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quarta-feira, 18 DE setembro DE 2024

Devemos preservar e valorizar o nosso folclore

Devemos nos lembrar sempre de que: “Não se pode construir um futuro sem ter tido um passado. Um povo sem história é um povo sem futuro

Por Manoel Goes

Estamos iniciando mais um mês de agosto, que é o mês do Folclore Nacional, comemorado no próximo dia 22/08. De origem inglesa, “folklore” significa “sabedoria popular. Vários educadores defendem a tese, e eu concordo com eles, da importância de celebrarmos a data pela representatividade do folclore na cultura popular, tendo em vista que toda sociedade tem sua cultura, suas tradições, crenças e costumes.

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Afinal, o folclore é o saber popular que se valoriza e se perpetua ao longo das gerações. A nossa homenagem aos grandes intelectuais folcloristas, começando por Câmara Cascudo, que muito valorizou a expressão “folclore”, pensada como ciência do povo, ciência que pudesse fornecer as bases, as camadas daquilo que nós expressamos enquanto o que nos diferencia dos outros.

No Dia Nacional do Folclore (20/08), estejamos mais alertas sobre a importância da valorização e da preservação das muitas manifestações folclóricas do país, como a Mula sem Cabeça, o Saci Pererê, o Curupira e o Boto Cor de Rosa, lendas muito antigas e passadas de geração em geração. Pequeno em extensão territorial, o Espirito Santo é celeiro riquíssimo em tradições folclóricas, privilegiado pela sua posição geográfica, dos povos e raças que aqui se instalaram e que convivem numa grande e cordial fraternidade.

Folcloristas do Espírito Santo também merecem todas as homenagens. Começamos pelo professor Hermógenes Lima Fonseca, Mestre Armojo, personagem fundamental para o conhecimento, valorização e preservação do patrimônio imaterial do Estado. Mestre Armojo foi um pensador popular fora da academia que, ao lado de Guilherme Santos Neves e Renato Pacheco, formou a “Santíssima Trindade do folclore capixaba”.

Eles foram responsáveis pela atenção ao folclore com muito estudo e com exaustivas pesquisas definiram as primeiras políticas públicas para o setor. Infelizmente perdemos, no último dia 30 de julho desse ano, aos 90 anos, um grande intelectual e escritor. Luiz Guilherme Santos Neves, um dos maiores literatos do nosso Estado, era dono de uma escrita refinada e elegante, seja em romances, contos, crônicas, literatura infantil e também o folclore capixaba, herança do seu pai, o mestre Guilherme Santos Neves. Ambos eram apaixonados pelo Espirito Santo e suas tradições culturais.

É fundamental mantermos vivos os mitos e lendas da nossa gente. Se termos como folclore e cultura forem descartados, esquecidos, as peculiaridades de uma imensa quantidade de folguedos, festas, artes, crenças e mitos, como também práticas do cotidiano acabarão sendo deixadas de lado. Devemos nos lembrar sempre de que: “Não se pode construir um futuro sem ter tido um passado. Um povo sem história é um povo sem futuro. Manter vivo o nosso folclore é uma obrigação cidadã!”

Manoel Goes Neto é escritor, produtor cultural e diretor no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES).

 

 

 

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