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sexta-feira, 29 março, 2024

Dia da amizade: por que os amigos são tão importantes?

“Amizade tóxica não é amizade. É melhor se afastar e encontrar pessoas que estejam mais alinhadas com seus valores e propósitos de vida”, alerta psicóloga

Por Wesley Ribeiro 

O Dia da Amizade é comemorado no Brasil e no mundo em 30 de julho. Mas em fevereiro também tem Dia da Amizade em terras tupiniquins. Trata-se de uma adaptação brasileira do Valentine’s Day (ou Dia de São Valentim). Em outros países é o Dia dos Namorados. Mas aqui vamos falar em Dia da Amizade, 14 de fevereiro!

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Por que os amigos são tão importantes? É possível viver sem amigos e ainda ser feliz? Os amigos também decepcionam? Como lidar com isso? Amizades tóxicas podem ser consideradas amizade? O que fazer para manter a amizade sempre viva e saudável?

De acordo com a psicóloga clínica Adriana Müller, somos seres sociais, portanto, criamos vínculo com as pessoas com as quais convivemos e nos relacionamos. E existem diferentes graus de relacionamento, que vão dos circunstanciais e esporádicos até os mais consolidados.

Construção

“Neste conjunto, as amizades representam um tipo de relacionamento importante para a construção da noção de si como pessoa de valor. A amizade é um relacionamento entre iguais, que escolhemos ter e que requer investimento afetivo para que seja mantido”, explica a psicóloga.

Ela detalha ainda que há relacionamentos entre iguais quando, por exemplo, os amigos têm a mesma idade. Porém, ressalta que esse ponto não é o mais relevante atualmente. Mais importante na relação entre iguais são os interesses, a visão de mundo. Quando eles têm isso em comum, a amizade se firma.

Escolha 

Como canta Milton Nascimento, “amigo é coisa pra se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração, assim falava a canção que na América ouvi…”. Confira esse grande sucesso no vídeo abaixo, publicado no canal do músico no Youtube. 

 

E diferentemente das relações entre familiares, na escola ou no trabalho, as amizades são escolhidas. “Queremos estar com aqueles amigos, confiamos, nos abrimos, queremos compartilhar tempo, presença, atenção e assuntos”, complementa Adriana.

No entanto, tem que haver investimento afetivo. As amizades, segundo ela, requerem reciprocidade. Ambas as partes devem estar interessas em manter a amizade. Em outras palavras, devem querer conversar, se encontrar, falar e ouvir, compartilhar acontecimentos.

“Amizade sem reciprocidade e sem investimento afetivo perde os aspectos de ser uma relação entre iguais e de ser uma escolha feita por ambos”, ressalta.

“Amizade proporciona um senso de pertencimento justamente pelo aspecto da relação entre iguais, o que reforça a noção de ser uma pessoa de valor, ou seja, alguém que é querido, bem visto, admirado, considerado. Algo que nem sempre acontece em outros relacionamentos”, diz Adriana.

É possível viver sem amigos e ser feliz?

Segundo Adriana, provavelmente, a pessoa tem colegas ou parentes que assumem esse papel de pertencimento e de reconhecer como pessoa de valor. Primos, tios, colegas de trabalho podem desempenhar esse papel.

Amigos são pessoas com as quais contamos e para as quais nos abrimos. Quem julga não ter amigos, poderia se perguntar com quem conta na hora de necessidade ou com quem se abre – esse é o amigo.

Decepção

Amigos decepcionam, mas como são “iguais” e o relacionamento é baseado em valores em comum, conversas de alinhamento costumam ajudar a resgatar a essência do que tornou aquele relacionamento em amizade.

Amizades tóxicas

“Amizades tóxicas não são amizades”, alerta a psicóloga. “São coleguismos de interesse, sem reciprocidade nem valores em comum. É melhor se afastar e encontrar pessoas que estejam mais alinhadas com seus valores, propósitos de vida e interesse em investir afeto no crescimento da amizade”, ensina. 

“Demonstre para seus amigos que eles são importantes na sua vida. Demonstre interesse. Esteja presente. Seja fiel aos valores que servem de base para a amizade crescer”, conclui.

 

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