No Espírito Santo, 19.828 pessoas fazem uso de medicação antirretroviral. Apesar da disponibilidade do tratamento, o preconceito ainda é uma barreira
Por Fabio Gabriel
No Brasil, o último mês do ano é marcado pela campanha “Dezembro Vermelho”, criada para conscientizar a população sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de um milhão de pessoas vivem com o vírus no país.
Para falar sobre este tema, o ES Brasil entrevistou a médica Bettina Moulin, referência técnica da Coordenação de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) da Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (Sesa). No bate-papo, ela falou sobre a relevância da campanha, o aumento de casos entre homens, sintomas, locais para realizar testes e tratamentos, e, principalmente, sobre o enfrentamento do preconceito.
Sobre a campanha
A campanha “Dezembro Vermelho” busca aprofundar o assunto sobre a prevenção, acompanhamento e a solidariedade em relação às pessoas vivendo com HIV/Aids, que continua sendo uma das doenças mais sérias da atualidade e que vai além das preocupações de saúde, abrangendo dimensões econômicas e sociais de profunda relevância.
O Espírito Santo conta com 31 Serviços de Atenção Especializada (SAE) e Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), todos públicos, que oferecem tratamento e exames específicos. É importante destacar que pessoas que vivem com o HIV, mas fazem o acompanhamento em rede privada, também têm direito a pegar a medicação sem qualquer custo.
“Infelizmente, a pessoa que vive com HIV ainda sofre muito preconceito e discriminação dentro da própria família e no local de trabalho. Então, muitas das vezes, a pessoa tem vergonha de falar que está vivendo com HIV. É perfeitamente possível a pessoa viver com a doença e viver bem. O que não é possível é vivermos com discriminação e preconceito”, ressaltou Bettina.
Atualmente, vivem no Espírito Santo com HIV 19.828 pessoas (dados de janeiro a novembro deste ano), realizando tratamento com medicação antirretroviral, incluindo serviços públicos e privados.
De janeiro a novembro de 2024, foram 913 novas notificações de HIV e Aids, sendo 239 do sexo feminino (26,15%) e 674 do sexo masculino (73,74%), além de três crianças, um total de 916 casos novos.

