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sexta-feira, 19 abril, 2024

Dia da Árvore: experimento da Ufes é alternativa para espécies em extinção

A produção de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica por meio da técnica de miniestaquia é o foco de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Ufes

Por Munik Vieira

Segundo a professora que orienta as pesquisas, Elzimar Gonçalves, do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, três espécies florestais ameaçadas de extinção já foram testadas com essa técnica: jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra), braúna (Melanoxylon braúna) e peroba-amarela (Paratecoma peroba). O jacarandá é uma das madeiras mais valiosas do mundo e foi intensamente explorado nos setores de construção civil e moveleiro.

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“Em geral, as mudas de espécies nativas são produzidas por sementes. Mas, por uma série de fatores, não é sempre que temos sementes disponíveis, nem em quantidade nem em qualidade. Daí surgiu a ideia de tentar propagar essas espécies usando uma técnica de reprodução assexuada, ou seja, usando uma parte da planta para fazer a propagação”, explica a professora.

O primeiro passo de cada experimento é a produção da muda matriz por semeadura. Quando surgem as primeiras brotações, é feita a poda e as chamadas miniestacas – de 4 a 10 centímetros – são colocadas num substrato para enraizar. Nessa etapa, as plantas ficam numa casa de vegetação – na área experimental da Ufes em Jerônimo Monteiro – com temperatura máxima de 30 a 35 graus e umidade relativa do ar acima de 80%.

Vantagens

Segundo a professora, a vantagem da reprodução por meio da técnica de miniestaquia é a possibilidade de ter mudas durante todo o ano. “A peroba, em alguns casos, só floresce a cada dois anos. Então há períodos em que não temos semente, logo, a reprodução assexuada pode ser a solução”, explica.

Outra vantagem é que a técnica pode ser usada no melhoramento genético das espécies. “É uma opção para complementar a produção de mudas que é feita por semente”, afirma. Ela lembra que, para viabilizar projetos de restauração florestal, é necessário produzir árvores nativas em muita quantidade.

As pesquisas têm apoio, via edital público, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Estado do Espírito Santo (SEAG).

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