principais objetivos da declaração é garantir aos diversos povos indígenas do mundo que não sejam forçados a tomar qualquer atitude contra a sua vontade, como expresso no artigo 3º: “Os povos indígenas têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito determinam livremente sua condição política e buscam livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.”

O belíssimo Manto Tupinambá, uma peça ancestral, que estava no Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague há mais de três séculos, está de volta ao Brasil. Não se trata de uma obra de arte, de um mero objeto, mas sim de um item raríssimo de vestimenta sagrada, utilizada em rituais indígenas, afirmam as lideranças indígenas. A Dinamarca devolveu, no mês passado ao Brasil esse extremamente raro artefato tupinambá, que estava em Copenhague desde pelo menos 1699, e que está agora no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

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O manto é feito de penas vermelhas de guará costuradas em uma malha por meio de uma técnica ancestral do povo tupinambá. Mede cerca de 1,80 metro e tem 80 centímetros de largura. Trata-se de um dos exemplares conhecidos que está mais bem preservado. Existem apenas outros dez desse tipo no mundo, produzidos entre os séculos 16 e 17. Todos estão atualmente em museus localizados fora do Brasil, em países europeus.

Os Tupinambá foram um dos primeiros povos indígenas a ter contato com os europeus, após o início da invasão do território pelos portugueses em 1500. Eles habitavam várias aldeias ao longo de uma larga faixa do litoral atlântico e enfrentaram guerras de extermínio, tomada do território, escravização, conversão religiosa e a imposição da língua portuguesa. Mesmo assim, resistiram e, ainda hoje, lutam para manter sua identidade.

“Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais…” – versos de Aldir Blanc e João Bosco.

Manoel Goes Neto é escritor, produtor cultural e diretor no IHGES

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